terça-feira, 14 de julho de 2015

Estamos coletivamente conscientes que os recentes problemas devem-se à história recente não aprendida

Estamos coletivamente conscientes que os recentes problemas devem-se à história recente não aprendida. Refiro-me ao período ainda anterior a 2008. Outros já haviam sofrido os efeitos do crédito fácil e das contas de sumir, como o leste asiático no final da década de 90. Arrumar as finanças, restringir o crédito, transparência nas contas e nos subsídios a atribuir foi então, como sempre será, o remédio para essas, digamos, euforias. Obviamente, à época da dívida vem a época de contenção e, em meio de um processo de contenção não se pode prometer um futuro radioso, caso contrário, seria ainda mais difícil travar adequadamente essa despesa. Todavia, se têm havido reformas, elas não contêm ainda nem o ajuste institucional para que sejam verdadeiramente estruturais, nem tampouco há oportunidade de participarmos na mudança para a qualidade de vida, não apenas porque o consumo, a quantidade, sofreu uma brusca retração, mas devido à necessidade efetiva e acentuada de mudança cultural. Estamos, pois, num período que apela a uma profunda inovação. Estamos numa época de transição, para uma sociedade e uma economia diferentes, mas ainda sem um modo político e consoante com as aprendizagens havidas. E, sem uma mudança vigorosa na nossa democracia, nada mais poderemos alcançar. Ficará o futuro condenado a ser uma repetição do que tem sido.