«O Conselho de Ministros aprovou nesta quinta-feira a venda de
obrigações do tesouro a cinco e dez anos, destinadas a investidores
particulares, com um valor mínimo de aplicação de mil euros e o máximo
de um milhão de euros.
As
Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) terão, segundo uma
explicação sumária da Ministra das Finanças, uma taxa de juro indexadas
ao rendimento das Obrigações do Tesouro tradicionais, acrescida de um
prémio, a definir de acordo com as condições do mercado em cada momento
de emissão.
As OTRV vão ser admitidas na bolsa de Lisboa, pelo que
poderão ser vendidas antes do prazo de vencimento (cinco ou 10 anos).
Esta venda será feita a preços de mercado, pelo poderá potenciar ganhos
ou perdas face ao valor dos títulos a cada momento.
Uma das vantagens dos
outros dois produtos do Estado para investidores particulares é
precisamente o de não implicar qualquer comissão no momento de
subscrição e de resgate. Maria Luís Albuquerque, não se
comprometeu com uma data para o lançamento do novo produto, que será
colocado pelos bancos, mas garantiu que será feita a breve prazo.
A
ministra garantiu ainda que o lançamento do novo produto “não tem nada a
ver com a decisão de reembolso ao FMI”, nem acontece por “dificuldade
de acesso de Portugal aos mercados internacionais, que não existem”. A
este propósito, a ministra referiu que o financiamento do país tem sido a
taxas de juro mais baixas e com “forte procura”.
O novo produto, a
lançar pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP),
acontece numa altura em que os portugueses têm estacionados nas contas à
ordem 36 mil milhões de euros.
As baixas taxas de juro dos depósitos a prazo ajudam a explicar o valor
recorde de dinheiro à ordem, muito dele sem qualquer rendimento ou com
uma remuneração insignificante.
Do
Público