quinta-feira, 27 de junho de 2019

Imagens de Portugal



Não é numa universalização abstrata que se realiza o processo da humana aprendizagem, pois é num mundo de referências culturais que se propõe a identificação pessoal, pela participação numa comunidade e numa continuidade histórica, permitindo a solidariedade mais larga do que o horizonte primeiro e local. Somente após este desenvolvimento de participação na instância nacional torna-se possível então o universalismo e o cosmopolitismo. 
 
PFC 

Perceções



Parte das nossas percepções sobre o funcionamento do Estado decorre também do que é difundido pelos meios de comunicação social e nas redes sociais. Se alguma coisa correr muito mal, isso é mais facilmente motivo de notícia ou de conversa do que tudo o que corre bem no dia-a-dia. Por cada pessoa que morre num hospital por negligência, há centenas de milhares de pacientes que receberam o tratamento adequado e milhares de vidas que foram salvas - mas só a primeira será notícia. (...) [T]odos os anos o Fórum Económico Mundial publica um relatório sobre várias dimensões relevantes para a competitividade dos países. O relatório cruza informação de várias fontes, tentando reduzir a subjectividade resultante de impressões casuísticas. Há vários anos que esta publicação diz o mesmo sobre Portugal: o nosso país tem um desempenho sistematicamente superior a todos os outros países comparáveis no que respeita ao funcionamento das instituições públicas.
Comparado com os restantes países do sul da UE (Espanha, Itália, Grécia) ou dos países da Europa de Leste, o retrato que emerge de Portugal é muito mais benigno em indicadores relacionados com ética, corrupção, subornos e desvio de fundos, confiança nos políticos, independência do sistema de justiça, favorecimento de interesses particulares pelos decisores políticos, eficiência da despesa pública, entre outros. Nestes indicadores o desempenho português está mais próximo de França, Alemanha ou EUA - nações com economias muito mais avançadas - do que de países com níveis de desenvolvimento comparáveis ao nosso. (...) [O]s apoios às empresas financiados pelos fundos europeus em Portugal têm cumprido todos os principais objectivos a que se propõem - aumentar o investimento, a competitividade, a inovação, a internacionalização e a qualificação dos trabalhadores. Estas conclusões, apesar de robustas, contrastam com a percepção generalizada sobre a má utilização dos fundos europeus em Portugal.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Não somos todos iguais


« (...) Os partidos, que usufruem de um quase monopólio de representação institucional, não podem continuar a não tirar consequências, em tempo útil, das atitudes de quantos atuam em seu nome. Os delitos praticados por quantos acederam a cargos por virtude da confiança democrática dos cidadãos têm de lhes merecer uma atenção muito particular. Sabemos quanto os principais partidos dependem do poder autárquico e de como temem fragilizar quem, a nível local, atua em seu nome. E também é óbvio que essas forças partem sempre do princípio cautelar de que uma acusação não pode ser uma condenação antecipada. Mas não seria prudente, para uma qualquer força partidária, transmitir um sinal de respeito pelo processo judicial, com impacto público, suspendendo preventivamente de órgãos de direção quem houvesse sido objeto de uma indiciação por crime grave por parte do Ministério Público? Não estaria em causa uma expulsão das fileiras, mas um mero afastamento até tudo ficar mais claro. Ao não fazê-lo, deixam-se cair no fácil “são todos iguais”.» @ duas ou três coisas  Francisco Seixas da Costa

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Frases (retomadas deste blogue)



«Num país com a nossa história, geografia, desigualdade, ignorância e pobreza, o futuro devia ganhar este jogo político sem a menor dificuldade. Devia mas não ganha. Passa-se o mesmo um pouco por toda a União Europeia. O medo está claramente a ganhar ao futuro.»
Miguel Monjardino, «Entre o Medo e o Futuro»,Guerra e Paz in Expresso, 9 de Maio de 2009, Primeiro Caderno, 21.

Frases



É óbvio, mesmo para um economista amador, que se a recuperação económica praticada em Portugal não é acompanhada de um investimento apropriado, a fragilidade aumenta e aquela que foi recuperação termina por verificar-se em recessão. Os impostos arrecadados não são suficientes para cobrir a expansão.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Leituras

Viriato Soromenho-Marques
«Na Europa só os mais otimistas e menos lúcidos parecem acreditar que os mecanismos de proteção irão funcionar perante uma nova crise global do sistema financeiro. E sobre esta, a única dúvida que permanece é acerca da data em que ela eclodirá.»
@ Depois da Queda, Círculo de Leitores, Col. Temas e Debates, 2019, 77.

Sinopse pelo autor:

«Em Portugal na Queda da Europa, publicado em 2014, defendi que a Europa estava em queda, mas ainda não se tinha despedaçado. Volto ao tema neste breve livro, com uma urgência redobrada, para afirmar que a Europa em 2019 - entendida como o projeto de integração europeia de que resultou a atual União Europeia - já se encontra tombada sobre terra, impossibilitada de se reerguer se as políticas e as instituições que a conduziram até ao chão se mantiverem sem mudanças profundas. Insisto, a União Europeia jaz à beira de um declive para onde resvalará se o presente rumo não for alterado, daí resultando uma fragmentação de consequências negativas imprevisíveis, mas com toda a certeza de enorme impacto, não só para o Velho Continente, mas para a ordem global.»

domingo, 2 de junho de 2019

Consistências


D.António Luís de Menezes
                         



Miyamoto Musashi
«[O] samurai deve seguir o caminho das letras, ao lado das artes marciais (...).»
Miyamoto Musashi (1584-1645) trad. F.B.Ximenes


sábado, 1 de junho de 2019

Leituras


«(...) [I]ndependence of judiciary was assured with the advent of life appointments.»


Leituras



«(...) [S]ociety is not a balance sheet. People interpret the world in moral terms. (pág,193)