A insistência - francesa - na manutenção da excepção cultural nos
acordos de comércio livre entre a Europa e os EUA “faz parte de uma
agenda antiglobalização que considero completamente reaccionária”, disse
Durão Barroso numa entrevista ao International Herald Tribune publicada
na segunda-feira. O presidente da Comissão Europeia, que nunca nomeia
directamente a França na entrevista, assegurou que acredita na protecção
da diversidade cultural, mas que rejeita isolar a Europa. “Alguns dizem
que são de esquerda, mas na verdade são culturalmente extremamente
reaccionários”, disse.
«Durão Barroso é o
combustível da Frente Nacional, declarou Arnaud Montebourg, ministro da Recuperação
Produtiva, à rádio France Inter. «Creio que a principal causa do
crescente apoio à Frente Nacional prende-se com a forma como a União
Europeia (EU) exerce atualmente uma pressão considerável sobre os
governos democraticamente eleitos», considerou. Para Montebourg,
«a UE não se mexe, está imóvel, paralítica. Não responde a nenhuma das
aspirações populares, no terreno industrial, económico, orçamental,
dando razão a todos os partidos nacionalistas, mesmo antieuropeus, da
UE». Na segunda-feira, numa entrevista ao International Herald
Tribune, José Manuel Durão Barroso considerou «reacionária» a exigência
francesa de excluir o setor audiovisual e cultural europeu das
negociações para um acordo de comércio livre com os Estados Unidos. «Faz parte de uma agenda antiglobalização que considero completamente reacionária», disse. Na
sexta-feira passada, os ministros do Comércio da UE deram "luz verde" à
Comissão para o lançamento das negociações com os Estados Unidos da
América para um acordo de comércio livre. Para conseguir uma posição de unanimidade, aceitaram, como exigia a França, excluir o setor audiovisual das negociações.
www.expresso.pt
www.publico.pt