Interpreto
a mudança, reconhecendo que em cada período, social, económico e
político, assume-se uma herança do passado e estabelecem-se
decisões científicas e políticas. Interpreto a mudança para
Portugal no intensificar da produção de pensamento estratégico, e é também essencial para o País um reposicionamento institucional,
de modo a acolher consistência política e estratégica, de longo
prazo, em conformidade com o sistema de valores veiculado pelas
instituições basilares do Estado.
Os
nossos problemas estruturais têm raízes em várias dimensões da
realidade e, o que poderá obliterar as condições em que esses
problemas se declaram é a operacionalização ponderada de
objetivos, que só terão efeito se prolongadamente e por diversas
vias houver concerto de ações: educação, desporto e cultura -
recursos, ciência e indústria - mobilização da participação
cívica, voluntariado e juventude - prevenção, rastreios e práticas
saudáveis... Importa desenvolver uma visão geral de convergência
estratégica para os nossos objetivos, sem a qual soçobram os
conceitos, as medidas e o esforço.
As sociedades que demonstram
melhores experiências de adaptação (e organização) são as que
apresentam melhor capacidade de desenvolvimento, e os portugueses têm
revelado uma adaptação excepcional aos desafios históricos, à
democracia, às novas tecnologias. A organização, o humano concerto, é a melhor e mais poderosa tecnologia de que dispomos.