Na nossa democracia o conflito tem medido as relações institucionais até ao mais alto nível. Este problema de fundo que subjaz na cultura política portuguesa, acontece pelo facto de não existirem instâncias próprias que concitem, acolham e proporcionem voz aos consensos, garantindo perspetivas alongadas de desenvolvimento social e económico. Tais perspetivas só podem ser veiculadas por uma instância apartidária, a Instituição Real.
Considerando individualmente as
personagens políticas que compõem o cenário da política portuguesa, admitimos
que o problema não está num ou outro indivíduo. Mas é também consensual admitirmos que
um dos nossos principais problemas, se não o principal, tem sido político.
Afirmo que é a falta de continuidade estratégica que nos tem acarretado num
demasiado longo e fragmentado construir. A meu ver, estas negatividades são
fortemente responsáveis pelo nosso retardamento, e mesmo decrescimento.