terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Mensagem de Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real de Portugal, por ocasião das Comemorações da Restauração da Independência, no dia 1 de Dezembro de 2014




Portugueses:

O 1º de Dezembro é a mais nacional de todas as nossas datas.
Sem ela, todos os outros feriados civis deixam de fazer sentido.
E por isso, começo por saudar a Iniciativa Popular para a reposição do feriado comemorativo do dia 1º de Dezembro!
Nós, monárquicos, nunca a deixaremos de celebrar como aquele dia em que renasceu Portugal!
Hoje, Portugal e os Portugueses vivem dias amargurados.
Vive a nossa Pátria dias difíceis porque não se comporta como País livre e independente, grande pelos seus avós, e grande pelos nossos filhos.
Não podemos hoje, a soldo de interesses económicos duvidosos, vender essa independência que tanto custou a tantas gerações de portugueses.
Vivem os Portugueses dias difíceis porque o desemprego assola as famílias e destrói capacidades e laços de vida, obrigando as mesmas famílias a terem o papel supletivo que o Estado social já não alcança.
Vivem os Portugueses dias difíceis porque são forçados a emigrar, sobretudo os mais jovens e sobretudo os mais qualificados; e por muita experiência que possam trazer de volta, fazem-nos agora falta.
Vivem os Portugueses dias difíceis, porque manifestam pouca confiança naquelas instituições que deveriam garantir a nossa democracia, como sejam a Justiça e a Assembleia da República.
É nestes momentos mais difíceis, que o povo português deve revelar as suas extraordinárias capacidades.
Assistimos a sinais muito recentes de que a Justiça finalmente está a funcionar, com plena independência entre os poderes.
A nossa justiça tem dado extraordinárias provas de independência apesar das péssimas condições com que os juízes contam para realizarem o seu trabalho.
Sem uma justiça rápida e eficiente não pode haver democracia.
Assistimos a que, nas eleições autárquicas, os portugueses manifestaram o desejo de ver independentes nos cargos municipais a serem escolhidos pessoalmente pelos eleitores.
Assistimos a sinais de que os cidadãos se movimentam para procurar alternativas políticas para as eleições legislativas, mais consonantes com tudo aquilo que a sociedade civil sabe fazer, e fazer bem.
Para todo este desejo de renovação que perpassa pelo nosso país, estou convicto que a Instituição Real seria muito importante, ao aproximar a população das suas instituições políticas.
Todas as democracias cujo Chefe de Estado é um Rei ou uma Rainha têm essa ligação muito mais forte do que os Países onde a chefia de Estado é assumida por um político, independentemente das notáveis qualidades pessoais que ele possa ter.
Num momento em que os portugueses sofrem as consequências gravíssimas de muitos anos de políticas economicamente irresponsáveis e moralmente desajustadas, precisamos de uma “revolução cultural”.
A ignorância e o relativismo moral estão na base da nossa crise actual.
Queremos que os produtos nacionais, na indústria, na agricultura e nos serviços, sejam cada vez mais conhecidos.
Queremos que os jovens encontrem alternativas adequadas às suas vocações.
Queremos que as famílias continuem a promover a educação dos filhos, apesar de entraves que o próprio Estado por vezes coloca.
Temos provas dadas na ciência, na tecnologia, na qualidade dos produtos nacionais, na ousadia dos nossos empresários, na dedicação dos nossos trabalhadores, nas competências dos nossos pescadores e agricultores, na eficácia das nossas Forças Armadas, nos feitos conseguidos pelos nossos desportistas.
Acreditamos que saberemos estar presentes num Mundo em evolução.
Aproveito para apelar aos nossos governantes, para que tenhamos uma intervenção em defesa das vítimas do fanatismo no Próximo Oriente.
Algumas organizações têm tido um papel muito importante na denúncia dos crimes cometidos contra as comunidades cristãs que há mais de mil anos vivem nessa região.
A Fundação de Ajuda à Igreja que Sofre é uma das mais eficazes no apoio efectivo às vítimas dessas perseguições.
A minha Família e eu temo-nos esforçado por contribuir para o progresso da nossa Pátria.
Neste ano que termina, visitámos em Família a Nação irmã de Timor-Leste, cujo Parlamento generosamente me concedeu a sua nacionalidade.
Visitámos S.E. o Presidente da República, General Taur Matan Ruak,  e o anterior Presidente da República,  Prémio Nobel Dr. José Ramos Horta e contactámos várias personalidades civis e religiosas.
O nosso filho Afonso foi nomeado pela Associação do Senado dos Liurais, presidido pelo Deputado Dr. Manuel Tilman, com o grau de Liurai Timorense.
Visitámos em caminho, a Tailândia, onde fomos recebidos pela Família Real e pela comunidade de origem portuguesa, descendentes dos militares que foram enviados para ajudar o Reino do Sião.
Visitámos também o Rei e a Família Real do Reino do Cambodja.
Visitei Angola, por ocasião do Congresso das Fundações da CPLP, iniciativa do maior interesse, tendo-me ainda reunido com Bispos da Conferência Episcopal Angolana.
Em Portugal visitámos oficialmente vários Concelhos a convite das suas Câmaras Municipais.
Em alguns casos, o motivo foi a celebração dos 500 anos do foral manuelino, noutros o apoio a boas iniciativas culturais, económicas e cívicas.
Estive presente em Braga, Sintra, Aveiro, Ovar, Porto, Guimarães, Massarelos, Estremoz, Viana do Castelo, Caminha, Aljustrel, Funchal, Torres Vedras, Lamego, Felgueiras, e Vieira do Minho. E daqui saúdo as suas populações, autarcas e outras pessoas que sempre tão generosamente me receberam.
O futuro de Portugal depende de mantermos vivas estas nossas raízes e de alcançarmos uma inteligente renovação das nossas instituições.
Só todos juntos, num esforço bem organizado, o poderemos conseguir.
Tenho afirmado que o pensamento republicano é de curto prazo; interessa-lhe resolver os assuntos a quatro anos, até às próximas eleições; é um pensamento muito provisório.
Hoje estamos aqui neste 1º de Dezembro porque respiramos o ar da História e esse ar mede-se por séculos e gerações e não por ciclos eleitorais.
E por isso, hoje e aqui, solenemente repito - na presença de minha Mulher Isabel, que tanto tem promovido as causas da família e da educação, e de meu Filho Afonso que este ano celebrou a sua maioridade - que a minha Família está preparada para assumir os compromissos que o nobre povo português nos quiser confiar.
Assim sucedeu noutras épocas da nossa gloriosa História como povo.
Assim possa vir a suceder, após estes tempos conturbados em que vivemos.
Viva Portugal!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Pluralismo

João de Barros

«Não vês com quanta variedade d’árvores, ervas e flores, tão diferentes em espécia, cobrio a terra? (…) doutrina que nos demonstra antre os homens, per semelhante modo, haver  tão diferentes estados e opiniões (…).»


João de Barros in RopicaPnefma (ed.1983:132)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

De onde nos chegaram as instituições fundamentais para a organização democrática e para o desenvolvimento humano? Das Repúblicas? Não. Da Monarquia? Sim

O rei sempre foi a última instância de apelo para que Justiça fosse feita, sempre os monarcas edificaram instituições para o desenvolvimento humano, hospitais, escolas, universidades, academias, o parlamento, a constituição, a democracia... De onde nos chegaram estas instituições senão da monarquia?  @Caderno Monárquico




quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Revisão






“Para a ética, olha-se habitualmente com um certo desprezo sarcástico; é considerada contraproducente, demasiado humana, porque relativiza o dinheiro e o poder. É sentida como uma ameaça, porque condena a manipulação e degradação da pessoa. Em última instância, a ética leva a Deus que espera uma resposta comprometida que está fora das categorias do mercado. Para estas, se absolutizadas, Deus é incontrolável, não manipulável e até mesmo perigoso, na medida em que chama o ser humano à sua plena realização e à independência de qualquer tipo de escravidão. A ética – uma ética não ideologizada – permite criar um equilíbrio e uma ordem social mais humana. Neste sentido, animo os peritos financeiros e os governantes dos vários países a considerarem as palavras dum sábio da antiguidade: 'Não fazer os pobres participar dos seus próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida. Não são nossos, mas deles, os bens que aferrolhamos.”
                                                                         SS Papa Francisco

Corrupção

Autor Desconhecido

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


Ramalho Ortigão por Columbano
A felicidade consiste em acharmos na vida um destino e em o cumprirmos sempre com dedicação (…).                                                                                        Ramalho Ortigão (1875)