terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Repensar a inclusão I




Neste movimento de globalização, nem as pessoas nem os centros de decisão perdem a sua identidade, a lealdade das suas relações originárias e a responsabilidade perante a sua comunidade de procedência, mas expandem dinâmicas de comportamento, o que tem protagonizado importantes diferenças nas culturas de partida e de destino.

É também comum em revistas e jornais, na televisão, nos meios de comunicação de grande difusão, termos noção das ideias e pequenos negócios que se afirmam desde o local até ao outro lado do mundo, onde cada vez mais praticam a sua possível externalidade, sobretudo devido a uma vida urbana semelhante que praticamos à escala planetária.

A interpenetração cultural, pela assimilação e transmissão de experiências proporcionadas pelas novas tecnologias, tem proporcionado ao presente uma fusão de horizontes, situação apenas comparável no alvor da idade moderna, aquando da expansão dos horizontes navegáveis. Se o movimento tecnológico tem vindo a ser realizado de ocidente para oriente e do norte para o sul, e tem expandido modelos institucionais e de convivência globalmente, o movimento cultural tende a ser efetuado em sentido inverso, e tem polinizado irreversivelmente as culturas de destino.

Porém, estes movimentos implicam também, para todos, a clareza deprincípios que são mais vastos do que as culturas particulares. As sociedades abertas transformaram a sociedade de espaços e classes em sociedade de fluxos, de comunicação, de produtos e de pessoas em realização pessoal e social sem fronteiras, sustentada por relações culturais, políticas e económicas. Mas esta sociedade aberta, se também aumentou as diferenças de rendimento, diminuiu o acesso às oportunidades, sobretudo nas sociedades desindustrializadas. Procurámos solver distâncias abrindo a comunicação, reduzir a cava dos ciclos económicos e promover a paz pela complexidade das interdependências; procurámos o desenvolvimento social pelo prolongamento da escolaridade em profissionalização, mas é correlativamente necessário, para a abrir oportunidades de realização, procedimentos transformativos pela economia social, pela economia local expandida e pela formação em ambiente de trabalho.

Ver também A economia de Cinderela