quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Poesia


«É o vento que me leva. 
O vento lusitano. 
É este sopro humano Universal 
Que enfuna a inquietação de Portugal. 
É esta fúria de loucura mansa 
Que tudo alcança 
Sem alcançar. 
Que vai de céu em céu, 
De mar em mar, 
Até nunca chegar. 
E esta tentação de me encontrar 
Mais rico de amargura 
Nas pausas da ventura 
De me procurar...»

Miguel Torga