O
estreito caminho agrícola serpenteia definido pelas extremas das
propriedades. Ladeado de pedregulhos e tufos de várias herbáceas é
uma via sem fim que recorta a paisagem. De passeio com o meu cão,
enquanto prossigo ascendente o trajeto sulcado pelos trabalhos
agrícolas e divisões de propriedade, ele faz círculos excêntricos
a meu redor, saltando a murada baixa do caminho em corridas
desenfreadas.
Uma
dessas vias conduz-me por entre vinhedos já podados em março, mas
desolados, ainda sem rebentos. Os paus cortados parecem sangrar,
torturados e silentes, degolados. Todavia, a crueza técnica que perpetrou esta definição tem um mandato de renovação, de convicção e de
normalidade. As vides aparecem agora tristes, torcidas e despidas,
somente com minúsculas protuberâncias deixadas para que rebentem.
Estão deixadas como mortas, mas para uma renovação certa como a
primavera. A profusão abundante de folhagem e fruto é garantida, se cumpridos os trabalhos.