domingo, 5 de julho de 2020

O CAVALEIRO, A MORTE E O DIABO

Sob o elmo quimérico o severo
perfil é cruel como a cruel espada
que aguarda. Pela floresta despojada
cavalga imperturbável o cavaleiro.
Torpe e furtiva, a caterva obscena
tem-no cercado: o Demónio de servis
olhos, os labirínticos reptéis
e o branco ancião da ampulheta.

Cavaleiro de ferro, quem te olha
sabe que em ti não mora a mentira
nem o pálido temor. O teu destino árduo

é mandar e ultrajar: És valente
e não serás indigno certamente,
alemão, do Demónio e da Morte.