terça-feira, 21 de março de 2017
quarta-feira, 15 de março de 2017
Jogando xadrez com Voltaire
O
estreito caminho agrícola serpenteia definido pelas extremas das
propriedades. Ladeado de pedregulhos e tufos de várias herbáceas é
uma via sem fim que recorta a paisagem. De passeio com o meu cão,
enquanto prossigo ascendente o trajeto sulcado pelos trabalhos
agrícolas e divisões de propriedade, ele faz círculos excêntricos
a meu redor, saltando a murada baixa do caminho em corridas
desenfreadas.
Uma
dessas vias conduz-me por entre vinhedos já podados em março, mas
desolados, ainda sem rebentos. Os paus cortados parecem sangrar,
torturados e silentes, degolados. Todavia, a crueza técnica que perpetrou esta definição tem um mandato de renovação, de convicção e de
normalidade. As vides aparecem agora tristes, torcidas e despidas,
somente com minúsculas protuberâncias deixadas para que rebentem.
Estão deixadas como mortas, mas para uma renovação certa como a
primavera. A profusão abundante de folhagem e fruto é garantida, se cumpridos os trabalhos.
terça-feira, 7 de março de 2017
Comunicado
http://www.apmadrid.es/
La Asociación de la Prensa de Madrid (APM) ha recibido una petición de amparo de un grupo de periodistas que se sienten acosados y presionados por el equipo directivo de Podemos, encabezado por Pablo Iglesias, así como por personas próximas a ese círculo.
Considerados los testimonios y las pruebas documentales aportados por estos periodistas, la APM exige a Podemos que deje de una vez por todas la campaña sistematizada de acoso personal y en redes que viene llevando a cabo contra profesionales de distintos medios, a los que amedrenta y amenaza cuando está en desacuerdo con sus informaciones.
Esta campaña ha sido denunciada por un grupo de informadores, que han aportado pruebas documentales y a los que la APM ha decidido amparar.
De acuerdo con esta denuncia, el acoso de miembros de Podemos se materializa de manera reiterada y desde hace más de un año en ataques a periodistas en sus propias tribunas, en reproches y alusiones personales en entrevistas, foros y actos públicos, o directamente en Twitter.
Estas presiones también se realizan de forma personal y privada con mensajes y llamadas intimidantes.
El acoso pretende minar la credibilidad y el prestigio de estos profesionales, sometidos en ocasiones a un bombardeo constante de mensajes que intentan descalificar o ridiculizar su trabajo y recortar su libertad de información.
La APM considera totalmente incompatible con el sistema democrático que un partido, sea el que sea, trate de orientar y controlar el trabajo de los periodistas y limitar su independencia.
La estrategia de acoso de Podemos vulnera de una manera muy grave los derechos constitucionales a la libertad de expresión y a la libertad de información y coarta el libre ejercicio del periodismo, que es imprescindible para preservar la salud de una sociedad democrática como la española.
Esta inaceptable campaña, que está creando un estado de miedo entre los periodistas, tiene como fin el de persuadirles de que les conviene escribir al dictado de Podemos, además de tratar de conducirlos hacia la autocensura.
La APM recuerda a Podemos que puede recurrir al derecho de rectificación cuando juzgue que una información incumple el necesario principio de veracidad, en lugar de atacar de forma inadmisible a su autor o al medio que la publica.
También es importante que todos los partidos sean conscientes de que la crítica respecto al comportamiento y las manifestaciones de quien ostenta un cargo público, aunque pueda molestar o herir, es legítima, de acuerdo a la jurisprudencia emanada del Tribunal Supremo.
La APM pide a los periodistas que resistan las presiones, vengan de donde vengan, en el convencimiento de que esta asociación les amparará siempre en la defensa de su derecho a la libertad de expresión y en su deber de ejercer la libertad de información.
También solicita a los medios que protejan y respalden a sus periodistas saliendo al paso de cualquier campaña que trate de impedir que los ciudadanos reciban información veraz, rigurosa, diligentemente contrastada y de interés público.
Solo una prensa independiente y sin miedo puede cumplir su misión fundamental de control del poder. Solo unos medios firmes en la defensa de la libertad de expresión pueden frenar las tentaciones de los poderosos de eludir la rendición de cuentas a la que están obligados en una democracia como la nuestra.
Madrid, 6 de marzo de 2017
|
segunda-feira, 6 de março de 2017
domingo, 5 de março de 2017
Estudo Económico
Austerity in the Aftermath of the Great Recession
Christopher L. House, Christian Proebsting, Linda L. Tesar
Issued in February 2017
We examine austerity in advanced economies since the Great Recession. Austerity shocks are reductions in government purchases that exceed reduced-form forecasts. Austerity shocks are statistically associated with lower real GDP, lower inflation and higher net exports. We estimate a cross-sectional multiplier of roughly 2. A multi-country DSGE model calibrated to 29 advanced economies generates a multiplier consistent with the data. Counterfactuals suggest that eliminating austerity would have substantially reduced output losses in Europe. Austerity shocks were sufficiently contractionary that debt-to-GDP ratios in some European countries increased as a consequence of endogenous reductions in GDP and tax revenue.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Frases
Luís Maffei |
"Tento ler um Camões contemporâneo, não intemporal, posto que vivo em seu tempo e, por poder de viva leitura, no nosso – vivo porque corre muito sangue nas veias daqueles versos. Muitos são os sinais da sobrevida do grande poema camoniano, e um deles é o recente poema paraépico de Gonçalo Tavares, Uma viagem à Índia."
Luís Maffei, «Ler Camões com Eduardo Lourenço ou Camões no futuro com Paulo da Gama...», Revista Letras, Curitiba, n. 90, p. 131-148, jul./dez. 2014. Editora UFPR.
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Presidência da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo
O
Deputado Pedro
Roque foi eleito por
"unanimidade" e "aclamação" Presidente
da Assembleia Parlamentar para o Mediterrâneo
(APM), na 11.ª Sessão Plenária daquela organização, que se
realizou em Portugal, na cidade do Porto, nos dias 23 e 24 de
fevereiro.
A
APM é composta por representantes de 27 países mediterrânicos, tem
o estatuto de Observador da Assembleia-Geral das Nações Unidas e a
sua Presidência é exercida em rotatividade bianual entre os países
do sul e do norte do Mediterrâneo, cabendo aos países da margem
norte a eleição do Presidente da APM para o biénio 2017/2019.
Fontes: AR; CM; APM
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Desintoxicações
Wikipedia
e Google unem-se para desintoxicar a Internet de insultos. Investigadores da Wikipédia e do Google pretendem criar um programa
informático para moderar os comentários de grandes comunidades na
Internet.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Contiguidades necessárias
«Neste momento, está a tentar reforçar-se a componente de formação em contexto de trabalho, aumentando o tempo de formação que os nossos jovens – durante o seu processo de educação e formação – passam nas empresas e que elas também contribuam com resultados de aprendizagem para esse processo de educação e formação.»
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Macroeconomic Management Requires a Drastic Shift
Francesco Seraceno |
Gustavo Piga
|
«2017
could therefore be the year in which EU policy-makers finally
acknowledge that macroeconomic management requires a drastic shift
and start reshaping institutions accordingly, adapting them to the
high-level goals enshrined in article 3 of its Treaty: to aim “at
full employment and social progress … while combat[ing] social
exclusion and discrimination”. One can only hope that this occasion
is not wasted by our leaders. There may not be many others.»
Francesco Saraceno and Gustavo Piga 03
Fev 2017 @ Social Europe
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
Efeméride
Assassinato de D.Carlos e do Príncipe Luís Filipe 01 fevereiro 1908 |
«(...) Espanha, Inglaterra, Holanda, Dinamarca, Noruega, Suécia, Bélgica, Principado do Liechtenstein, Grão-Ducado do Luxemburgo, Principado de Andorra, Principado do Mónaco. Estes são os países mundiais com maiores índices de desenvolvimento e com democracias mais avançadas, onde a protecção social é eficaz e com elevada qualidade, o ensino é excelente, a corrupção inaceitável e quase inexistente e a justiça funciona. Foi isto tudo que os partidários de um partido com assento parlamentar, mas que nunca haviam alcançado o poder via eleições, decidiu cobardemente acabar, à bala, assassinando o rei e o príncipe herdeiro e abrindo a porta a um regime que, desde que nasceu, oscila entre ditaduras e banca rotas. E o mais grave é que não permite referendos sobre a natureza do regime. (...)» António
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Progresso ainda não verificado, riscos importantes, objetivos cruciais
«On
Portugal,
it was good to learn that the recovery is underway and progress
achieved on the fiscal and financial sector front. However, there are
important risks in the medium term and there is no room for
complacency. It
is crucial that Portugal commits and stays committed to the reform
agenda,
given the need to boost potential growth also in the context of the
still high debt and volatile market conditions. The Portuguese
government is aware of these challenges and determined to tackle
them.»
Remarks by J.Dijsselbloem (president) following the Eurogroup meeting of 26 January 2017 [@ doc]
domingo, 29 de janeiro de 2017
Efeméride
Fernandes Tomás in pormenor do quadro de Veloso Salgado |
As Cortes decretam a celebração de exéquias nacionais pelo falecimento de Fernandes Tomás
29 de janeiro de 1832
«A LIBERDADE DE IMPRENSA TRAZ CONSIGO MALES, E MALES NÃO PEQUENOS; MAS OS QUE RESULTAM DA CENSURA PRÉVIA SÃO MAIS E MAIORES».
A opinião que eu segui na comissão das bases da Constituição, quando se tratou da liberdade de Imprensa, foi resultado de minhas reflexões a este respeito e do cuidado com que procurei até agora combinar o que me tem sido possível ler na matéria. Não se espere pois que sejam hoje diversos os meus princípios. O que vou dizer é o que sinto e de que estou intimamente convencido.
A liberdade de Imprensa traz consigo males, e males não pequenos; mas os que resultam da Censura previa são mais e maiores: aqueles podem remediar-se em grande parte, podem até evitar-se de modo que a Sociedade tenha pouco que sentir; estes não, porque eu não concebo a possibilidade de existir um Governo Constitucional, ao modo que a Nação o espera e deseja, sem a liberdade de Imprensa.
A experiência é argumento a que nunca se responde vitoriosamente. Veja-se o que temos sido e o que são os povos sujeitos a uma Censura prévia, e conhecer-se-à que repugna ser livre sem ter meios de observar a Liberdade; e querer conservar a Liberdade, não escrevendo senão à vontade dos que a podem oprimir ou destruir, é uma pretensão quimérica.
Censura prévia é o juízo de uma Junta composta quando muito de seis homens; e nisto diz-se que uma Nação não deve saber senão o que sabem seis homens ou o que eles querem que se saiba. Para qualquer poder falar, para poder obrar no país mais despótico do Mundo, nunca foi obrigado a consultar a vontade de uma Junta; por que razão não terá ele o mesmo direito quando escreve em Portugal? No primeiro caso compara-se a acção do Cidadão com a Lei e aplica-se-lhe depois a pena, se ele tem abusado; e neste pretende-se que ele seja punido antes de delinquir, principiando por tirar-lhe a Liberdade, que é o maior castigo que se pode dar ao homem e ao Cidadão, porque o priva do maior direito. Mas diz-se que o bem da Sociedade pede que em tal caso se modifique este direito, assim como acontece no uso da propriedade; eu porém, convindo no princípio, nego a sua aplicação, porque não vejo, nem alguém mostrou ainda, a necessidade ou a utilidade da medida, e era preciso primeiramente ter provado uma e outra coisa.
Com glória da minha pátria, tenho ouvido que todos os Ilustres Preopinantes convêm na liberdade de Imprensa em matérias que não sejam religiosas ou morais, porque os poucos que julgaram necessária a Censura prévia declaram que era tanto quanto podia isso prevenir o ataque feito aos costumes ou à decência pública. Assim vem a questão somente a limitar-se ao artigo 1U: das bases, que fala do direito reservado aos Bispos, em matérias religiosas, para poderem censurar a doutrina e da obrigação do Governo em os auxiliar para castigo dos delinquentes no abuso.
Aqueles que opinaram pela liberdade de Imprensa em matérias políticas supuseram que ela não atacaria o Edifício social, e portanto não podiam supor, agora, que ataque o Edifício religioso, porque os homens não mudam tão facilmente de ideias religiosas como de ideias políticas. Mas se se admite o risco próximo e imediato da destruição da Sociedade, não havendo Censura prévia, como querem conservá-la nas matérias religiosas? Acaso poderá existir o Sacerdócio, destruído o Império?
A Religião nasceu com o homem, e há-de acabar com ele. Não se espere outra coisa. A esta certeza juntemos a promessa do Divino Pregador da crença de nossos Pais. Responde-se que ele prometeu e afiançou a existência da Igreja, mas não em toda a parte, pois que ela floresceu na Ásia e já lá não floresce. Porém acaso a liberdade de Imprensa, que não existia ainda, faria estes males nessa parte do Mundo?
Tem-se dito também e repetido que é preciso não esquecer a Reforma de Lutero e os estragos que causara no mundo, porque tudo nascera da liberdade de Imprensa: mas não será difícil mostrar que esta época tão fatal à Religião foi o resultado das relações políticas dos diversos Estados com o Império da Alemanha, das ideias desfavoráveis que os abusos da Corte de Roma fizeram nascer contra o Chefe da Igreja e, finalmente, do estado das luzes que séculos antes principiavam a raiar na Europa, ainda antes da invenção da Imprensa.
De tudo fácil é deduzir que a liberdade de Imprensa em matérias de Religião apenas pode causar algum escândalo às almas piedosas enquanto o Bispo não declara o erro da doutrina e o Governo não castiga o delinquente; mas isso é um mal de pouca monta se se consideram os outros que nascem do sistema contrário.
Se, para evitar o escândalo, se deseja uma Censura prévia e proveitosa, vigiem os Pastores nos rebanhos, mas vigiem com cuidado: preguem as verdades da Religião; ensinem a moral com a palavra e com o exemplo de suas acções verdadeiramente apostólicas e não se tema que uma ou outra ovelha desgarrada deixe de voltar ao curral; e, enquanto não volta, não se tema também que as outras sigam seu exemplo. Se o escândalo produzisse necessariamente esse resultado, teria acabado a moral e até a ideia de um Deus; porque os escândalos existem desde que existem os erros e os pecados.
Que na Espanha se deixasse aos Bispos a Censura prévia nestas matérias, não é para mim argumento: os Espanhóis tiveram os seus motivos; nós podemos ter outros 13. Em Portugal nunca os Bispos censuraram um livro antes de se imprimir, e eu não entendo que seja necessário conceder-lhes agora essa autoridade quando vamos fazer uma Constituição Liberal. Diz-se que a Nação não está preparada para tanta luz: o uso sublime da razão é dote do homem de qualquer país: não aniquilemos tanto os Portugueses.
Ninguém nega que seja melhor prevenir os crimes do que castigá-los; mas nego eu que a Censura prévia previna os abusos que se podem seguir da liberdade de Imprensa. Ou um Escritor teme as penas da Lei que lhe proíbe atacar a Religião e os costumes, ou não teme. No primeiro caso não escreve, e escusa-se portanto Censura prévia; no segundo escreve sempre, e é inútil por isso essa Censura.
in Augusto da Costa Dias, Discursos sobre a Liberdade de Imprensa no Primeiro Parlamento Português (1821),
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Efeméride
Alistamento como soldado no Regimento de Infantaria de Lagos
do futuro Santo António de Lisboa
24 de janeiro de 1668
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
domingo, 8 de janeiro de 2017
domingo, 1 de janeiro de 2017
Artes
Urgente
Urgente é construir serenamente
seja o que for, choupana ou catedral,
é trabalhar a pedra, o barro, a cal,
é regressar às fontes, à nascente.
É não deixar perder-se uma semente,
é arrancar as urtigas do quintal,
é fazer duma rosa o roseiral,
sem perder tempo. Agora. Já. É urgente.
Urgente é respeitar o Amigo, o Irmão,
é perdoar, se alguém pede perdão,
é repartir o trigo do celeiro.
Urgente é respirar com alegria,
ouvir cantar a rola, a cotovia,
e plantar no pinhal mais um pinheiro.
Poesia II (1969)
Subscrever:
Mensagens (Atom)