Acerca da representatividade do Estado numa lógica de conflito |
Hoje convivemos democratcamente, sem que as maiorias esmaguem as minorias. A nossa sociedade é plural, mas há muito se tornou evidente a falta de uma organização ido sistema político conveniente à eficácia dos seus propósitos. É necessário continuar com firmeza o que politicamente se tem mostrado eficaz, mas é também necessário sermos capazes de uma profunda reestruturação. Enquanto se reformula a nossa existência social e cultural para uma nova economia temos de realizar referências estáveis ao nosso viver democrático, de outro modo, continuará o que tem sido expresso como problema. Considero que a democracia portuguesa alcançou uma idade de passagem. Para transformarmos a situação presente, que envolve problemas sociais e económicos muito graves, para operar a transformação requerida, a nível nacional e na pertença à União Europeia, as respostas adequadas terão de ser perspectivadas, já não com remendo sobre remendo, mas por resposta democrática, por uma resposta portuguesa e por uma democracia melhor. É necessário adicionar na nossa sociedade um eixo institucional favorável ao consenso estratégico, sem o qual a recuperação económica, o reforço da produção para a transacção, a abertura externa e a modernização, a orientação do investimento público para o crescimento da produtividade, a intensificação da produção de pensamento estratégico, taõ determinantes para o bem comum, oscilam, definham e se perdem. De outro modo, sem esta perspectiva instituicional de longo prazo, o custo da
mudança é maximizado e a eficácia política é descontinuada, e, enquanto
os recursos e as circunstâncias oscilam, os objectivos são dispersados.