«(…) homẽ anda no mar d'este mundo, onde he continuamente combatido das ondas d'elle em especial pois todos andamos naquella taboa depois do primeiro naufrágio (...).»
D.Afonso V in Carta a Gomes Eanes de Zurara, 1467
«(…) diremos que o mito
de Prometeu que serviu de estandarte à aventura humana durante dois séculos, no
pós-Iluminismo, já não corresponde às aspirações do homem contemporâneo. Um
novo mito, o de Noé, começou a ocupar o seu lugar. Este mito diz-nos que entrámos
numa era de salvaguarda, na qual a maior preocupação já não é mudar o mundo,
mas sim salvá-lo. A forma actual de estar presente no mundo envolve a memória.
O mundo precisa de se abrigar no pensamento rememorativo, de se refugiar na
recordação.»
Luís Aires-Barros in A Arte no Tempo, 2012