sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Atualidades




Os atores políticos envolvidos pelo movimento das circunstâncias acabam sempre por desapontar, frustrando não somente as suas próprias e iniciais expetativas como aqueles que foram delas recipientes. Mas a política permanecerá sempre como fonte de novo começo, novas vias, renovação de esperanças. Os ciclos políticos duram aproximadamente dez anos e nem sempre coincidem com a representações democráticas que lhes deram início. Assim, temos diferentes partidos a percorrer os mesmos princípios de governança e poucos são os partidos que possuem compromissos além de sua imaginação política (PSD/PS/CDS). 
 
Porém, é a própria representação democrática que está a ser contestada com especial veemência, e especialmente em dois vetores. Primeiro vetor, por supostamente defender outros interesses que não os do bem-comum. Segundo vetor, o facto das assembeias representativas terem o poder de se atribuirem a si mesmas privilégios, aumentos, recebimentos pelo voto arrecadado, etc. Esta reclamação está generalizada, mas é pelas margens que cresce e em todas as democracias, fazendo subir ora os níveis de abstenção ora a conflitualidade extremada. 
 
As consequências da crise financeira puseram em causa as políticas económicas que vinham sendo seguidas e criaram oportunidades para mover o centro de gravidade de forma significativa para a esquerda. Mas sem que a esquerda, contudo, tenha sido apta a convencer suficiente eleitorado de que suas políticas económicas são possíveis, por não serem claras, capazes de renovação ou mesmo viáveis. Nem tampouco geraram energia para atrair num só pólo um grande número de jovens nem encorajaram os indecisos a tomar outro caminho devido ao peso que transportava o principal partido da oposição em termos de condutas ilícitas no passado recente.

O sucesso da esquerda deveu-se mais ao protesto informal anti-políticos que se tornou a marca atual das mudanças políticas na Europa.

Entre as razões mais claras deste desvio é a tendência para o equilíbrio das políticas que têm vindo a ser seguidas e o discurso defensivo que se arraigou no centro desde há muito tempo.(cont.)
                                                                                                                                                                                                                                                                PFC