quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Por uma democracia melhor



   Será a relevância que atribuirmos à defesa da democracia, de uma melhor democracia, de uma melhor sociedade e de uma política mais credível, que permitirá aos portugueses ultrapassar as convenções preconceituosas do republicanismo. Também o absolutismo ou o imperialismo napoleónico incorporaram ideais igualitários, assim como esta democracia republicana, mas a convivência democrática portuguesa não haverá de converter-se ainda mais na profundíssima desigualdade em que está instalada, pois a monarquia constitucional é a mais avançada forma política e social presente na política europeia.
  A ordem democrática do Estado, poliárquica, equilibrada e descentralizada, pela divisão de poderes, apesar de suas difíceis equações e imperfeitos arranjos, proporciona mais garantias sociais, económicas e políticas do que qualquer ideário de época. Assim é que, como recentemente escreveu André Azevedo Alves, «(...) tanto no terrorismo de Estado que caracterizou boa parte da 1ª República como no caos e excessos revolucionários do PREC, a preservação da liberdade em Portugal só foi possível pelo enraizamento profundo em boa parte da população de valores, crenças e preconceitos – a favor da propriedade privada ou da fé católica, por exemplo – que a levaram a resistir firmemente ao progressismo utópico das elites revolucionárias.».
                                                                                                               PFC