Será
a relevância que atribuirmos à defesa da democracia, de uma melhor
democracia, de uma melhor sociedade e de uma política mais credível,
que permitirá aos portugueses ultrapassar as convenções
preconceituosas do republicanismo. Também o absolutismo ou o
imperialismo napoleónico incorporaram ideais igualitários, assim
como esta democracia republicana, mas a convivência democrática
portuguesa não haverá de converter-se ainda mais na profundíssima
desigualdade em que está instalada, pois a monarquia constitucional
é a mais avançada forma política e social presente na política
europeia.
A
ordem democrática do Estado, poliárquica, equilibrada e
descentralizada, pela divisão de poderes, apesar de suas difíceis
equações e imperfeitos arranjos, proporciona mais garantias
sociais, económicas e políticas do que qualquer ideário de época.
Assim é que, como recentemente escreveu André Azevedo Alves, «(...) tanto no terrorismo de Estado que caracterizou
boa parte da 1ª República como no caos e excessos revolucionários
do PREC, a preservação da liberdade em Portugal só foi possível
pelo enraizamento profundo em boa parte da população de valores,
crenças e preconceitos – a favor da propriedade privada ou da fé
católica, por exemplo – que a levaram a resistir firmemente ao
progressismo utópico das elites revolucionárias.».
PFC