(...) Tão de repente,
Realidade, tu poisaste o teu pé
Nas pegadas do mar, disseste
águas, exorbitaste dos olhos,
e repetiste: lágrimas. Chamaste
a coroa das palavras, o nome
de todas as palavras, neste lugar:
a língua, no tempo de Portugal. (...)
Fiama Hasse Paes Brandão,
«Teoria da Realidade. Tratando-a por tu» (excerto)
in Cenas Vivas, Lisboa, Relógio D'Água, 2000 (1997)