Assegurar
a eficácia a objectivos políticos comuns à democracia requer uma
discussão que considero inadiável. Usufruindo de liberdade e
democracia, falta-nos ainda o ajuste institucional, o concerto devido
à experiência política das últimas décadas e perante o futuro.
Pois não é somente por dispositivos técnicos, económicos ou
financeiros, mas também pela diferença política, cultural e
institucional, que nos dinamizaremos positivamente. As políticas
que por consenso democrático usufruíram de continuidade, e foram
efectivamente prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na
comparação internacional. Contudo, uma profunda transformação
económica exige uma transformação cultural e política. Se têm
sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de
comportamento, penso haver ficado já clara a necessidade de
construir uma renovação dentro do próprio sistema político. É
necessário elaborar uma solução democrática, com pessoas
vocacionadas para a administração do interesse público, com uma
assembleia forte, capaz de soluções positivas e ampliando a
representação do todo nacional pela monarquia, unidade sem
divisões, completamente apartidária, universalmente aceite, que
evidencia valores comuns, que evidencia a lógica da participação
sobre a lógica do confronto, uma instância de unidade, de
equilíbrio, de estabilidade, acolhimento e voz de sequência
estratégica. Entendo ser necessário afirmar uma estrutura
política que permita uma vida democrática mais completa, onde o
semicírculo parlamentar se complete com uma mesa estável para os
acordos estratégicos fundamentais, e geracionais, permitindo a continuidade
daquelas políticas que sejam considerados objectivos comuns à
democracia.