terça-feira, 8 de setembro de 2020

D.Pedro II em destaque na biblioteca digital da BN

 Reais aparatos em Lisboa: arquitetura efémera nas festas de casamento de D. Pedro II

A 12 de agosto de 1687 casou-se D. Pedro II com Maria Sofia de Neuburg em Lisboa, no meio de grandes celebrações, para as quais se construíram magníficos arcos triunfais, pórticos e estatuária, um labirinto, para além de um imponente desfile de embarcações no Tejo com fogos de artifício. Os vários cenários destas festas foram registados no álbum de desenhos de João dos Reis (1639-1691), matemático jesuíta de origem alemã de nome Johann König. O manuscrito compreende 30 desenhos, 4 deles aguarelados.

REIS, João dos, 1639-1691, S.J.
http://purl.pt/26151

 

1-Copia dos reaes aparatos

Lisboa adornou-se com arcos triunfais, pórticos e outras construções efémeras, erguidas nas ruas onde deveria passar o cortejo real.

 

2-Copia dos reaes aparatos

Alegoria da aliança de Portugal com a Alemanha na folha de rosto.

 

3-Copia dos reaes aparatos
Bergantim do Rei.

A esquadra inglesa que trouxe até ao Tejo a nova soberana portuguesa, foi escoltada por 24 bergantins ricamente decorados, e dirigidos pelo bergantim real, onde seguia D. Pedro. Juntos os monarcas, saudaram as embarcações e passaram o primeiro pórtico, o da Casa da Índia,  a caminho da capela real, para as bênçãos nupciais.

 

4-Copia dos reaes aparatos

Vista do Paço da Ribeira, com o torreão junto ao Tejo, e o jardim de estilo francês, segundo o do palácio do Conde da Ericeira, com as fontes, estátuas italianas, golfinhos e a representação dos fogos de artifício.

 

5-Copia dos reaes aparatos

Arco dos Franceses.

Os arcos e pórticos – de estrutura de madeira – , eram cobertos com várias camadas de gesso e tecido, depois pintados e decorados com sanefas, panejamentos e pedras coloridas. Coube à câmara da cidade a organização das festividades, com todos os seus aparatos, forçosamente dispendiosos.

 

6-Copia dos reaes aparatos

O arco dos alemães, que exaltava os antepassados da Rainha, decorado com divindades da mitologia clássica.

Pedestais, nichos e pilastras serviram de painel às variadas alegorias exaltadoras dos monarcas, baseadas em figuras da mitologia clássica, e acompanhadas da respetiva divisa em latim.

Este manuscrito pertenceu à livraria dos Condes de Tarouca (casas de Alegrete, Tarouca, de Penalva e de Vilar Maior), adquirida pela Biblioteca Nacional de Portugal em 1971. Manuel Telles da Silva, 1.º Marquês de Alegrete, foi embaixador extraordinário e negociador neste casamento.