terça-feira, 22 de julho de 2014

Pensamento e arte




 «O que se faz hoje será o que haverá amanhã.»
Dantas Pereira, 01 de Outubro de 1801

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Artes


Changer l'avenir












«Dans peu de temps, la France comportera davantage d'agents de sécurité privés que d'agents des forces de lórdre, avec un point de croisement autour de 200.000 professionnels», explique Stéphane Schmll dans S&D Magazine (Juin-Aout 2014) un organe des entreprises de sécurité.»


Mas recorda Demóstenes e a ascensão da  Monarquia Macedónica na Hélade.

Good negatives

Dinamarca
A negative deposit rate would tend to push down the value of the euro against the dollar and other currencies, because investors would earn little or no return on euros. [and revert a lot of money from the north to the south where it belonged at the start 2008 crisis].  

Jack Ewing (Sintra, Portugal), «E.C.B.seeks a strategy for staving off deflation», International New York Times, Tuesday, May 27, 2014, p.15

Bondades



Meu querido Conde,

«Ontem por causa da chuva, que não cessou todo o dia de cair, não mandámos ao correio; por isso só esta manhã é que tive o prazer imenso de receber a sua carta.» (1861)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pensamentos



(...) meus pecados são os que tudo me estorvam (…)

D.Francisco de Portugal (14801549)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Corrigir a inclinação do sistema a repetir problemas



 Se, outrora, a persistente hegemonia de uma linha ideológica se demonstrou prejudicial ao País, tampouco é o atual pluralismo político e cultural do País que, por si só, é capaz de espontaneamente fabricar a eficácia política que universalmente reconhecemos tanto carecer. Consideremos, pois, uma instituição política apartidária que acolha a afirmação estratégica democrática, que sublinhe a necessária continuidade de políticas para objetivos comuns à democracia, para o desenvolvimento social, que realize uma lógica de participação e não reproduza a lógica de conflito. A Instituição Real é essa instância que a democracia portuguesa carece para amadurecer positivamente.

Artes


Pensamentos


(...) though red is relatively simple and isolatable in comparison to the red tones of the sunset, its simplicity and independence is not its original and primitive character (LW 2:51). The simplicity is rather the “product of discerning analysis purposefully taken, as much so as the chemical determination of hydrogen as simple and different from water the compound” (LW 2:51). In addition, it may give insight into reflection upon how knowledge and experience of emotion modifies the ability to experience them, just as knowing colors and how they function may increase someone’s perception of color.

@ Dina Mendonça, Pattern of Sentiment – Following a Deweyan Suggestion, Instituto de Filosofia da Linguagem, Universidade Nova de Lisboa, 2010?, p.22

Artes

José Júlio de Sousa Pinto (1907)


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Depois a cultura fechou-se em livros e os analfabetos e os pobres foram rejeitados

António Pedro Ferreira

"1 - A ARTE deve ser livre porque o ato de criação é em si um ato de liberdade. Mas não é só a liberdade individual do artista que importa. Sabemos que quando a Arte não é livre o povo também não é livre. Há sempre uma profunda e estrutural unidade na liberdade. Onde o artista começa a não ser livre o povo começa a ser colonizado e a justiça torna-se parcial, unidimensional e abstrata. Se o ataque à liberdade cultural me preocupa tanto é porque a falta de liberdade cultural é um sintoma e significa sempre opressão para um povo inteiro.
2 - NÃO PENSO que exista uma arte para o povo. Existe sim uma arte para todos à qual o povo deve ter acesso porque esse acesso lhe deve ser possibilitado através dos meios de comunicação. Primeiro os "aedos" cantaram no palácio dos reis gregos "o canto venerável e antigo". Era uma arte profundamente aristocrática. Depois os rapsodos cantaram esse mesmo canto na praça pública. E Homero, foi, como se disse, o educador da Grécia. Isto é: a cultura foi posta em comum. E por isso os gregos inventaram a democracia. A política começa muito antes da política.
Penso que nenhum socialismo real será possível se a cultura não foi posta em comum. Quando o aedo, ou poeta medieval cantavam na praça o seu poema era ouvido por todos, mesmo pelo analfabeto. E viajava por todo o país e de país em país: por isso o mirandês canta Mirandolim-Marlbourg.
Depois a cultura fechou-se em livros e os analfabetos e os pobres foram rejeitados. Tudo se tornou mais complexo e complexado. As comunidades foram divididas e cada homem foi dividido dentro de si próprio. Será preciso um enorme paciente e múltiplo e obcecado esforço para construir o mundo de outra maneira. E é preciso que nenhum dirigismo esmague esse esforço.
É evidente que no mundo atual encontramos a par da arte uma meta-arte. O cubismo é uma meta pintura, uma pintura sobre a pintura. Arte e meta-arte alimentam-se e inspiram-se mutuamente e penso que este é um dos caminhos, uma das possibilidades. Foi a ler Proust e Rimbaud que aprendi a escrever para crianças. O simplismo e o populismo nunca conduzirão a nada. Se João Cabral de Melo é capaz de escrever uma obra como "Morte e Vida Severina" é porque é capaz de escrever "Uma Faca só Lâmina". "Morte e Vida Severina" é um poema que todos entendem, mas nele as imagens são tão precisas, e os versos tão densos como em "Uma Faca só Lâmina".
Creio que o "poema para todos" é, dentro da cultura em que estamos, o poema mais difícil de escrever. Creio que esse poema é necessário e por isso tenho procurado encontrar um caminho para ele. Por isso em "Livro Sexto" invoquei 

O canto para todos
Por todos entendido
Mas sei que esse poema não se programa. E por isso, já depois do 25 de abril escrevi:

Um poema não se programa
Porém a disciplina
Sílaba por sílaba
O acompanha
Mas a disciplina do poema não é a da política. 
O poema é disciplinado pela sua própria necessidade.

Nem o próprio artista se pode programar a si próprio. O Ministro da Comunicação Social disse que os períodos revolucionários não eram propícios às artes de vanguarda. Não podemos esquecer que também Hitler e Salazar não se entendiam bem com a arte de vanguarda e que ambos a perseguiam. Um verdadeiro período revolucionário está aberto a todas as formas de criação.
3 - É EVIDENTE que há incoerência. As campanhas de dinamização são mais políticas do que culturais. Fazem um doutrinamento político que deve ser feito pelos partidos. Pois não há doutrinamento apartidário. Não há angelismo político. Um doutrinamento político que se apresenta como apartidário é necessariamente ambíguo.
Vivemos no pluralismo. Mas não queremos viver na ambiguidade. Queremos que o pluralismo seja nítido e declarado com clareza. Que todo aquele que exerce uma atividade de doutrinamento político diga aos outros o partido a que pertence ou que apoia.
Queremos uma revolução clara. Queremos a clareza e a coerência dessa clareza. Este país tem neste momento uma intensa consciência da necessidade de clareza.
A política é um capítulo da moral. O povo que somos votou conscientemente e quer a política que escolheu. Queremos justiça social concreta mas sabemos que essa justiça só se poderá construir na liberdade e na verdade.
Sabemos muito claramente o que não queremos. Não queremos a violência, não queremos que a liberdade seja sofismada. Não queremos nem inquisições nem perseguições. Não queremos política da terra queimada. Não queremos política imposta. E no plano da cultura queremos acima de tudo que a política não seja anti-cultura.
A demagogia é a traição cultural da revolução. Porque a demagogia é a arte de ensinar um povo a não pensar. Um provérbio africano diz: Uma palavra que está sempre na boca transforma-se em baba. Não queremos continuar a suportar a baba dos slogans.
Querer fazer política cultural quando os meios de comunicação estão inundados de demagogia é uma incoerência radical. O ministro da comunicação referiu-se ao facto de o trabalho dos artistas ser agora pago pelo povo. Também muitos jornais são agora pagos pelo povo e todos os dias custam ao povo uma despesa escandalosa.
A cultura é cara. A incultura acaba sempre por sair mais cara. E a demagogia custa sempre caríssimo."
Apud Expresso, 3 de Julho de 2014

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ramalho Eanes: entre o consenso, a indignação e a esperança

Edgar Martins (CM)

«Quando se olha para estes 40 anos, acho que os portugueses se devem orgulhar. Fizemos uma mudança de regime; instaurámos a democracia; fizemos uma descolonização; tivemos dois choques petrolíferos e um PREC; aderimos à UE e à moeda única; fizemos uma revolução na saúde; modernizámos as infraestruturas; introduzimos profundas alterações na educação, nas Forças Armadas e nas forças de segurança...Há algum país europeu que tenha feito um trabalho tão importante em tão pouco tempo?»
Apud Expresso 26 Fev 2013

Testamento poético de Vieira da Silva (1908-1992)




Maria Helena Vieira da Silva

 «Para além da sua obra pictórica, cujo valor é inegável, quer em termos estéticos, quer em termos de originalidade, deixou escrito um testamento poético, que iremos aqui recordar:

Eu lego aos meus amigos

Um azul cerúleo para voar alto.
Um azul cobalto para a felicidade.
Um azul ultramarino para estimular o espírito.
Um vermelhão para o sangue circular alegremente.
Um verde musgo para apaziguar os nervos.
Um amarelo ouro: riqueza.
Um violeta cobalto para o sonho.
Um garança para deixar ouvir o violoncelo.
Um amarelo barife: ficção científica e brilho; resplendor.
Um ocre amarelo para aceitar a terra.
Um verde veronese para a memória da primavera.
Um anil para poder afinar o espírito com a tempestade.
Um laranja para exercitar a visão de um limoeiro ao longe.
Um amarelo limão para o encanto.
Um branco puro: pureza.
Terra de siena natural: a transmutação do ouro.
Um preto sumptuoso para ver Ticiano.
Um terra de sombra natural para aceitar melhor a melancolia negra.
Um terra de siena queimada para o sentimento de duração.»

Joana Baião, Vieira da Silva, Quidnovi, 2010.

Artes


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Artes


With strings



«(...) [The] increase in the euro's value against the dollar since 2011 had driven down the price of commodities such as fuel in euro terms, contributing to low inflation. (…) [The] central bank might take steps to encourage banks to lend more. (…) [Mario Draghi also] cited data showing that even profitable companies in (...) Portugal have trouble getting banks loans. (…) [One-third] of Portuguese companies face credit constraints, Mr Draghi said, compared with only 1 percent in Germany and Austria. (…) There has been speculation the European Central Bank might issue cheap loans to euro zone banks, with strings attached to ensure they lend the money to businesses rather than investing bonds, as that happened in the past.

Jack Ewing (Sintra, Portugal), «E.C.B.seeks a strategy for staving off deflation», International New York Times, Tuesday, May 27, 2014, p.15

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Controvérsia, um mês depois


I
«Social media lets us pretend to know something about everything. In reality, we've outsourced our opinions. (…) The data stream can't be shut off. It pours into our lives a rising tide of words, facts, jokes, GIFs, gossip and commentary that threatens to drown us.»
Karl Taro Greenfeld @ The End of Cultural Literacy, INYT, 27 de Maio 2014
II

A amplitude do campo de produção informativa (sobretudo na rede digital) apenas permite um panorâma impressionista. Penso que não há problema quanto a isso, enquanto houver consciência de que as fontes de informação irregulares estão sujeitas à propaganda, isto é, à manipulação, pois não se encontram institucionalizadas na democracia e não respondem a tutelas políticas e a organismos sancionatórios (conselhos de redação etc). No entanto, ficamos preocupados quando questionando os estudantes acerca da temática que os preocupa, como resposta não obtemos referências relativamente à sua própria localidade, à sua própria situação existencial, à sua direta interação, mas a tudo o que vem dos meios de comunicação de massa.
P.F.C. 25-27 de Junho 2014


Sintomas




«Não podia acreditar. Era como uma estranha. (...) [Estava] sempre a entrar e a sair. Nunca se sabia com o que contar.»
                                                              Renata (Diane Keaton)

Woddy Allen, Interiors, 1978

Artes