terça-feira, 17 de março de 2015
Poesia
Eu não sou quem fiquei; o meu delito
Lá anda atrás de forma mal formada
Pelo convés do vento, p´la amurada
Do mar interno e franco onde me agito.
Passaporte caduco...As fronteiras que invado
São migalhas de sombra e restos de sentido.
Tudo é fragmento em verbo diluído
Através do convés lentamente embalado.
Eu não sou quem, atado, coincide
Com foto de cartão de identidade.
Sou memória dum mundo que me invade,
Sou espaço que o ar prensa e divide.
José Martins
Garcia in No Crescer dos Dias, 1996
segunda-feira, 16 de março de 2015
sexta-feira, 6 de março de 2015
Primavera
José Julio de Souza Pinto
Apanhando flores, óleo sobre tela, séc. XIX-XX, Museu do Chiado, MNAC
A colheita de batatas, óleo sobre tela, 1898 - Museu d'Orsay
quarta-feira, 4 de março de 2015
Poesia (Mar)
(...)
Espumoso como um vinho singular,
Salgado e azul,
Só bebido por náufragos
E nascituros
Da terra, a olhar-te,
Embebedam-se os olhos
Dos poetas.
Mas excedes, também, os versos do seu canto.
Oceano, oceano, oceano,
Grita do céu uma gaivota inquieta.
Desamparada, a asa do finito
Mede, aterrada, as léguas de infinito...
Miguel Torga, «Mar» in Diário IX, 1963
terça-feira, 3 de março de 2015
sábado, 28 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Dueto de poesia
mais quero ua dor segura,
vá crêlas vãas esperanças
quem nam sabe o qu'aventura.
Trova de Bernardim Ribeiro
O tempo tem poder tal,
que faz do servo isento,
faz do liberal avarento,
do avarento liberal.
E pois vosso natural
de guardar mudou em dar,
nam vos deve de lembrar (...)
Trova de Anrique da Mota
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Apontamentos
O ofício do Rei
«…monarquia é: um projeto de
futuro baseado numa estratégia nacional de desenvolvimento e de continuidade
que reforça e respeita a identidade própria…»
Teresa Côrte-Real, 16.05.14
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Poesia
«É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...»
Miguel Torga
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Sabedoria
Kenneth Clark 'A Stick in the Mud...'
At this point I reveal myself in my true colours, as a stick-in-the-mud. . . . I believe that order is better than chaos, creation better than destruction. I prefer gentleness to violence, forgiveness to vendetta. On the whole I think that knowledge is preferable to ignorance, and I am sure that human sympathy is more valuable than ideology. I believe that in spite of the recent triumphs of science, men haven’t changed much in the last two thousand years; and in consequence we must still try to learn from history. History is ourselves. I also hold one or two beliefs that are more difficult to put shortly. For example, I believe in courtesy, the ritual by which we avoid hurting other people’s feelings by satisfying our own egos. And I think we should remember that we are part of a great whole, which for convenience we call nature. All living things are our brothers and sisters. Above all, I believe in the God-given genius of certain individuals, and I value a society that makes their existence possible. . . . @JPP
At this point I reveal myself in my true colours, as a stick-in-the-mud. . . . I believe that order is better than chaos, creation better than destruction. I prefer gentleness to violence, forgiveness to vendetta. On the whole I think that knowledge is preferable to ignorance, and I am sure that human sympathy is more valuable than ideology. I believe that in spite of the recent triumphs of science, men haven’t changed much in the last two thousand years; and in consequence we must still try to learn from history. History is ourselves. I also hold one or two beliefs that are more difficult to put shortly. For example, I believe in courtesy, the ritual by which we avoid hurting other people’s feelings by satisfying our own egos. And I think we should remember that we are part of a great whole, which for convenience we call nature. All living things are our brothers and sisters. Above all, I believe in the God-given genius of certain individuals, and I value a society that makes their existence possible. . . . @JPP
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Efeméride
- 1488 – Bartolomeu Dias desembarca em Mossel Bay, na África do Sul, após dobrar o cabo da Boa Esperança, sendo o primeiro europeu a fazê-lo.
"Mais ia por diante o monstro horrendo
Dizendo nossos fados, quando alçado
Lhe disse eu: — Quem és tu? que esse estupendo
Corpo certo me tem maravilhado.—
A boca e os olhos negros retorcendo,
E dando um espantoso e grande brado,
Me respondeu, com voz pesada e amara,
Como quem da pergunta lhe pesara:
— "Eu sou aquele oculto e grande Cabo,
A quem chamais vós outros Tormentório,
Que nunca a Ptolomeu, Pompônio, Estrabo,
Plínio, e quantos passaram, fui notório.
Aqui toda a Africana costa acabo
Neste meu nunca visto Promontório,
Que para o Pólo Antarctico se estende,
A quem vossa ousadia tanto ofende.
Lusíadas, Canto V, 49-51
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Diálogo 80 anos depois
Que será outra
cousa a terra que nos gastar
senão carne
dos nossos pais e avós, filhos e parentes?
Damião Peres
«A
ética política e social cedeu o lugar à ética individual.
Simultaneamente, saltam-se as barreiras do orgulho e da raça, e os
pensadores começam a sentir-se cidadãos do mundo; o ideal nacional
do homem é substituído por um ideal abstracto e cosmopolita.» Augusto
Messer, História da
Filosofia, I, (trad.
Adolfo Casais Monteiro), Ed. Inquérito, Lisboa, 1946 (orig.1935),
116.
«Não
é, porém, nesta universalização abstrata que se realiza o processo
da humana aprendizagem, pois é a nacionalidade e o seu mundo de
referências culturais, que propõe a identificação pessoal pela
participação numa comunidade e numa continuidade histórica,
permitindo a solidariedade mais larga do que o horizonte primeiro e
local. Somente após este desenvolvimento de participação na instância
nacional torna-se possível então o universalismo e o cosmopolitismo.» PFC
Dedicado especialmente a ARD
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Adeste Fideles
«D. João IV escreveu um conjunto de obras
sobre música, coligiu uma das maiores bibliotecas sobre o assunto a
nível mundial - infelizmente perdida na sequência do terramoto de 1755 -
e fundou uma escola internacional de música em Vila Viçosa. Foi ele
quem argumentou, e convenceu a Igreja de Roma a aceitar música
instrumental nas igrejas. Também foi compositor.
Entre as obras mais reconhecíveis nesta
época Natalícia está uma sua. Ouvida nas ruas e parques gélidos de
américa do norte, nos centros das grandes cidades europeias, nas suas
igrejas e catedrais e nas suas mais pequenas aldeias, nos concertos de
Natal desde o mais humilde ao mais profissional, nos trópicos dos nossos
países irmãos e mesmo nas antipodas, passando por todo o tipo de
estabelecimeto comercial e elevadores de variada dimensão, é por vezes
denominada o "Híno Português", mas conhecêmo-la melhor pelo seu título
original em latim: "Adeste Fideles".
Embora a sua autoria seja discutida, há
manuscritos datados de 1640 encontrados no Palácio de Vila Viçosa que
sustentam a sua autoria pelo soberano português.»
in http://monarquia-portugal.blogs.sapo.pt/o-natal-de-dom-joao-iv-5708
Cartógrafo português Luís Teixeira desenhou a carta em 1585, mais de um século antes da que era até agora referenciada como a primeira
H Leitão |
J Alves |
A carta náutica não estava escondida, nem nada que se pareça. Faz parte do acervo do Museu da Marinha e Armando Cortesão reproduziu-a no seu monumental Portugaliae Monumenta Cartographica, de 1960. O investigador Henrique Leitão, no entanto, nunca a tinha visto - até há meia dúzia de meses. Nessa altura, quase teve um sobressalto. Desenhada pelo cartógrafo português Luís Teixeira, por volta de 1585, aquela é a primeira carta que assinala, muito antes de qualquer outra, as linhas do magnetismo terrestre. Foi isso que revelou a análise do mapa pelo físico e historiador de ciência Henrique Leitão e por Joaquim Alves Gaspar, especialista em cartografia do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa."Quando vi o documento, numa conferência do comandante Nuno Costa Canas, diretor do Museu da Marinha, pensei de imediato: tenho de estudar esta carta", recorda. As tais linhas (têm um traçado curvo, no mapa aqui reproduzido), chamaram-lhe a atenção. E o trabalho feito pelos dois investigadores confirmou que representam o magnetismo terrestre, ou a declinação magnética, tal como era na época. "Até agora, a carta mais antiga conhecida com a representação destas linhas isogónicas, ou de igual declinação magnética, que representam portanto o magnetismo terrestre, era a do inglês Edmund Halley, de 1702", explica Henrique Leitão. "Agora temos esta, desenhada por um cartógrafo português, que já tem essa representação quase 120 anos antes", sublinha, satisfeito.
[http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=4302284]
[http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=4302284]
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Mercado financeiro sobe taxas de juro à Grécia e bolsas descem
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