domingo, 7 de março de 2021

Uma instituição para o longo prazo estratégico na nossa estrutura democrática


Têm sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de comportamento, e também a sociedade solicita uma mudança política profunda porque revelam-se eloquentemente a falta de mecanismos estratégicos. A política decorre na livre contenda de interesses e opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O nosso modo de viver é plural. Mas importa identificar a falta de uma instituição para o longo prazo na nossa estrutura democrática: uma mesa de conversação continuada, de participação além do conflito, que evidencie os objetivos comuns, democráticos e estratégicos. Os ciclos políticos duram cerca de dez anos, mas os ciclos estratégicos duram cerca de trinta anos.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Apontamentos Portugueses de um Monárquico

 
    As políticas que por consenso democrático usufruíram de continuidade, e foram efetivamente prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na comparação internacional. É o caso dos cuidados materno-infantis, é o caso da investigação científica e das infraestruturas de comunicação viária e digital. Políticas concretizadas por vários governos e por diferentes partidos são hoje políticas de sucesso. Porém, preocupa-nos sobremaneira a consolidação do défice e da dívida, a sustentabilidade económica, fiscal e financeira. Se o efeito da conquista de mercados internacionais é uma contribuição decisiva para o reequilíbrio de uma balança comercial deficitária e de uma balança de pagamentos com défices crónicos, é também necessário elaborar para o mercado interno um caminho sólido e estruturado. Importantes decisões estruturais encontram-se perante o nosso futuro colectivo, decisões democráticas, decisões de sustentabilidade, decisões de cooperação. Decisões democráticas: de estratégia e de coesão social. Decisões de sustentabilidade económica e de maior autonomia alimentar. Decisões de cooperação, social e política. É necessário, pois, elaborar soluções: Soluções sociais, soluções económicas e soluções democráticas. Soluções sociais, com uma educação que corresponda a projetos de vida, ligada ao vivido e às instituições de Cultura, com práticas de cidadania e de solidariedade. Soluções para a saúde, pela prevenção e pela investigação, constituindo-se o SNS como um serviço de excelência e vanguarda. Soluções para a corrupção, com códigos de conduta que responsabilizam. 
    É necessário elaborar soluções económicas, pois o tecido produtivo não está a ser capaz de incluir as pessoas que se encontram na situação de desemprego e na pobreza. Não pode haver fome nem teto, educação e saúde a todos os portugueses. É necessário abrir oportunidades de realização económica pelas indústrias. Oportunidades de investimento e de emprego, com transversalidade, abrangendo todos os níveis de qualificação: Por uma economia do mar, que tem vetores de modernidade e de compensação; por uma economia das cidades, que se constituam em polos únicos de produção e atração; por uma agricultura sustentável ecologicamente e pela defesa de nosso património genético na agricultura; pela afirmação do empreendedorismo feminino e jovem; pelo intensificar da produção de pensamento estratégico.
 Contudo, uma transformação económica exige uma transformação cultural e política. Sem uma mudança pujante na nossa política, na nossa democracia, nada mais poderemos alcançar. É necessário elaborar uma solução democrática, com pessoas vocacionadas para a defesa do interesse público, com uma Assembleia da democracia representativa forte, capaz de soluções positivas, e, a meu ver, não menos importante, ampliando a representação do todo nacional, por uma unidade sem divisões, completamente apartidária, que evidencie valores comuns, que evidencie a lógica da participação sobre a lógica do confronto - uma instância de unidade, de equilíbrio, de estabilidade, voz da sequência estratégica e da continuidade política. Temos de realizar referências estáveis à democracia. A política decorre na livre contenda de interesses e opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O nosso modo de viver é plural. Contudo, temos de identificar, coletivamente, formas políticas comprovadas que permitam uma vida democrática mais completa. Cada época procura encontrar formas adequadas para expressar os eternos valores humanos que pretende viver.    Defendo, pois, um regime democrático com uma instância apartidária, que represente as referências nacionais, voz do consenso democrático, voz da necessária continuidade estratégica.     Defendo uma transformação positiva que não cinda a nossa história, que realize equilíbrio de poderes, que contenha órgãos de controvérsia e órgãos de acordo, que ajude a permitir, equilibradamente, tanto as alternativas como os consensos, o direitos e os deveres cívicos. 
    O nosso modo de viver já foi sulcado por mudanças profundas. Sabemos, portanto, que por nossas mãos a situação pode transformar-se. O nosso percurso, social e económico, foi constituído por alguns poucos anos de entusiasmo e por muitos de preocupação. Recuso, porém, atribuir atrasos e percalços a defeitos nacionais, mas à falta de continuidade estratégica, à insuficiente modernização, à preferência pelas redes clientelares em vez da preferência pela competitividade. Todavia, é injusta a visão de bloqueio, de astenia e de cinzentismo. A ideia presente para o País é de dificuldade, de muita dificuldade, mas é também de construção, de criatividade e de expansão. 
  Monarquia e democracia é comprovadamente uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico. Monarquia e Assembleia Democrática é um regime reconhecido, é o equilíbrio na livre contenda e é perspetiva na voragem do tempo.
    Sou monárquico pela certeza que a Restauração traz a Portugal. Associo a monarquia à defesa dos valores mais altos, à defesa da liberdade sobre as opressões, à defesa da soberania, à defesa da pessoa sobre interesses sem rosto. 
    A pertença a uma comunidade com um representante histórico é determinante para a evolução do País.   Posto o que temos vivido e aprendido, tenho confiança na nossa história. O futuro tem um passado, um passado que nos acrescenta e consolida, e tem uma democracia que nos atualiza.
    Há alguns anos atrás lutámos pela democracia, lutemos agora por uma democracia melhor. Só por uma democracia renovada pela monarquia constitucional poderemos alcançar unidade na livre diversidade, voz da continuidade estratégica, equilíbrio de poderes, promoção apartidária das referências nacionais. 
   Requer-se, a meu ver, cada vez com mais premência, um regime que, além do semicírculo do confronto e das alternativas políticas tenhamos uma mesa para os consensos democráticos e sua monitorização, com todas as lideranças políticas além e ou com o Conselho de Estado. Com a monarquia constitucional e com a expressão da soberania popular, a democracia, a Instituição Real é aquela instituição que sem peias eleitorais (como a Justiça, ou as forças de segurança, por exemplo), sem obediências partidárias e ideológicas, que permite representar o Estado em plena liberdade soberana. Os desígnios estratégicos, que tanto aprofundará o nosso vetor de modernidade como de compensação, fica para mim claro que requer mais do que um voluntarismo um regime consoante com estratégias profundas, geracionais. Não podemos ter confiança no eleitoralismo e no populismo.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Apontamento Monárquico

 


A expressão república é muitíssimo anterior, em muitos séculos, ao regime republicano. República é a Res Publica, que pode significar aquilo que diz respeito ao coletivo, aquilo que é comum e diz respeito a todos, et caetera. Benjamin Franklin deixou-nos esta frase preciosa: «When asked if America's new government was a republic or a monarchy, Benjamin Franklin supposedly responded: "A republic, if you can keep it".» Ora, aqui temos nesta frase atribuída a um republicano duas considerações a meu ver importantes: Que o regime republicano é frágil, e, que não pode ser defendido a todo o custo.

Imagens de Portugal

 


quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Em 07 de janeiro 1325 sobe ao trono D.Afonso IV

 

 

Afonso IV, O Bravo, cognome ganho na Batalha do Salado, nasceu em Lisboa, 8 de fevereiro de 1291 e falece a 28 de maio de 1357 também em Lisboa com 66 anos. Era um dos filhos do rei Dinis I e da sua esposa Isabel de Aragão (canonizada como Santa Isabel).


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Em 06 de janeiro de 1498

 

A 06 de janeiro de 1498 Vasco da Gama, demandando novamente o caminho Oceânico para a Índia, descobre Angra dos Reis.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Imagens de Portugal

 


«Não temos necessidade de verificar a influência fundamental que os progressos das ciências de observação exerceram sobre a reforma de Lutero, porque essa influência não é hoje, por ninguém, posta em dúvida; basta-nos mencioná-la. Quanto à influência, menos forte e menos direta, do progresso das artes e ofícios sobre essa mesma reforma, os melhores historiadores, que têm tratado de tal época, dela fizeram ressaltar notável exemplo, indicando a ação incontestável exercida sobre esse ponto pelo grande desenvolvimento impresso ao comércio e, consequentemente, à indústria, pela descoberta da América e do caminho das índias através do cabo da Boa Esperança, descoberta que, por seu turno, decorria dos progressos das artes industriais, combinados com os das ciências de observação.»
 
Auguste Comte (1º Opúsculo dos Opúsculos de Filosofia Social, julho de 1819)

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Quando o Povo Quiser (vídeo de lançamento)


A apresentação do livro "Quando o Povo quiser", que decorreu no passado dia 17 de Setembro no auditório do Centro Cultural de Santa Joana Princesa, a cargo do poeta e ensaísta Pedro Mexia e de Nuno Pombo, jurista e Presidente da Assembleia Geral da Real Associação de Lisboa já está disponível em vídeo Aqui.

Editado por Vasco Rosa, a antologia, comemorativa dos 10 anos do Correio Real, colige alguns dos seus textos mais marcantes, contribuindo para uma reflexão sobre o ideário monárquico, demonstrando a sua perenidade e actualidade. O livro pode ser adquirido para envio postal Aqui

À sessão, que esgotou os lugares disponíveis no espaçoso auditório, dignou-se assistir SAR o Duque de Bragança que teve no final ocasião de se dirigir aos presentes sublinhando a importância do conhecimento histórico e da formação política. Leia a notícia completa Aqui

Relembramos que "Quando o Povo quiser", um contributo da editora Razões Reais para o registo do pensamento monárquico contemporâneo, encontra-se disponível para venda postal Aqui

Para mais esclarecimentos contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 21 342 81 15 de segunda a sexta entre as 11:00hs e as 14:00hs.

Cordiais saudações, 

A Direcção

Real Associação de Lisboa
Praça Luís de Camões, 46 2° Dto
1200-243 Lisboa
Tlf.: (+351) 21 342 81 15
http://www.reallisboa.pt 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Do Secretariado @ Real Lisboa

secretariado@reallisboa.pt



Caro(a) Amigo(a),

Vimos relembrar que é já depois de amanhã quinta-feira dia 17 de Setembro pelas 18:00 o  lançamento do livro "Quando o Povo quiser", uma antologia de textos monárquicos comemorativa dos 10 anos do Correio Real, que será apresentado pelo poeta e ensaísta Pedro Mexia, no auditório do Centro Cultural de Santa Joana Princesa, na R. Moura Girão, 1700-120 Lisboa (perpendicular à Avenida E.U.A. perto da Av. Alm. Gago Coutinho).

Suas Altezas Reais os Duques de Bragança dignam-se assistir ao lançamento.

Apelamos a comparecer neste evento que decorre numa sala ampla em que serão observadas todas as normas sanitárias em vigor.

Para mais esclarecimentos contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 21 342 81 15 de segunda a sexta entre as 11:00hs e as 14:00hs.

Contamos com a sua presença e divulgação

A Direcção
Real Associação de Lisboa
Praça Luís de Camões, 46 2° Dto
1200-243 Lisboa
Tlf.: (+351) 21 342 81 15
http://www.reallisboa.pt

Tempo depois de tempo

«Esse baxel, nas praias derrotado,
Foi nas ondas Narciso presumido;
Esse farol, nos céos, escurecido,
Foi no mundo libré, gala do prado.

Esse nácar, em cinzas desatado,
Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse estio, em Vesúvios encendido,
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

Se a não, o Sol, a rosa, a Primavera,
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Setem nos auges de um alento vago,

Olha, cego mortal, e considerado
Que és rosa, Primavera, Sol, baxel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.»

Francisco de Vasconcelos, «A fragilidade da vida humana (I)» in Fénix Renascida,  Lisboa, Officina de Antonio Pedrozo Galrão, 1716-1728 (1716)

https://www.youtube.com/watch?v=JpRxKqdOgTk

terça-feira, 8 de setembro de 2020

D.Pedro II em destaque na biblioteca digital da BN

 Reais aparatos em Lisboa: arquitetura efémera nas festas de casamento de D. Pedro II

A 12 de agosto de 1687 casou-se D. Pedro II com Maria Sofia de Neuburg em Lisboa, no meio de grandes celebrações, para as quais se construíram magníficos arcos triunfais, pórticos e estatuária, um labirinto, para além de um imponente desfile de embarcações no Tejo com fogos de artifício. Os vários cenários destas festas foram registados no álbum de desenhos de João dos Reis (1639-1691), matemático jesuíta de origem alemã de nome Johann König. O manuscrito compreende 30 desenhos, 4 deles aguarelados.

REIS, João dos, 1639-1691, S.J.
http://purl.pt/26151

 

1-Copia dos reaes aparatos

Lisboa adornou-se com arcos triunfais, pórticos e outras construções efémeras, erguidas nas ruas onde deveria passar o cortejo real.

 

2-Copia dos reaes aparatos

Alegoria da aliança de Portugal com a Alemanha na folha de rosto.

 

3-Copia dos reaes aparatos
Bergantim do Rei.

A esquadra inglesa que trouxe até ao Tejo a nova soberana portuguesa, foi escoltada por 24 bergantins ricamente decorados, e dirigidos pelo bergantim real, onde seguia D. Pedro. Juntos os monarcas, saudaram as embarcações e passaram o primeiro pórtico, o da Casa da Índia,  a caminho da capela real, para as bênçãos nupciais.

 

4-Copia dos reaes aparatos

Vista do Paço da Ribeira, com o torreão junto ao Tejo, e o jardim de estilo francês, segundo o do palácio do Conde da Ericeira, com as fontes, estátuas italianas, golfinhos e a representação dos fogos de artifício.

 

5-Copia dos reaes aparatos

Arco dos Franceses.

Os arcos e pórticos – de estrutura de madeira – , eram cobertos com várias camadas de gesso e tecido, depois pintados e decorados com sanefas, panejamentos e pedras coloridas. Coube à câmara da cidade a organização das festividades, com todos os seus aparatos, forçosamente dispendiosos.

 

6-Copia dos reaes aparatos

O arco dos alemães, que exaltava os antepassados da Rainha, decorado com divindades da mitologia clássica.

Pedestais, nichos e pilastras serviram de painel às variadas alegorias exaltadoras dos monarcas, baseadas em figuras da mitologia clássica, e acompanhadas da respetiva divisa em latim.

Este manuscrito pertenceu à livraria dos Condes de Tarouca (casas de Alegrete, Tarouca, de Penalva e de Vilar Maior), adquirida pela Biblioteca Nacional de Portugal em 1971. Manuel Telles da Silva, 1.º Marquês de Alegrete, foi embaixador extraordinário e negociador neste casamento.

domingo, 9 de agosto de 2020

Haja Memória

«A criação, porém, de uma fábrica de fiação e tecidos de algodão que progressivamente se foi desenvolvendo até empregar mais de 400 operários, e ser considerada a mais valiosa unidade fabril do concelho, voltou a dar a Paleão a importância perdida. A cultura do linho, estimulada pela central de maceração, propriedade daquela fábrica, concorreu também para elevar o nível de vida dos habitantes de Paleão e do concelho de Soure (…).»

Breve História de Paleão, Concelho de Soure.