terça-feira, 16 de junho de 2015

É melhor reverem a campanha eleitoral em curso




«A missão do FMI, que esteve em Lisboa entre os dias 4 e 12 de junho de 2015, para a segunda avaliação à economia portuguesa após o fim do programa de assistência financeira, estima, na publicação das declarações finais da visita, que o crescimento do PIB seja de 1,6% em 2015, 1,5% em 2016 e 1,4% em 2017 (manutenção das previsões de 18 de maio).



Para o mercado de trabalho, o FMI prevê que Portugal registe uma taxa de desemprego de 13,4% em 2015 (revisão em alta face aos 13,1% das previsões de 18 de maio), 12,9% em 2016 e 12,5% em 2017.



Relativamente ao défice orçamental, o FMI estima que este registe diminuições de 3,2% em 2015 para 2,7% em 2016 e 2,5% em 2017.


Quanto à dívida pública, o FMI estima que esta diminua de 126,5% do PIB em 2015 para 124,3% em 2016, atingindo 122,5% do PIB em 2017.»

Já anteriormente...

«O Conselho das Finanças Públicas (CFP) recusa-se a avaliar programas eleitorais de partidos políticos, alegando não ter ainda condições para tal. O órgão presidido por Teodora Cardoso respondeu assim à polémica e, ao contrário do que o PDS defendia, não vai avaliar as propostas do cenário macroeconómico do documento de 12 economistas pedido pelo PS.» Publico

domingo, 14 de junho de 2015

Não precisamos


Palavras duras



 
«(...) [A] exibição de um poder imperial unanimista dos dezoito contra um, com motivações que se percebe não terem qualquer elevação, dignidade, ou sequer utilidade, é, como todas as exibições de força, muito preocupante. Assusta, e bem, quem ainda tiver uma réstia dessa coisa maldita na Europa, o sentimento nacional antigamente chamado "patriotismo". E se um dia for Portugal a estar do lado perdedor? E se um dia os eleitores portugueses votarem num governo “errado”, como pode acontecer em democracia? E se um dia todas as políticas nacionais tiverem de ir a visto em Bruxelas (já vão em parte)? E se um dia a União se começar a imiscuir nas nossas fronteiras atlânticas, como já se imiscui no que os nossos pescadores podem ou não pescar? E se um dia algum burocrata europeu entender que Portugal deve ser reduzido a um país agrícola e turístico e fazer uma fábrica for proibido, se competir com a quota francesa ou espanhola? E se um dia os nossos europeístas (como já o dizem) considerarem que as decisões do Tribunal Constitucional são “ilegais” face ao direito comunitário? E se um dia houver um qualquer sobressalto nacional que nos coloque em confronto com um qualquer Schäuble e os seus dezassete  anões? 
 
 Nessa altura lembrar-nos-emos certamente da Grécia.»
 
JPP

Dueto

Alexandre Herculano

«(…) na solidão, a saudade de uma existência cheia de amor e de esperanças, a vergonha do suplício afrontoso e o temor da morte lhe não consentiam velar-se diante de si próprio com a máscara que a vaidade e o orgulho põem na face humana ainda nas mais terríveis situações, para que a vida seja contínua farsa, da qual o coração é o ator mentiroso desde o berço até ao sepulcro.»


Machado de Assis

«Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volitam que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te.
 
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade. Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que sou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os modestos me argúam esse defeito: fio, porém, que esse talento me hão de reconhecer os hábeis. Assim, a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; do outro lado sede de nomeada. Digamos: - amor da glória.»

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Discursos Históricos - Da Justiça

Anónimo Évora
«(…) povoando as universidades de estudantes em boas letras, inventando novos modos para encurtar as demandas, e novos ofícios, para isso recebendo nos seus conselhos, no governo do reino e sua particular conversação homens muito virtuosos, letrados honrados (...)»
Apud «Memoria das côrtes que se fizeram em a cidade de Evora, convocadas por elrei D. João III,(...)», in O Panorama, Jornal Litterario e Instructivo da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Vol 3.º, 2.ª Serie, 1844, págs. 370-372.