Assegurar
a eficácia a objectivos políticos comuns à democracia requer uma
discussão que considero inadiável. Usufruindo de liberdade e
democracia, falta-nos ainda o ajuste institucional, o concerto devido
à experiência política das últimas décadas e perante o futuro.
Pois não é somente por dispositivos técnicos, económicos ou
financeiros, mas também pela diferença política, cultural e
institucional, que nos dinamizaremos positivamente. As políticas
que por consenso democrático usufruíram de continuidade, e foram
efectivamente prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na
comparação internacional. Contudo, uma profunda transformação
económica exige uma transformação cultural e política. Se têm
sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de
comportamento, penso haver ficado já clara a necessidade de
construir uma renovação dentro do próprio sistema político. É
necessário elaborar uma solução democrática, com pessoas
vocacionadas para a administração do interesse público, com uma
assembleia forte, capaz de soluções positivas e ampliando a
representação do todo nacional pela monarquia, unidade sem
divisões, completamente apartidária, universalmente aceite, que
evidencia valores comuns, que evidencia a lógica da participação
sobre a lógica do confronto, uma instância de unidade, de
equilíbrio, de estabilidade, acolhimento e voz de sequência
estratégica. Entendo ser necessário afirmar uma estrutura
política que permita uma vida democrática mais completa, onde o
semicírculo parlamentar se complete com uma mesa estável para os
acordos estratégicos fundamentais, e geracionais, permitindo a continuidade
daquelas políticas que sejam considerados objectivos comuns à
democracia.
sexta-feira, 22 de junho de 2018
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Vanguardas portuguesas
Decretum (produzido entre 1251 e 1325)) |
O alargamento da participação política começa muito cedo em Portugal, com D.Afonso III
(1254), quando os procuradores dos concelhos iniciam a sua presença
nas reuniões das Cortes. Depois, com D.Afonso IV (1331-1340) os
homens-bons dos concelhos, os seus representantes, tomam parte na
discussão e na tomada de decisões e, logo depois, com D.Fernando (1372),
dessa participação na reflexão e na decisão segue-se a
capacidade de iniciativa política dos representantes concelhios nas Cortes gerais do Reino.
domingo, 17 de junho de 2018
CPLP: clareza, otimismo e aprumo perante o possível
«A
trajectória dos países da CPLP (...) [procura] o seu
lugar em novos equilíbrios regionais. Os interesses em jogo, muito
guiados pela perspectiva económica, já deixaram para trás a
realidade de 1996, introduzindo uma dimensão económica nunca
sonhada aquando da constituição, pautada, então, pela sedutora
linha de cooperação tradicional baseada no
conhecimento mútuo forjado por laços históricos.
Essa
perspectiva económica não deixa de ter razão de ser. Basta lembrar que
as oito economias do Bloco Lusófono valeram, em 2016, 2,1 biliões de
euros e têm uma população total de 271 milhões de pessoas. Se as nações
que integram aquele universo constituíssem um único país, este seria a 7ª
maior economia do mundo, à frente da Índia, Itália, Canadá ou Rússia. Daí
que faça sentido a ideia de que todos os países lusófonos teriama lucrar com
o fortalecimento da articulação entre si: cada um deles se tornaria
menos dependente do bloco regional em que está inserido e ganharia um peso
internacional totalmente diferente. Juntos, passariam a constituir um bloco
organizado com voz activa no globo. Mas não chega efabular, é preciso
ter a vontade de realizar um plano estratégico que viabilize essa visão de
conjunto. Mau grado
esta prevalência do mundo económico a determinar o trajecto
futuro, a CPLP não deverá deixar de se assumir como uma organização global,
multisectorial, pluridisciplinar e global. E, ao fazer esta
referência, lembramo-nos
de outro elemento que nos liga: o Mar, um domínio no qual a
CPLP poderia partilhar uma visão comum para o desenvolvimento sustentável
das actividades marítimas, com impacto ambiental, social e económico. Teremos de
ser discernidos na valoração e avaliação que cada país dá à sua
participação na Comunidade, devendo estimular-se a cooperação económica,
social e técnico-científica, de modo a favorecer um melhor ambiente e
receptividade para fomentar as convergências políticas.»
Alm.Rebelo Duarte, «A
CPLP, uma comunidade à procura de um caminho»,
Roteiros, XI, 2017,
Instituto D.João de Castro, Lisboa, pág.260
Efeméride
A primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso pelos aeronautas portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a 17 de Junho de 1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil. Sacadura Cabral exercia as funções de piloto e Gago Coutinho as de navegador. Este último havia criado, e empregaria durante a viagem, um horizonte artificial adaptado a um sextante a fim de medir a altura dos astros, invenção que revolucionou a navegação aérea (...) o tempo de voo foi de apenas sessenta e duas horas e vinte e seis minutos, tendo percorrido um total de 8.383 quilómetros.
Fonte: Mosteiro dos Jerónimos
domingo, 10 de junho de 2018
A celebração oficial do 10 de Junho começou com D.Luís I
Retrato
de Camões por Fernão Gomes em cópia de Luís de Resende.
Considerado o mais autêntico retrato do poeta.
|
«A
primeira referência legal que declara "Dia de Festa
Nacional e
de Grande Gala" o 10 de junho data de 27
de abril de 1880. É um
decreto das Cortes Reais em
que o rei D. Luís I acedeu a que se
assinalassem os
300 anos da data apontada pelos historiadores para a
morte de Luís de Camões, 10 de junho de 1580.» DN
sexta-feira, 1 de junho de 2018
Uma das premissas do principal trabalho do Eurogrupo
https://www.aeaweb.org/journals/pandp |
"Over the past two centuries, debt in excess of 90 percent has typically been associated with mean growth of 1.7 percent versus 3.7 percent when debt is low (under 30 percent of GDP) (...). [Countries] that choose to rely excessively on short-term borrowing to fund growing debt levels are particulary vulnerable to crises in confidence that can provoke very sudden and 'unexpected' financial crises."
Carmen M. Reinhart and Kenneth S. Rogoff, «Growth in a Time of Debt», American Ecomic Review: Papers & Proceedings, 1000, (May 2010): 573-578.
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Imagens de Portugal
«A partir de amanhã e até 1 de Outubro, estará patente em Cacilhas uma exposição temporária comemorativa do 20º aniversário da reconstrução da fragata D. Fernando II e Glória, o último navio da marinha portuguesa a navegar exclusivamente à vela.
Construída nos estaleiros de Damão, hoje território da Índia, e lançada à água em 1843 sob o comando do Capitão-de-fragata Torcato José Marques. Veio para Lisboa sem incidentes em 1845, onde seria reconvertida em 1865 para Escola de Artilharia Naval.
Em 1940 terminou a sua missão na Marinha e foi transformada na Obra Social da Fragata D. Fernando, instituição social que albergava rapazes de famílias pobres. (...)
Depois de 29 anos parcialmente submersa no Tejo, começou a ser a ser reconstruída (...).
A fragata D. Fernando II e Glória fez nove viagens, num total superior a 100 mil milhas, e é considerada a quarta fragata armada e oitavo navio de guerra à vela mais antigo do mundo.» in JEM
domingo, 29 de abril de 2018
Atualidades de Portugal no seu melhor |
«When a culture stops looking to the [past and] future, it loses a vital force. (...) Thomas Mann once accused his peers of cultivating a "sympathy for the abiss". Cultural pessimism is rarely a helpful state of mind. Where one stands inherently subjective.» E.Luce (2017:203)
sábado, 21 de abril de 2018
Imagens de Portugal
Cervantes |
«(...) descreve os lisboetas como agraváveis, corteses, liberais e apaixonados, embora discretos. A formosura das mulheres admira e apaixona.» @ Observador
domingo, 15 de abril de 2018
Imagens de Portugal
Imagem de VoxEurop |
«Todas
as principais correntes do pensamento económico tiveram em Portugal
autorizados representantes e cultores. E até em alguns capítulos da
vasta ciência que é a economia, teve em Portugal a primazia. Os
problemas do crédito, operações de bolsa e seguros tiveram como
primeiros tratadistas escritores portugueses.»
- Pedro Borges Graça, O Mar no Futuro de Portugal: Ciência e Visão Estratégica, UniLisboa, ISCSP
sábado, 14 de abril de 2018
quinta-feira, 12 de abril de 2018
terça-feira, 3 de abril de 2018
sábado, 3 de março de 2018
Democracy and Disappointment?
Jochen Tack |
«(…)
“[B]ad governance” (...) refers in the first instance to the
failure of many new democracies to build well-functioning and
effective states, which often leads to lagging economic growth, poor
public services, lack of personal security, and pervasive corruption.
The citizens of such countries understandably feel disappointed by
democracy. (...)“[T]he legitimacy of many democracies around the world
depends less on the deepening of their democratic institutions than
on their ability to provide high-quality governance.” Of course,
bad governance afflicts most nondemocratic countries as well, but
this offers scant consolation to citizens who feel that the
government they have democratically elected is failing them. (…)
[T]hose who wish to strengthen democracy need to pay greater
attention to state-building, including such prosaic matters as public
administration and policy implementation.»
Marc
F. Plattner, Democracy
& Society,
Georgetown University, A Publication of the Center for Democracy and
Civil Society, Fall–Winter 2016, Volume 13, Issue 1, págs 1-6.
Marc F. Plattner is the founding coeditor of the Journal of Democracy and Co-chair of the Research Council of the National Endowment for Democracy’s International Forum for Democratic Studies. This essay, an expanded and updated version of “Is Democracy in Decline?” in the January 2015 issue of the Journal of Democracy, was presented as the Joe R. Long Lecture at the University of Texas - Austin on October 1st, 2015.
Conferência - Segunda - 5 de Março 2018 - FCG
Fortalecer a democracia na Europa
Conferência organizada em parceria com o Instituto Jacques Delors
FCG |
sábado, 13 de janeiro de 2018
Organizações Celulares (inov.empres.)
«A
number of leading companies today are experimenting with a new way of
organizing—the cellular form. Cellular organizations are built on
the principles of entrepreneurship, self-organization, and member
ownership. In the future, cellular organizations will be used in
situations requiring continuous learning and innovation.»
Raymond E. Miles, Charles S. Snow, John A. Mathews, Grant Miles, Henry J. Coleman, Jr., «Organizing in the knowledge age: Anticipating the cellular form», @ Academy of Management Perspectives, November 1, 1997, Vol 11, 4: 7-20
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Poesia remota e ressonâncias políticas atuais
(...) as chuvas torrenciais,
desencadeadas por nuvens negras, devastaram toda a superfície da terra,
as sementeiras dos campos e os frutos das searas.
Podiam ver-se então
as manadas a nadar entre
os lobos, com tantas coisas assombrosas (…)
Henrique
Caiado (1470-1509), Écloga I, Os
amigos Fausto e Filémon, 39-43 [trad. do latim de Tomás da Rosa (1921-1994)] @ Biblioteca Nacional
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
Vanguardas: Portugal positivo no cenário internacional
«The current world leader in the liberalzation of drug laws is (...) Portugal»
Michael Huemer, The Problem of Political Authority, Palmgrave Macmillian, London-N.York, 2013, 330.
Ver também Kellen Russoniello @ Yale Journal of Health Policy, Law, and Ethics
sábado, 6 de janeiro de 2018
Reset password
Adam Smith, An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations,
Metαlibri,
Amsterdam-São Paulo, 2007, 17.
|
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
domingo, 31 de dezembro de 2017
sábado, 30 de dezembro de 2017
sábado, 16 de dezembro de 2017
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Tempos com visão de longo prazo
«(...) A difusão de ideias e de valores através das imagens revela-se, ao longo da História, um processo recorrente por quem tem o poder e o dever de servir de exemplo à restante sociedade. Por isso, os meios difusores e a forma como se constroem as mensagens são cuidadosamente pensados e seleccionados. (...)»
Carla Varela Fernandes, «Introdução»
in Poder e Representação. Iconologia da Família RealPortuguesa. Primeira Dinastia. Séculos XII a XIV,Vol I, PhD de Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras,Departamento de Hstória, História da Arte, 2005, págs XI
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
Artes
Nunca, por Mais
Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea —
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma,
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem (,,,)
Álvaro de Campos
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
Reflexões em Contribuição para a Casa Espanhola
A federalização dos Estados plurinacionais por Luis Moreno Fernández «(...) conceptualizar el modelo de relaciones internas en España como de 'concurrencia múltiple etnoterritorial' entre naciones y regiones (...)»
Triénio de Mudanças http://www.catarata.org/libro/mostrar/id/1103
Triénio de Mudanças http://www.catarata.org/libro/mostrar/id/1103
Japão: Arte Popular Contemporânea
http://edition.cnn.com/style/article/dekotora-japanese-trucks-subculture/index.html |
http://edition.cnn.com/style/article/dekotora-japanese-trucks-subculture/index.html |
https://blogs.yahoo.co.jp/akanemaru2010/1328100.html |
http://edition.cnn.com/style/article/dekotora-japanese-trucks-subculture/index.html |
http://edition.cnn.com/style/article/dekotora-japanese-trucks-subculture/index.html |
http://www.transfigurephotography.co.uk/dekotora-truckers-delight/ |
http://www.speedhunters.com/2013/04/a-peek-into-the-magical-world-of-dekotora/ |
http://www.speedhunters.com/2013/04/a-peek-into-the-magical-world-of-dekotora/ |
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