terça-feira, 27 de outubro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Frases
«A verdade factual, por
muito que magoe as nossas convicções, não deixa de ser a única
carta de marear que nos evita o naufrágio certo ao chocar contra os
rochedos escondidos debaixo das nossa ilusões.»
18 DE OUTUBRO DE 2015 00:01 VIRIATO SOROMENHO MARQUES
domingo, 18 de outubro de 2015
A estas gerações presentes
Antes de ser esta uma
crise financeira e económica, estamos ainda mais profundamente
inseridos numa crise da sociedade em que vivemos e da política que
praticamos. Importa explicitar com clareza que se encontram, perante
as gerações presentes, opções políticas fundamentais. Todos
convergimos que o problema fundamental, que nos tem preocupado a
todos, é político.
É necessária uma
democracia aprofundada, eficaz e credível, no que se refere à
representação da nossa unidade histórica, no que se refere à
construção de mais alternativas e de mais consensos e no que se
refere ao pensamento estratégico (proporcionando a constante
abertura de oportunidades de realização social, ambiental e
económica).
Quando a economia tem um
crescimento insuficiente e não gera perspetivas de desenvolvimento
económico, social e humano ou, dito de outro modo, quando as pessoas
não têm oportunidade de trabalhar de modo a constituir família,
quando dificilmente estão garantidos recursos necessários às
políticas sociais, quando já não há motivação que mobilize
vontades, quando a evidência dos factos contradiz as expetativas,
quando em vez de emergirem alternativas renovadoras o fatalismo é
imposto pela inevitabilidade, então instala-se uma séria crise
política, mais profunda e mais grave do que todas as outras.
Requer-se, pois, uma
acentuada descontinuidade. Se continuarmos a elaborar pelos mesmos
modos não poderemos esperar um resultado diferente. A regressão da
qualidade de vida e a depressão social, motivadas pela diferença
entre as expetativas de há algum tempo e a situação presente,
devem-se sobretudo a condições institucionais que asseguram tais
resultados. Para exemplificar o dito leiam-se as recomendações
apresentadas ao Banco de Portugal pela Comissão de Avaliação às
Decisões e à Atuação do Banco de Portugal na Supervisão do BES
SA difundidas no passado dia 4 de Junho.
Estamos coletivamente
conscientes de que os recentes problemas se deveram à história
recente não aprendida. Refiro-me ao período ainda anterior a 2008.
Outros já haviam sofrido os efeitos do crédito fácil e das contas
de sumir, como o leste asiático no final da década de 90. Arrumar
as finanças, restringir o crédito, transparência nas contas e nos
subsídios a atribuir foi então, como sempre será, o remédio para
essas, digamos, euforias.
Obviamente, depois da
época da dívida vem a época de contenção e, em meio de um
processo de contenção não se pode prometer um futuro radioso. Caso
contrário, seria ainda mais difícil travar adequadamente a despesa.
Todavia, se tem havido reformas, elas não contêm ainda nem o ajuste
institucional para que sejam verdadeiramente estruturais, nem tão
pouco há oportunidade de participarmos na mudança para a qualidade
de vida, não apenas porque o consumo - em quantidade - sofreu uma
brusca retração, mas devido à necessidade efetiva e acentuada de
mudança cultural.
Estamos, pois, num período
que apela a uma profunda inovação. Estamos numa época de
transição, para uma sociedade e uma economia diferentes, mas ainda
sem um modo político e consoante com as aprendizagens feitas. E sem
uma mudança vigorosa na nossa democracia, nada mais poderemos
alcançar. Ficará o futuro condenado a ser uma repetição do que
tem sido.
Vivemos em sociedades
abertas, interdependentes, pluralistas e complexas, onde a
previsibilidade é menor. Mas, além disto, se esta variada
confluência cultural contribui para diminuir a pertença
comunitária, então à democracia interessa a reestruturação
necessária para coincidir nesta nova realidade.
Se as instituições
entram em conflitos irreparáveis, então apresenta-se-nos um vazio
de onde tem emergido descontentamento, descrédito e abstenção.
Assim sendo, a forma democrática requer uma alteração de modo a
que a representatividade nacional, e especialmente a representação
do todo nacional, se reveja numa cultura democrática pluralista e
numa instituição suficientemente abrangente, independente
economicamente e independente das oscilações partidárias.
Não existindo,
felizmente, lugar nesta complexa sociedade contemporânea para uma
hegemonia de algum grupo social, a Instituição Real é, para a
maior multiplicidade social e cultural, a melhor coesão. Entendo que
as grandes transformações são aquelas que operam por incorporação
e não por exclusão. A estas gerações presentes no início do
século XXI caber-lhes-á a importante decisão sobre o modo político
que representa Portugal como um todo, que mais garantias tem dado de
desenvolvimento humano e de equilíbrio de poderes, pois é uma mesa
permanente de conversação, a voz do consenso democrático e dos
objetivos comuns à democracia. Grandes transformações procedem por
incorporação e não por exclusão.
Quando o discurso se não adapta às circunstâncias
“Each case is unique, of
course. But the inability of coalitions to suppress revolutionaries
in France, Russia, and now the Middle East stems from three common
forces: disinterest, disunity, and discourse.”
sábado, 17 de outubro de 2015
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
UN Photo/Riccardo Gangale
|
O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza celebra-se a 17 de outubro.
A data foi comemorada oficialmente pela primeira vez em 1992, com o
objetivo de alertar a população para a necessidade de defender um
direito básico do ser humano.
Antes, a 17 de outubro de 1987,
Joseph Wresinski, o fundador do Movimento Internacional ATD Quarto
Mundo, convidou as pessoas a se reunirem em honra das vítimas da fome e
da pobreza em Paris, no local onde tinha sido assinada a Declaração
Universal dos Direitos Humanos. Ao seu apelo responderam cem mil
pessoas.
A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito
objetivos de desenvolvimento do milénio, definidos no ano de 2000 por
193 países membros das Nações Unidas e várias organizações
internacionais.
Neste dia dá-se voz aos pobres e unem-se esforços para acabar com a pobreza.
Pobreza em Portugal
Em
Portugal, o número de pobres e de pessoas que passam fome tem vindo a
aumentar, em resultado da crise. As instituições de apoio e caridade
social têm registado um aumento significativo do número de pedidos de
apoio por parte das famílias portuguesas.
Segundo dados revelados
pela Rede Europeia Anti-Pobreza, 18% dos portugueses são pobres. De
acordo com esta organização, o número europeu que serve de referência
para definir a pobreza equivale a um vencimento mínimo mensal de 406
euros.
Portugal surge na 141ª posição do top dos países mais pobres do mundo, com um PIB (PPC) per capita de 23,185 dólares.
Pobreza no mundo
Dados revelados pelas UNESCO indicam que 842 milhões de pessoas continuaram a sofrer de fome crónica entre 2011 e 2013.
A
pobreza está a diminuir a uma taxa sem precedentes. Em 1990, 43% da
população mundial vivia em pobreza extrema, com menos de 1,25 dólares
por dia. Este número reduziu para 21%, mas há ainda muito trabalho pela
frente, especialmente no continente africano.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Haja Memória
«(...) os direitos, as
liberdades e as garantias que estavam acauteladas nas várias
constituições monárquicas do século XIX (de 1822, 1826 e de
1838), sobretudo na Constituição que estava em vigor no dia 5 de
Outubro de 1910, como por exemplo o princípio da igualdade perante a
lei (art. 10º CMP de 1838, § 12º do art. 145º CC de 1826 e art.
9º CMP de 1822), da separação de poderes (art. 35º CMP de 1838,
art. 10º CC de 1826 e art. 30º CMP de 1822), a liberdade de opinião
e de imprensa, “sem dependência de censura” (art. 13º CMP de
1838, § 3º do art. 145º CC de 1826 e arts. 7º e 8º CMP de 1822),
a possibilidade de eleições de 3 em 3 anos ou de 4 em 4 anos ou
ainda de 2 em 2 anos, para a Câmara dos Deputados (art. 53º CMP de
1838, arts. 17º e 34º CC de 1826 e art. 41º CMP de 1822), o
direito de resistência “a qualquer ordem que, manifestamente,
violar as garantias individuais” (art. 25º CMP de 1838), a
liberdade de associação política e de reunião (art. 14º CMP de
1838), pois existiam partidos políticos, entre os quais o próprio
partido republicano, funcionando completamente as instituições
democráticas. De igual modo as Constituições Monárquicas
consagravam que a soberania reside na Nação, “da qual emanam
todos os poderes políticos” (art. 33º CMP de 1838 e art. 26º
CMP) e que “a instrução primária é gratuita” (art. 28º nº 1
CMP de 1838 e § 30 do art. 145º CC de 1826), e “o ensino público
é livre a todos os cidadãos” (art. 29º CMP de 1838, art. 237º
CMP de 1822), tendo alguns destes direitos e liberdades, sido
retirados aos portugueses nas duas primeiras repúblicas (...)» @
Risco Contínuo, José Aníbal Marinho Gomes, 05.10.2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Mais uma e outra vez fica claro a falta que nos faz a Instituição Real
Mais uma vez fica clara nesta situação política de que é necessária uma
democracia aprofundada, eficaz e credível. Mais uma e outra vez fica claro a falta que nos faz a Instituição Real, no que se refere à
representação da nossa unidade histórica, e como mesa independente de permanente conversação e construção de alternativas e de consensos. PFC
Bom Senso versus Sede pelo Poder
«Não se pode governar a qualquer preço e de qualquer maneira» |
Em
entrevista à RTP, o eurodeputado deixou clara a sua divergência com o
líder socialista quanto à hipótese de um Governo à esquerda: “Pagaremos
um preço muito elevado por isso”, alertou. Admitiu poder candidatar-se à
liderança, mas apenas “em condições excecionais de que estamos ainda
muito longe”, disse.
Democracia - Há um Quarto Poder (algo difícil de entender para alguma esquerda utópica)
«Entrei para um jornal em
1989. Não me recordo, nestes 26 anos, de ter alguma vez sentido um
ar tão difícil de respirar no pluralismo informativo. Sentiu-se na
campanha eleitoral, com uma vergonhosa parcialidade em quase todos os
órgãos de comunicação social, e continua a sentir-se agora, com
um cerco a um processo negocial legítimo, onde é quase impossível
ouvir na televisão alguém a defender esta solução. Carlos Silva e
Sérgio Sousa Pinto foram transformados nas mais relevantes figuras
do Partido Socialista, deixando para segundo plano figuras
secundárias como Carlos César, Ferro Rodrigues, João Soares ou
António Arnaut.»
Daniel Oliveira
in Expresso Diário,
14/10/2015
domingo, 11 de outubro de 2015
Melhor Política e Melhor Representação
Os
portugueses estão mais pobres ou estão a empobrecer, ou são
demasiado velhos ou são jovens que não encontram oportunidades, que
querem andar para a frente e têm um País a ajustar-se no
macro-económico mas sem esperança para o dia seguinte.
Em
primeiro lugar é preciso reconhecer que o contrato social é a fonte
mais clara do poder político. E ele tem vindo a desfazer-se. O
contrato social é o suporte de todas as comunidades políticas
através dos tempos. É ele o bem-comum por excelência que se não
projeta sem uma visceral ligação com o poder político.
A
situação gerada pelas últimas eleições contém aspetos novos
para a democracia portuguesa, sem comparação com o passado dos
últimos quarenta anos. Há um movimento informal que está a
desenvolver-se no âmbito nacional e internacional. É a crise da
democracia que está à vista, um dos últimos aspetos de soberania a
não perder. Se nem o euro apresenta as convergências sociais
prometidas... A possibilidade de dispor o dinheiro para investimento
no crescimento com as empresas, como o estão a fazer recentemente a
Tailândia e a Noruega, e sem que a sua inflação sofra alterações,
na zona euro tal não é possível, senão ao abrigo de programas que
não são pensados para Portugal. Medidas que o último relatório do
BP relativamente ao crescimento previsto para 2015-2017 a tal
aconselharia.
PFC
vide http://estatuadesal.com/category/artigos/pacheco-pereira-artigos/
Sem comentários
Ouvir comentadores assegurando que a coisa
que se prefigura é normalíssima, parece-me delicioso, que dão como exemplos perfeitos
as coligações, muito elogiadas por eles na medida em que funcionam, que
existem nessas paragens do Norte da Europa. Esquecem-se, contudo, duma
pequena diferença: em quase todos esses Estados, vigoram monarquias; as
quais, não sendo uma sombra do que foram, têm ainda nos seus reis e nas
suas rainhas, apesar das limitações a que hoje estão sujeitos enquanto
Chefes de Estado, as altas referências orientadoras.
adapt de João Marchante 10.10.15
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Atualidades
Os
atores políticos envolvidos pelo movimento das circunstâncias
acabam sempre por desapontar, frustrando não somente as suas
próprias e iniciais expetativas como aqueles que foram delas
recipientes. Mas a política permanecerá sempre como fonte de novo
começo, novas vias, renovação de esperanças. Os ciclos políticos
duram aproximadamente dez anos e nem sempre coincidem com a
representações democráticas que lhes deram início. Assim, temos
diferentes partidos a percorrer os mesmos princípios de governança
e poucos são os partidos que possuem compromissos além de sua
imaginação política (PSD/PS/CDS).
Porém,
é a própria representação democrática que está a ser contestada
com especial veemência, e especialmente em dois vetores. Primeiro
vetor, por supostamente defender outros interesses que não os do
bem-comum. Segundo vetor, o facto das assembeias representativas
terem o poder de se atribuirem a si mesmas privilégios, aumentos,
recebimentos pelo voto arrecadado, etc. Esta reclamação está
generalizada, mas é pelas margens que cresce e em todas as
democracias, fazendo subir ora os níveis de abstenção ora a
conflitualidade extremada.
As
consequências da crise financeira puseram em causa as políticas
económicas que vinham sendo seguidas e criaram oportunidades para
mover o centro de gravidade de forma significativa para a esquerda.
Mas sem que a esquerda, contudo, tenha sido apta a convencer
suficiente eleitorado de que suas políticas económicas são
possíveis, por não serem claras, capazes de renovação ou mesmo
viáveis. Nem tampouco geraram energia para atrair num só pólo um
grande número de jovens nem encorajaram os indecisos a tomar outro
caminho devido ao peso que transportava o principal partido da
oposição em termos de condutas ilícitas no passado recente.
O sucesso da esquerda deveu-se mais ao protesto informal anti-políticos que se tornou a marca atual das mudanças políticas na Europa.
Entre
as razões mais claras deste desvio é a tendência para o equilíbrio
das políticas que têm vindo a ser seguidas e o discurso defensivo
que se arraigou no centro desde há muito tempo.(cont.)
PFC
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Por uma democracia melhor
Será
a relevância que atribuirmos à defesa da democracia, de uma melhor
democracia, de uma melhor sociedade e de uma política mais credível,
que permitirá aos portugueses ultrapassar as convenções
preconceituosas do republicanismo. Também o absolutismo ou o
imperialismo napoleónico incorporaram ideais igualitários, assim
como esta democracia republicana, mas a convivência democrática
portuguesa não haverá de converter-se ainda mais na profundíssima
desigualdade em que está instalada, pois a monarquia constitucional
é a mais avançada forma política e social presente na política
europeia.
A
ordem democrática do Estado, poliárquica, equilibrada e
descentralizada, pela divisão de poderes, apesar de suas difíceis
equações e imperfeitos arranjos, proporciona mais garantias
sociais, económicas e políticas do que qualquer ideário de época.
Assim é que, como recentemente escreveu André Azevedo Alves, «(...) tanto no terrorismo de Estado que caracterizou
boa parte da 1ª República como no caos e excessos revolucionários
do PREC, a preservação da liberdade em Portugal só foi possível
pelo enraizamento profundo em boa parte da população de valores,
crenças e preconceitos – a favor da propriedade privada ou da fé
católica, por exemplo – que a levaram a resistir firmemente ao
progressismo utópico das elites revolucionárias.».
PFC
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Sem Comentários
«Politics always in the end disappoints and frustrates. But it is also a perennial source of hope, imagination and new beginnings. Those of us committed to progressive politics need to begin to explore what such a new beginning might look like.»
Andrew Gam @ Social Europe 06 Out
terça-feira, 6 de outubro de 2015
World Economic Outlook - Legacies, Clouds, Uncertainties 06 October 2014
«No
World Economic Outlook (WEO) divulgado hoje, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) mantém as previsões do WEO de abril para o
crescimento
real do Produto Interno Bruto (PIB) da economia portuguesa para 2015 e
2016 (1,6% e 1,5%, respetivamente). As previsões do FMI sobre a taxa de
desemprego em Portugal são de 12,3% para 2015 (valor revisto em baixa em
0,8 p.p. face às previsões do WEO de abril
de 2015) e 11,3% para 2016 (valor revisto em baixa em 1,3 p.p.).
Relativamente
ao saldo da Balança Corrente em percentagem do PIB, o FMI prevê um
valor de 0,7% para 2015 (valor revisto em baixa em 0,7
p.p.) e 1,6% para 2016 (valor revisto em alta em 0,6 p.p.). No que se
refere à variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), o
FMI prevê 0,6% em 2015 e 1,3% em 2016.» BP
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Permitting to them the choice
(...) whereas it was formerly thought that the discipline necessary to form the character of youth was best given in the study of abstract branches of literature and philosophy, it is now thought that the same, or a better, discipline may be given by informing men in early years of things it cannot but be of chief practical advantage to them afterwards to know; and by permitting to them the choice of any field of study which they may feel to be best adapted to their personal dispositions.
John Ruskin, Lectures on Art, 1870
domingo, 4 de outubro de 2015
Por outro lado
«(...) a emigração não é um exclusivo nosso. No mesmo ano de 2014, 318 mil britânicos - três vezes mais do que os portugueses que emigraram - trocaram o seu país por outros lugares da Europa ou foram mais longe, para os Estados Unidos, por exemplo, ou para a Ásia mais florescente. Outros 427 mil deixaram a Alemanha só nos primeiros seis meses.»
JOANA PETIZ
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