segunda-feira, 14 de março de 2016

Dom João de Castro - o Académico

D.João de Castro, o Académico
Na nossa memória colectiva perdura um homem de exemplar personalidade e nobreza de carácter, com notável carreira militar e política, a par da sua notória aptidão e gosto pela investigação científica, traços que bem falta fazem na conturbada sociedade moderna e conjuntura presente, a configurar a “anarquia madura” de que fala o Prof. Adriano Moreira, não exclusiva de Portugal, mas que em nada nos alivia da preocupação.
Em relação à sua produção científica, datam de 1536 as primeiras obras teóricas de D. João de Castro, nomeadamente o “Tratado da Esfera, por Perguntas e Respostas a Modo de Diálogo”, e ainda um outro pequeno tratado, sob o título “Da Geografia por Modo de Diálogo”.
Durante estes dois anos anteriores à partida para Goa, D. João de Castro permaneceu na sua predilecta quinta localizada em Sintra, então designada de Fonte d’El-Rei e posteriormente conhecida por Quinta da Penha Verde, onde continuaria os seus estudos e receberia alguns amigos mais próximos, como o Infante D. Luís, o Vedor da Fazenda, D. António de Ataíde, o Conde da Castanheira e o negociante italiano Lucas Giraldi. Para aí voltaria após o regresso em 1543, refugiando-se na quinta herdada por morte de seu pai, em SET1528.
Ao partir, pela primeira vez, para a Índia, em 1538, integrado na Armada do seu cunhado, o Vice-Rei D. Garcia de Noronha, ao comando da Grifo, uma das onze naus que a compunham, logo aproveitou a viagem para escrever o primeiro de quatro interessantes roteiros, apenas três chegados aos nossos dias.
Essa obra inicial, o Roteiro de Lisboa a Goa, tinha como primeiro objectivo o registo “(...) sob a forma de um cuidado diário de navegação todas as indicações técnicas úteis para conhecer melhor este tipo de viagem e contribuir para o seu aperfeiçoamento”. 
Mal chegado a Goa, logo integraria uma expedição a Diu, aquando do primeiro cerco a essa cidade estratégica, aproveitando para escrever um segundo trabalho, com dedicatória ao Infante D. Luís: o Roteiro de Goa a Diu ou Roteiro da Costa da Índia. Nessa obra, D. João de Castro considerou particularmente bela a orla costeira indiana percorrida. O terceiro trabalho, sob o título de Roteiro da Viagem que fizeram os Portugueses ao Mar Roxo, que constitui um exemplo de observação científica de inegável valor para a época, está datado de 1541, ano em que D. João de Castro acompanhou o Governador D. Estevão da Gama numa expedição de Goa ao Suez, no Mar Vermelho, onde tratou de explicar o fenómeno da cor roxa das águas.
D. João de Castro nunca abdicou da busca do conhecimento, empenhado em acrescentar novos saberes ao seu património intelectual, em descobrir e em investigar. Legou-nos uma obra que é ímpar no âmbito da Cosmografia e da Ciência Náutica, ilustrada pelos roteiros que elaborou.
Rigoroso e pragmático na aferição entre teoria e prática, sabemos que uma significativa parte do seu trabalho científico decorreu no cumprimento da missão que lhe fora conferida pela Coroa Portuguesa. No alvor do método científico, D. João de Castro desenvolveu intensas actividades de investigação, destacando-se, ao nível dos resultados obtidos, estudos tão diversos como a variação das agulhas, das correntes marítimas, da variação das longitudes e do regime dos ventos.
No campo da Ciência, os seus trabalhos reflectem bem a necessidade de associar o cálculo à experiência empírica, exactamente porque a articulação entre a observação e a razão, enquanto desafio emergente, era absolutamente essencial. Mas importa dizer que, consciente das limitações da própria Ciência, encarada em sentido lato, D. João de Castro reconheceu que o saber das Ciências é chegar à verdade, que não se confunde com a verdade absoluta. E esta última acepção é da maior importância, porque nos revela também aquilo que é a humildade do cientista perante a infinita complexidade do mundo natural.
Das várias obras atribuídas a D. João de Castro, já antes destacámos os três roteiros escritos durante a sua estadia na Índia: “de Lisboa a Goa” (1538), “de Goa a Diu” (1538-1539) e “do Mar Roxo” (1540), o mais conhecido e célebre dos três Roteiros de D. João de Castro.
Estes roteiros não seguiram o modelo tradicional do roteiro português, indo mais longe, ao incorporar a redacção de utilíssimas considerações de inegável interesse hidrográfico e náutico, com muitos pormenores que a generalidade dos roteiristas de então, preocupados em descrever sucintamente as viagens, por regra, omitia. Daí alvitrarmos que as três obras de D. João de Castro, tradicionalmente entendidas estritamente como “roteiros”, em vez disso, deveriam ser encaradas mais propriamente como “diários”.
Refira-se, ainda, o trabalho de D. João de Castro – “Uma Enformação que Dom João de Castro, governador da India, mandou a El-Rey Dom João 3º, sobre as demarcações da sua conquista & del Rey de Castella” –, uma espécie de relatório sobre o direito português à posse das Molucas, que era, como se sabe, um território também disputado por Espanha.
Por tudo isto, é da mais elementar justiça o reconhecimento de D. João de Castro, como um dos mais relevantes cidadãos de Portugal e da sua História. Não apenas como militar virtuoso em carácter e dignidade, que sempre serviu a Pátria sem nada exigir para seu próprio conforto, mas também na condição de importante cientista que, no seu tempo, fez saltar do “conhecimento sensível” para o “conhecimento inteligível”, muitos dos domínios e preocupações das Ciências, em suma, um digno exemplo de uma Escola de valores, de ideais e de trabalho, no adágio de vencer pelo próprio esforço.
Essa conjugação equilibrada da dupla condição e vertentes é incontornável e consensualmente valorizada por todos os historiadores que meditaram e continuam a investigar a época da expansão marítima portuguesa.
Em todos estes textos, aliava D. João de Castro um sagaz espírito de investigação e de interesse científico aos conhecimentos de cosmografia que possuía, o que o habilitava a integrar o quadro social e político marcado pelos ideais humanistas atribuíveis ao século XVI português. Com estes trabalhos e o desempenho em prol da boa realização da missão, o seu nome ficou, indelevelmente, ligado ao Oriente.
Excerto de um trabalho do Almirante Rebelo Duarte






domingo, 13 de março de 2016

Imagens de Portugal


«A biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é considerada a mais bela do mundo pelo conhecido portal norte-americano Book Riot, dedicado exclusivamente aos livros. Depois de eleger a Livraria Lello, no Porto, como a mais bonita do planeta, Portugal volta a conquistar os EUA com a incrível biblioteca escondida no interior deste monumento nacional. 


"É encantadora", lê-se. "E o que a torna ainda mais impressionante são as técnicas com que é feita a preservação dos livros e como os protegem de serem danificados por insetos. Há 500 morcegos dentro daquela biblioteca. Durante o dia, estes ficam guardados dentro de caixas, mas à noite são libertados para se alimentarem dos insetos que por ali andam". » Excerto de Boas Notícias 

quinta-feira, 10 de março de 2016

Efeméride

Reflexões monárquicas II

                                                          
Rio Grande do Sul


«A Monarquia é a forma mais moderna, mais eficaz e mais barata de governo. Monarquia quer dizer também democracia, liberdade de expressão e de imprensa. 

Monarquias são, hoje, os países mais liberais e mais adiantados do mundo, com a melhor distribuição de renda e os padrões de vida mais elevados. Os exemplos são Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, Bélgica, Espanha, Canadá, Austrália e Japão.

Juntas, essas nações são responsáveis por uma imensa fatia do chamado PIB mundial.

Entre os 25 países mais ricos e democráticos do mundo, 18 são Monarquias, ou seja, constituem a esmagadora maioria.

São países que fornecem, ainda, exemplos de socialismo que funciona na prática. Aí estão a Espanha e a Suécia para comprovar.» 

Excerto  de “Tudo que você sempre quis saber sobre a Monarquia e ninguém lhe contou”, publicado pelo Movimento Parlamentarista Monárquico em 1992, com revisão e acréscimos recentes, feitos por monarquistas brasileiros.

Reflexões Monárquicas I

Préambule de la Charte Fondatrice de La CMI - Conférence Monarchiste Internationale 


«Nous considérons comme monarchiste toute nation, tout gouvernement, toute organisation ou tout individu prônant l'instauration ou la préservation d'un système politique organisé autour d'un pouvoir incarné et souverain, défenseur des libertés naturelles et disposant d'une indépendance accrue vis à vis des oligarchies, notamment économiques et politiques.

La Monarchie n’est pas un système politique universel. Mais elle est, pour beaucoup de peuples et de nations, une réalité heureuse ou une aspiration à une société plus juste et soucieuse de protéger les intérêts de ses membres.
 


Nous vivons dans un monde de plus en plus globalisé, qui tend à niveler les réalités humaines, culturelles, historiques, économiques, philosophiques, religieuses... Alors même que la Monarchie consiste à replacer le facteur humain au cœur des préoccupations politiques, la mondialisation, au contraire, tend à faire de l’humain un simple paramètre de développement économique.» 

                                                              Excerto 25Fev2008

segunda-feira, 7 de março de 2016

sexta-feira, 4 de março de 2016

Efeméride



    4 de Março de 1394, nasce o Infante D.Henrique no Porto

quinta-feira, 3 de março de 2016

Da instituição real



Os objetivos de desenvolvimento social, de desenvolvimento institucional e de desenvolvimento económico, colunas políticas principais, efetivamente, não podem realizar-se apenas no período de uma legislatura.


A instituição presidencial visaria colmatar descontinuidades zelando pela linha histórica constitucional, mas apenas isto não pode servir a estratégia de desenvolvimento, não possui poderes para tal, nem tem cultivado suficientemente a conversação para uma melhor coesão política, mas menos ainda tem concitado a continuidade e ou monitorização das políticas estratégicas nacionais (educação, finanças, justiça, segurança).

Se há uma instituição que, continuamente, ao longo dos séculos criou instrumentos de desenvolvimento social, apesar da nossa pesada inércia cultural, como as escolas obrigatórias, os liceus, as escolas superiores, os hospitais, os serviços assistenciais, as ligações modernas terrestres e marítimas, os grémios de cultura e livre pensamento, os teatros, o parlamento, a divisão de poderes, a livre expressão e associação, etc e etc, enfim, tudo o que enforma fundamentalmente a nossa vida cívica, democrática, solidária e cultural, a par ou em liderança com o que havia no mundo, foi a instituição real. Dou apenas cinco exemplos desta liderança e em épocas muito diferenciadas. Portugal instituiu o primeiro seguro marítimo; o serviço assistencial mais completo, antigo e institucionalizado é português (as Misericórdias); instituiu o primeiro hospital veterinário; uma cidade portuguesa foi a segunda na europa usufruir de luz elétrica e um jornal português foi e é ainda hoje o segundo diário do mundo.
PFC







segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

MAR (poesia)





Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia Andersen, «Liberdade» in Mar Novo,
Porto, Assírio & Alvim, 2013(1958)


29 de Fevereiro 2016, 
Por mim dedicado ao Manuel Luís, PFC


Efeméride

Vergílio Ferreira1 de Março de 1996
Falece em Lisboa, o escritor português Vergílio Ferreira. Foi sepultado em Melo, “virado para a serra” como sempre desejou.

Corrupção


«Se têm sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de comportamento, penso também haver ficado clara a necessidade de construir uma renovação do próprio sistema político. Se a iniciativa política solicita mudanças de comportamento à sociedade, a sociedade também clama por um profundo câmbio político, também na justiça, um dos três pilarares fundamentais para a projeção do Estado, justiça, educação, segurança.»
                                                                                                 PFC

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Imagens de Portugal e de SAR D.Duarte



Aline Gallasch Hall de Beuvink.
Aline Gallasch Hall de Beuvink

Aline Gallasch Hall de Beuvink apresenta os valores da Monarquia encarnada por S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança. O Duque de Bragança é um excelente modelo dos valores monárquicos. Tem sido um grande representante de Portugal no exterior, mesmo a nível político, comenta para MUNDIARIO.
- Em relação ao movimento monárquico português, como caracteriza a relação dos portugueses em geral com os monárquicos portugueses?
- Os portugueses em geral têm uma educação de 100 anos de propaganda republicana e anti-monárquica. Ainda hoje os manuais escolares distorcem alguns factos. Quando foram as comemorações dos 100 anos da República (2010), muito se publicou e disse que denegrisse a Monarquia e que “branqueasse” alguns dos vis actos cometidos pela República. Por isso, os portugueses não-monárquicos, na maioria das vezes, têm preconceitos e imagens manipuladas da Monarquia, com falta de verdade histórica, o que lhes impede de ter um distanciamento e ver a História com realismo. Só para ter uma ideia, pensam muitas vezes que, se a Monarquia voltasse, viveríamos no Antigo Regime, olvidando por completo o que foram as conquistas liberais e democráticas do século XIX! Julgam que a Monarquia é sinónimo de Absolutismo, e que República é sinónimo de Democracia, como se as ditaduras não tivessem existido e não houvesse Monarquia Constitucional! Daí, muitas vezes, olharem para os monárquicos como se fossem “aves raras” que pararam no tempo. A comunicação social não ajuda: raramente publica o que os monárquicos fazem a nível político ou social, ou o seu contributo para o bem de Portugal, o que molda, obviamente, a opinião pública, fazendo-os esquecer, até, que estamos presentes e somos activosBasta olharmos para os países mais desenvolvidos da Europa que são, na sua maioria, monarquias, para percebermos que a Monarquia é o Futuro, e não foi só o passado…
- Em que medida é paradigmática, ou exemplar, o caso da família monárquica portuguesa?
- A nossa família real é, de facto, exemplar. SS.AA.RR., os Duques de Bragança, têm passado os valores familiares, de tradição e da História Portuguesa aos príncipes, seus filhos. É uma nova geração que já consciencializou o seu papel na sociedade e como podem e devem, como herdeiros do trono português que são, contribuir para que o país progrida. As várias acções que os Senhores Duques de Bragança desenvolvem, tanto a nível social, de voluntariado, como cultural e até diplomático, são de excelência. Presidem a várias instituições, que destaco aqui apenas algumas: a Fundação D. Manuel II, o Prémio Infante D. Henrique, o Instituto de Democracia Portuguesa, nos Estados Unidos o Portuguese Heritage Foundation (não esquecendo os emigrantes portugueses, maioritariamente negligenciados pela República) ou o Banco do Bebé. O prestígio e a consideração que, no exterior, os Senhores Duques de Bragança detêm, só mostra bem o excelente papel que têm desempenhado na projecção positiva da imagem de Portugal e quão benéfico seria para o país se deixasse de ser uma República.
- Quais os valores da Monarquia encarnada por S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança?
- S.A.R., o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança, é um excelente modelo dos valores monárquicos. Tem sido um grande representante de Portugal no exterior, mesmo a nível político. Veja-se o seu papel conciliador na independência de Timor-Leste ou no trabalho diplomático que tem desenvolvido com vários países africanos. Para além disso, o trabalho que tem feito a nível social, cultural e humanitário mostra bem o seu compromisso com esses valores. Não será demais referir o grande amor, respeito e empenho que tem por Portugal. As suas ideias sobre a agricultura, pescas, questões de economia e política demonstram uma estratégia pensada no futuro a longo prazo, e não no ganho imediato. Muitas das suas ideias, que tem vindo a defender já há 20 ou 30 anos, só agora estão a ser pensadas por alguns economistas e até políticos como alternativas para Portugal sair da crise. Como vê, pelo que disse anteriormente e pelo que digo agora, o Senhor Dom Duarte reúne, em si, as principais qualidades que se podem esperar de um bom, justo e consciente rei.
26 de Fevereiro 2016 in Mundiario

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Efeméride




25 de Fevereiro de 1558 falecimento de D. Leonor de Áustria terceira esposa de D.Manuel I

Efeméride


25 de Fevereiro de 1819


Morre o poeta português Filinto Elísio, pseudónimo do Padre Francisco Manuel do Nascimento


Ode à Amizade


Se depois do infortúnio de nascermos 
Escravos da Doença e dos Pesares 
Alvos de Invejas, alvos de Calúnias 
    Mostrando-nos a campa 
A cada passo aberta o Mar e a Terra; 
Um raio despedido, fuzilando 
Terror e morte, no rasgar das nuvens 
    O tenebroso seio 
A Divina Amizade não viera 
Com piedosa mão limpar o pranto, 
Embotar com dulcíssono conforto 
    As lanças da Amargura; 
O Sábio espedaçara os nós da vida 
Mal que a Razão no espelho da Experiência 
Lhe apontasse apinhados inimigos 
    C'o as cruas mãos armadas; 
Terna Amizade, em teu altar tranquilo 
Ponho — por que hoje, e sempre arda perene 
O vago coração, ludíbrio e jogo 
    Do zombador Tirano. 
Amor me deu a vida: a vida enjeito, 
Se a Amizade a não doura, a não afaga; 
Se com mais fortes nós, que a Natureza, 
    Lhe não ata os instantes. 
Que só ditosos são na aberta liça 
Dois mortais, que nos braços da Amizade, 
Estreitos se unem, bebem de teu seio 
    Nectárea valentia. 
Tu cerceias o mal, o bem dilatas, 
E as almas que cultivas cuidadosa, 
Com teu suave alento aformosentam-se 
    Medradas e viçosas. 
Caia a Desgraça, mais que o raio aguda 
Rebente sobre a fronte ao mal votada, 
Mais lenta é a queda, menos cala o golpe 
    No manto da Amizade: 
E se desce o Prazer, com ledo rosto 
A alumiar o peito de Filinto, 
A chama sobe, e vai prender seu lume 
    Na alma do fido Amigo. 

Filinto Elísio, Odes, in Citador


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Artes

Robert Delaunay (12 April 1885 – 25 October 1941)
He was a French artist who, with his wife Sonia Delaunay and others, cofounded the Orphism art movement. In August 1915 they moved to Portugal where they shared a home with Samuel Halpert and Eduardo Viana. With Viana and their friends Amadeo de Souza Cardoso (whom the Delaunays had already met in Paris) and José de Almada Negreiros they discussed an artistic partnership.  

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Artes

Arte nas ruas, cada vez mais interessantes interagindo
com surpresa


Frases


«(...) Mais do que centrar-se ou radicalizar-se, a política portuguesa precisa de definir-se. De se tornar inteligível. Minimamente previsível. Os partidos não podem continuar no seu caminho insano de gelatinização ideológica. Num Mundo progressivamente mais perigoso e mais confuso, todos nós precisamos de faróis e de portos de abrigo. De pontos de referência sólidos para que possamos situar-nos. Seja a norte, seja a sul de cada m deles. É assim a natureza humana. Navegar eternamente na gelatina, confunde, baralha e enjoa.
O resultado desta superficialidade ao sabor das conveniências é, só pode continuar a ser, o caminho do fim do regime. (...)»

Pedro Norton, in «A grande naúsea» Visãonº1198, 18/2 a 24/2/2016, pág.83

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Artes

Domingos Rebêlo «Pescadores Varando Barco 1924»

MAR - Poesia



Noutro poema disse que proa e quilha
se afastaram do molhe. As duas crianças
vistas então na cena da partida, tinham sido
reais. No posterior momento da descrição
as duas crianças estavam nitidamente sobrepostas.
Ambas, uma imagem; ao dizê-lo.
Ambas lançaram as vozes estridentes
sobre o bater do mar. Levadas de repente
para longe do cais pela atracção fatal
das máquinas do barco. Lenços acenam,
por outras simultâneas crianças.

Ao partirem, eu dizia que a ausência
seria mais dura do que o bater da onda.
Dizia que as duas vozes afastando-se
vazavam de sons o meu peito,
e que estava a ver partir o barco
me deixaria na margem a meditar,
e far-me-iam escrever poemas desabridos
e amar outras crianças similares
que não haviam partido ainda.

Fiama Hasse Pais Brandão, «À Partida» in Cenas Vivas,
Lisboa, Relógio d'Água, 2000 (poema de 1994)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Frases


«Todos, quando teve de ser, cortaram salários e pensões; e todos, quando pôde ser, aumentaram salários e pensões. O que ninguém fez foi afrontar o Estado clientelar que é base do poder da oligarquia.»

                                                  Rui Ramos in Observador  

Frases



«Interesting to sptent the night in prison Watson, It makes me realize that there are good places for bad people...»

Elementary, Série 3, Episódio 16, ao minuto 33, do 37 ao 52 seg

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Efeméride



16 de Fevereiro de 1267, Tratado de Badajoz, D.Afonso III de Portugal e Afonso X de Leão definem a fronteira de Portugal no Algarve.

16 de Fevereiro de 1279, falece D. Afonso III em Lisboa, está sepultado na igreja de S. Domingos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Efeméride



A 13 de Fevereiro de1668 celebra-se o Tratado de Lisboa assinado entre Portugal (D.Afonso VI) e Espanha (Carlos II) que viria a pôr fim à Guerra da Restauração. Por este tratado, a Espanha reconhece a Restauração da Independência de Portugal.

Imagens de Portugal

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Por uma economia verde



O «(...) cenário é bem mais promissor graças aos progressos tecnológicos notáveis nas energias renováveis.
Os números são verdadeiramente impressionantes. De acordo com um relatório recente da empresa de investimento Lazard, o custo da geração de eletricidade através da energia eólica caiu 61% de 2009 a 2015, enquanto o custo da energia solar caiu 82 por cento. Estes números – que estão de acordo com outras estimativas – mostram progressos a um ritmo de crescimento que normalmente só se espera ver nas tecnologias de informação. E situam o custo das energias renováveis num patamar em que se tornam competitivas com os combustíveis fósseis.
(…) [O] tipo de progresso que está ao nosso alcance pode ser um ponto de inflexão na direção certa».

Paul Krugman, Vento,sol e fogo, Visão, nº1196, 4/2 a 10/2/2016 pág.34

E Portugal tem condições (climáticas, tecnológicas e financeiras) para chegar primeiro a este novo paradigma  económico. PFC

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Os sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime: sintomas de privação em relação à Democracia



«Onde os sintomas de “privação relativa” dos portugueses em relação à Democracia – no sentido da constatação de uma discrepância entre expectativas e realidade – parecem ser maiores, e onde mais se jogam os sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime, é em dimensões que constituem o contexto social, politico e institucional no qual as eleições têm lugar: [1] os incentivos dos eleitos para atenderem aos eleitores em vez de atenderem a outros factores e prioridades; [2] a disponibilidade da informação necessária para fazer boas escolhas e responsabilizar os governos; [3] e as condições básicas de cidadania, sejam elas legais ou sociais.»

A Qualidade da Democracia em Portugal: A Perspectiva dos Cidadãos, Relatório inicial de um estudo promovido pela SEDES, com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Intercampus, Pedro Magalhães (redator), (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Julho de 2009


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

The seemingly flighty proposition that all we needed was more spending...



«(...) the notion that our unemployment problem was  mainly structural began to be presented as a simple fact rather than as a hypothesis most professional economists rejected.»

Paul Krugman, The Conscience of a LiberalThe New York Times, 08/Fev/2016

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Falecimentos

Falecimento de D.Inês de Castro em 1355

Falecimento de D.Carlota Joaquina em 1830


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

domingo, 31 de janeiro de 2016

Academic research on human behavior to the business of running a government


«The federal government found a clever way to make a little extra money last summer.
Some vendors who provide federal agencies with goods and services as varied as paper clips and translators were given a slightly different version of the form used to report rebates they owe the government.
The only difference: The signature box was at the beginning of the form rather than the end. The result: a rash of honesty. Companies using the new form acknowledged they owed an extra $1.59 million in rebates during the three-month experiment, apparently because promising to be truthful at the outset actually caused them to answer more truthfully.
The altered form is among the early successes of a year-old effort by the Obama administration to apply academic research on human behavior to the business of running a government. The idea is that a little science might help the government collect taxes, distribute benefit payments and even help people find jobs, get an education or save for retirement. (...)»

BA @ Twitter 



sábado, 30 de janeiro de 2016

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

De "A Arte de Continuar Português"



«A cultura universal não é, não pode ser, a totalidade da cultura humana, que não está ao alcance de nenhum sábio prodigioso ou de nenhum ultra-complexo computador.
O que existem, são estruturas culturais situadas, cuja especificidade se formou na prova do tempo pela aglutinação de um certo número de características unívocas.
Diversos pontos de aglutinação lhes conferem uma particular qualidade, entre outras estruturas culturais: fundamentalmente uma língua comum, uma história, a psicologia do seu povo, os seus mitos ou complexos, as suas tradições, os ideais inscritos no seu inconsciente colectivo.
Não é desejável que estas estruturas culturais sejam estáticas. Orgânicas, humanas, sociais, têm pois um crescimento e uma vida de relação. Têm, é bom que tenham sob pena de estiolarem, um dinamismo, que é feito por um lado de influências recibidas, mas o é por outro lado da sua própria criatividade, do seu próprio poder inventivo, do pleno exercício do seu intelecto activo.
A estrutura cultural portuguesa é próxima das estruturas de fundo judéo-cristão e heleno-romano, mas não é igual a elas, porque no tempo se autonomizou, tal como as línguas românicas se afastaram do latim cada uma pelos seus caminhos diferentes.
Como estrutura cultural autónoma, o seu dever não é o de imitação de estruturas culturais suas irmãs ou parentes próximas, antes é um dever de universalidade, isto é, de abrir as suas próprias vias para o Uno. É sendo portuguesa, isto é, desenvolvendo as suas próprias intuições, visões, ideais, descobertas, que ela pode ser universal.»

António Quadros, A Arte de Continuar Português, Lisboa, Edições do Templo, 1978, págs.223-224

Dia Internacional em Memória do Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro


Dia Internacional em Memória do Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro. Este webinar constitui uma iniciativa de evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que anualmente se comemora no dia 27 de janeiro, convidando as escolas a associar-se a esta evocação. Aborda o seu significado e atualidade, bem como a importância do seu ensino. Neste contexto, são apresentadas sugestões de acesso a informação atualizada e a novos recursos didáticos, como contributos de apoio ao ensino do Holocausto, tema obrigatório expresso nos programas e metas curriculares de diversas disciplinas do currículo dos ensinos básico e secundário, em especial na disciplina de História, no sentido de permitir aos nossos alunos uma aquisição de saberes significativos e o desenvolvimento de capacidades e atitudes de responsabilidade, de respeito e de tolerância no quadro dos Direitos Humanos. Owebinar apresenta, ainda, a Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto, destacando os seus objetivos, atividades desenvolvidas e projetos em curso.
Esther Mucznik
Esther Mucznik
É Vice-Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e fundadora, em 1994, da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Presidente e fundadora, em 2008, da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e membro da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa. Estudiosa das questões judaicas, tem coordenado cursos e seminários sobre história e cultura judaica e publicado numerosos trabalhos sobre estas temáticas, entre os quais “Grácia Nasi, A judia portuguesa do século XVI que desafiou o seu próprio destino”, e “Portugueses no Holocausto”, ambos na editora Esfera dos Livros, respetivamente em 2010 e 2012. Foi também co-coordenadora do Dicionário do Judaísmo Português, publicado em 2009 pela Editorial Presença.
Ricardo Presumido
Ricardo Presumido
Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Pós-Graduado em História Contemporânea pela mesma Universidade. Membro do Núcleo de Investigação Histórica, Os Fazedores de Letras, participou nos projetos de investigação sobre Memória da Imprensa Estudantil Universitária e Dicionário do Centenário da Implantação da República. É professor de História do Ensino Básico e Secundário, Vice-Presidente e fundador, em 2008, da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e investigador nas temáticas da Segunda Guerra Mundial e Holocausto.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Do experiencialismo português (Poesia)




Andei d'aquém para além;
vira terras e lugares,
tudo seus avessos tem:
o que não espermentares
não cuides que o sabes bem;
e às vezes, quando cuidamos
que esprimentado o já temos,
à cabra-cega jogamos.

Sá de Miranda, «Écloga Basto» (excerto), in Poesias, Lisboa,1595

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Convergências


«(...) [O] estado liberal é o pressuposto não só histórico mas jurídico do estado democrático. Estado liberal e estado democrático são interdependentes em dois modos: na direção que vai do liberalismo à democracia, no sentido de que são necessárias certas liberdades para o exercício correto do poder democrático, e na direção oposta que vai da democracia ao liberalismo, no sentido de que é necessário o poder democrático para garantir a existência e a persistência das liberdades fundamentais. Em outras palavras: é pouco provável que um estado não liberal possa assegurar um correto funcionamento da democracia, e de outra parte é pouco provável que um estado não democrático seja capaz de garantir as liberdades fundamentais. A prova histórica desta interdependência está no fato de que estado liberal e estado democrático, quando caem, caem juntos.»

Norberto Bobbio, «Uma definição mínima de democracia» in O Futuro da Democracia. Uma Defesa das Regras do Jogo, 1984

«Europeans today have largely not endured war and absolute economic deprivation. With the dangers of demagoguery not embedded in their living memories, they are far more vulnerable to fear-mongering and false promises – illustrated in the growing influence of nationalist narratives and populist movements. Even worse, faced with an erosion of their voter base, many mainstream parties are playing catch-up with these destructive forces, engaging in EU-bashing of their own.»

Martin Schulz, Pulling Europe Back From The Brink, 21 January 2016 @ Social Europe