domingo, 28 de agosto de 2016
sábado, 27 de agosto de 2016
Perspetivas políticas europeias (II)
«(...)
a Europa deixou de poder considerar-se “a luz do mundo” (...) não
acertou na governança da plataforma da União, dividiu-a entre ricos
e pobres, fez crescer o desamor europeu, viu reaparecer as ambições
das pequenas
pátrias,
e renascer a inquietação dos Estados-Nações
(...)» in Prefácio de Adriano Moreira à "Via Lusófona II" de Renato Epifânio
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Perspetivas políticas europeias (I)
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Globalização (Controvérsias)
Joseph Stiglitz |
«O
falhanço da globalização, quanto ao cumprimento das promessas dos
políticos tradicionais, certamente que minou a confiança no
“sistema”. E as generosas ofertas de resgates dos governos aos
bancos que provocaram a crise financeira de 2008, enquanto os
cidadãos normais tiveram em grande parte que se desenvencilhar
sozinhos, reforçou a opinião de que este falhanço não teria sido
apenas uma mera questão de equívocos económicos.» in Estátua
de Sal
Alessio Terzi |
«Because
globalisation, combined with technological innovation, seems to be
augmenting agglomeration effects within Europe, a case could be made
for substantially expanding the funding of these instruments, while
at the same time ensuring their local take-up and good use.
Ultimately, if the ‘losers of globalisation’ turn against the
European project, this will have repercussions for the whole Union
and, as such, the heavy-lifting cannot be left only to national
policies and welfare states.» in bruegel
blogue
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Frases
Helena Garrido |
«É
preciso começar a pensar livremente no que é melhor para o país.
Porque nos tempos que correm parece que perante um menu de soluções
para os nossos problemas se começa primeiro por estudar o que é que
vai ser percepcionado como sendo de direita e de esquerda. Só
depois, conforme o preconceito de cada um, se vai ao cabaz da
esquerda ou da direita.
No
estado de urgência em que estamos é melhor sermos mais pragmáticos.
Pensar menos em eleições e mais em soluções que ponham de facto o
país na rota do crescimento. Confiança é a palavra chave.» in Observador
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Cadernos Economia do Mar
in JEM
Mar:
um panorama alargado onde Portugal que tem todas as condições
para ser, efetivamente, líder mundial. Tem
uma das maiores áreas marinhas e uma das mais ricas biodiversidades
do planeta. Começa a ter algumas das mais inovadoras empresas do
mundo na área. Tem empresários para continuar a desenvolver-se.
Falta, é certo, alguma capacidade de investimento, mas isso também
é ultrapassável, como todos esperamos que, de facto, seja.
|
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Arte pelos trópicos: pensando nos Jogos Olímpicos - Brasil
O nosso aparelho institucional moderno foi fundado na monarquia
D.Afonso de Bragança (Ajuda, Lisboa, 31 de Julho de 1865 — Nápoles, 21 de Fevereiro de 1920) |
«(...) Militar, diplomata, agente de progresso e entusiasta das engenharias (...) [a] ele ficou também o país a dever o incremento que deu à constituição dos corpos de bombeiros voluntários, ainda hoje uma das mais significativas expressões do serviço à comunidade. Foi, também, fundador do Automóvel Club de Portugal. É tempo de desrepublicanizar a historiografia e repor nos pedestais aqueles que verdadeiramente serviram o Estado, a nação e o povo. (...).» in Real Família Portuguesa (ver também acerca do assunto aqui).
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Afirmação da robótica nacional
«O
Exercício REP 16, contando já com sete edições, foi, uma vez
mais, uma oportunidade única para a afirmação internacional das
capacidades da robótica nacional.»
in JEM
quarta-feira, 13 de julho de 2016
ExCertos
«A
segurança no mar tem sido uma prioridade para os órgãos locais da
DGAM – as Capitanias dos Portos – que existem há mais de 2
séculos e que têm desempenhado um relevante serviço público, quer
como conservatórias do registo de embarcações e de marítimos,
quer na prevenção e reparação dos acidentes marítimos, através
das vistorias periódicas de manutenção e de ações de busca e
salvamento.»
terça-feira, 12 de julho de 2016
segunda-feira, 11 de julho de 2016
sábado, 9 de julho de 2016
ExCertos
Fotografia de Augusto Bobone, 1885 |
Em 1864 D. Luís criava o Domínio Público Marítimo (DPM), um Estadista, um homem de ciência, apaixonado pelo conhecimento científico, que reconheceu a soberania pelo conhecimento. Há 150 anos tinha o sonho de tornar Portugal num HUB dos transportes marítimos europeus, desenvolvendo uma rede ferroviária desde o coração da Europa até aos portos portugueses, e uma frota que assegurasse a distribuição de pessoas e mercadorias para África e América do Sul. Ainda estamos recuperando esta ideia, este desígnio.
apud Manuel Ara de Oliveira
Brexit: a culpa é da esquerda.
«Instead
of vilifying (and verbally neutralizing) the populists as fascists
and racists, and their voters as deluded and stupid (or racist too),
we had better learn from them while scaling up the fight against
them. The successes of the right are the failures of the left. More
precisely: our failure is to have insufficiently realized that, like
the populists, we need to move to some extent ‘beyond left and
right’. Certainly not in order to copy them or to repave the Third
Way, but instead to restore social democracy’s time-honoured
mission: to realize redistributive justice and provide social
protection to the casualties of globalization.»
DickPels in Social Europe
quinta-feira, 7 de julho de 2016
História e Revolução
Entendem
algumas ideologias (presentes) que a história tem um motor
independente da ação humana, pessoal e institucional. No passado, com autoritarismo e violência, operaram ruturas (e operarão se lhes
for possível) visando impor uma ordem ideológica pela força e pela
demagogia, apresentando-se como momento de um processo histórico
inevitável e como interpretação que a si mesma se refere como
última, senão mesmo final. Ao contrário defendeu Agostinho da
Silva, Não haverá
movimento definitivo para a Humanidade enquanto esse movimento novo
aparecer como inovador, enquanto o que pretende ser revolução
final, se apresentar como revolucionária.
(As Aproximações,
Relógio
d'Água, 1990).
domingo, 26 de junho de 2016
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Increasing the money supply (CGD)
The eventual winding up of the European Central Bank's massive bond-buying programme will create problems for highly indebted euro zone countries such as Italy and Portugal, the Greek finance minister said on Thursday. Euclid Tsakalotos warned that their borrowing costs could surge when the ECB ends the now 80-billion-euro-a-month stimulus programme it launched in January 2015 and which has driven down sovereign bond yields across the euro zone. "Quantitative easing has problems and will not last forever" (...) The ECB has pledged to maintain its stimulus programme until March 2017, and possibly beyond, to counter ultra-low inflation in the 19 countries of the currency bloc. "It is very important that we remember that when QE does finish there will be a lot of economies that are now high-debt economies that will have a problem," Tsakalotos told the Brussels Economic Forum. "Interest rates of Portugal or Italy now reflect the fact they have got QE." Greece has so far not been a beneficiary of quantitative easing, but it aims to join the programme soon after the conclusion of a reform review under a bailout programme negotiated with euro zone lenders. (Reuters, Reporting by Francesco Guarascio; Editing by Catherine Evans) 09, Junho, 2016
Quantitative easing (QE) is a monetary policy used by central banks to stimulate the economy when standard monetary policy has become ineffective. A central bank implements quantitative easing by buying financial assets from commercial banks and other financial institutions, thus raising the prices of those financial assets and lowering their yield, while simultaneously increasing the money supply.This differs from the more usual policy of buying or selling short-term government bonds to keep interbank interest rates at a specified target value.
domingo, 5 de junho de 2016
Poesia
Lisboa em cenário de verão
Forte sol e cigarra
Seco pleno céu
Horta, vegetal alinho
Verde jardim de laranjeira
Luz e sombra generosa
Água líquida movente
Perfeita redonda linha
Esquadria útil infinita
Mármore janela armada
Cor natural e sóbria
Arvoredo e vigorosa planta
Gente sossegada ou lamentosa
14/15Set2011
quinta-feira, 2 de junho de 2016
ExCertos
«Acredito
profundamente na Monarquia, na instituição Real como a solução
mais civilizada para a chefia dum Estado europeu e quase milenar como
o nosso. Num tempo de relativismo moral, de fragmentação cultural e
de enfraquecimento das nacionalidades, mais do que nunca há urgência
numa sólida referência no topo da hierarquia do Estado: o Rei,
corporização dum legado simbólico identitário nacional, garante
dos equilíbrios políticos e reserva moral dum povo e seus ideais. O
Rei, primus inter pares, é verdadeiramente livre e, por inerência,
assim será o povo.»
João
Távora, Liberdade 232, Aldeiabook, Abril de 2013, pág.104
terça-feira, 17 de maio de 2016
Redução do horário de trabalho: conclusões de uma experiência real, ao fim de um ano de jornadas laborais de seis horas diárias
visao.pt |
Redução do horário de trabalho resulta em maior produtividade para a empresa e em mais tempo livre para o trabalhador. Parece um contrassenso, mas são as conclusões de uma experiência real, ao fim de um ano de jornadas laborais de seis horas diárias. Sem perdas no salário. Há um ano, 68 enfermeiras aceitaram o papel de "cobaias" num lar de idosos de Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia. O governo queria saber se a redução do horário de trabalho de oito para seis horas, opção já seguida por algumas empresas privadas no país, proporcionaria apenas mais tempo livre aos trabalhadores ou também efeitos positivos na sua produtividade. Segundo as conclusões agora apresentadas, as duas ideias casam uma com a outra. As enfermeiras que participaram na experiência de trabalhar menos horas por dia, sem alterações no salário, mostraram-se 20% mais felizes do que as de um grupo de controlo com responsabilidades idênticas, mas com oito horas de trabalho diárias. As primeiras faltaram metade das vezes por baixa médica e precisaram de menos pausas para descansar, além de revelarem uma energia maior. Essa disponibilidade física permitiu-lhes realizar mais 64% de atividades com os idosos, quando comparadas com as enfermeiras obrigadas a uma carga horária mais alargada. "Isto significa cuidados prestados de maior qualidade", destacou Bengt Lorentzon, um dos responsáveis pela coordenação do projeto, à agência de notícias Bloomberg. A ideia de uma jornada laboral de seis horas já tinha sido experimentada na função pública da Suécia, mas, como não ficou comprovada a eficácia da medida, foi interrompida em 2005. No setor privado, desde o início deste século que a sucursal da Toyota em Gotemburgo aderiu às seis horas de trabalho diário e a agência Brath, especializada em marketing digital, segue os mesmos passos. Magnus Brath, o fundador, diz no site oficial da empresa que a iniciativa lhe permite "contratar e segurar os talentos", pois "assim que os trabalhadores se habituam a ir buscar as crianças à escola ou a cozinhar um bom jantar, não vão querer perder isso outra vez". Este patrão sueco garante que a produtividade aumentou e acredita que a preocupação com o bem-estar dos seus funcionários está na base do sucesso da Brath, que desde 2012 tem vindo a dobrar os lucros de ano para ano. No estudo realizado no lar de idosos, não foi contabilizado o aumento de custos para o empregador, neste caso o estado, que foi obrigado a contratar mais 15 enfermeiras para compensar a redução da carga horária. Rui Antunes in Visão
Imagens de Portugal
«Portugal (...) [um] povo com uma capacidade única de perpetuar-se em outros povos. Dissolvendo-se neles a ponto de parecer ir perder-se nos sangues e nas culturas estranhas, mas ao mesmo tempo comunicando-lhes tantos dos seus motivos essenciais de vida e tantas das suas maneiras mais profundas de ser, que, passados séculos, os traços portugueses se conservam na face dos homens e na fisionomia das casas, das igrejas, dos móveis, dos jardins, das embarcações, das formas dos bolos.»
Gilberto Freyre, O Mundo que o Portugês Criou & Uma Cultura Ameaçada: A Luso-Brasileira, Livros do Brasil, Lisboa, 1940, 1ª ed.port, págs. 89-90.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
O Apelo do 9 de Maio - [Um] Roteiro para um novo Renascimento da Europa
Seja qual for o resultado do referendo britânico, a Europa precisa de mudança agora. A questão que se coloca é decisiva: para estar em condições de enfrentar os grandes desafios que se apresentam, e de se reconectar com os cidadãos europeus, desiludidos com o projecto europeu, é preciso “refazer” a Europa. É preciso torná-la numa fonte inspiradora para combater a marginalização económica e política, mas também moral e cultural. A escolha é muito simples, ou conseguimos tornar a Europa num projecto de futuro e de esperança para todos... ou estamos perante o início do fim da União!
Sem uma nova dinâmica política, virada para o cidadão e com o envolvimento de todos, há um risco real de a Europa reviver demónios populistas antigos e, mesmo que a história não se repita da mesma forma, o que daí advir será igualmente desastroso.
A condição para o sucesso desta nova etapa é a consciencialização e valorização do que é a União Europeia: a entidade política, económica e social mais solidária, menos injusta, mais democrática, mais pacífica e, simultaneamente, a mais diversificada que a humanidade alguma vez conheceu. “Uma das maiores realizações políticas e económicas do nosso tempo”, como descreveu recentemente o Presidente Obama. No entanto, para manter os valores fundadores da Europa e fazer com que ela reconquiste o seu papel no mundo, é necessário uma estratégia ambiciosa, realista e holística.
Precisamos de um roteiro preciso. No curto prazo, seria importante que as instituições europeias e os Estados Membros – ou pelo menos um grupo relevante deles contando com a França e e Alemanha – tragam para a mesa um roteiro para lidar com as várias crises simultâneas. Para restaurar a confiança mútua e relançar a confiança na Europa, preconizamos seis iniciativas estratégicas:
1. A primeira iniciativa deve focar-se no fortalecimento da cidadania europeia. Como é possível para alguém sentir-se europeu sem uma cultura cívica comum, sem se ser capaz de realmente escolher os seus líderes e o seu programa de trabalho? A este respeito, os Estados devem comprometer-se a implementar uma estratégia comum de educação para a cidadania europeia. É igualmente necessário obter um compromisso de que o futuro presidente da Comissão Europeia vai realmente ser escolhido em função do resultado nas urnas. Também é preciso clarificar as regras no que toca à realização de referendos para decidir sobre a permanência dos Estados na União e evitar renegociações. Uma Europa “a la carte” não é opção.
2. Uma estratégia de segurança e defesa é necessária para defender os cidadãos da União Europeia. Em matéria de segurança interna, os Estados devem cumprir os seus compromissos em termos de partilha de informação e de cooperação em matéria policial (Europol) e judicial (Eurojust). Externamente, precisamos de um verdadeiro sistema de fronteiras europeu baseado num corpo europeu de guarda de fronteiras e infraestruturas modernas de controlo e acolhimento em linha com os nossos valores. Em paralelo, a UE deve adoptar uma nova política de vizinhança, com os recursos humanos e financeiros necessários, focada na estabilização das regiões vizinhas, no plano económico, cultural, diplomático e militar.
3. A terceira iniciativa diz respeito aos refugiados. O acordo com a Turquia não é a solução a longo prazo. Este país está a transbordar e os traficantes transbordam noutras rotas. Deve envolver uma solução a longo prazo para a crise de refugiados A Europa tem que escolher uma outra via: os europeus devem desenvolver uma estratégia para acolher, integrar e preparar as condições para um regresso dos refugiados aos países de origem. Não se trata de acolher todos os refugiados, mas aqueles que estão dispostos a aceitar os nossos valores e tem vontade de se integrar no nosso modo de vida. Tal política só poderá ser aceite se a UE contribuir para a melhoria de vida de todos os cidadãos europeus.
4. Esse é o desafio da quarta iniciativa estratégica, que deve incidir sobre o crescimento e o investimento, através da implementação de uma segunda fase do plano Juncker. É fundamental investir nas indústrias de futuro, que criem empregos de proximidade, permitindo a modernização sustentável da economia e a criação de novas vantagens competitivas. Esta iniciativa deve fazer parte de uma política industrial comum ofensiva, que permita construir margens de autonomia. A título de exemplo, um plano de desenvolvimento e reabilitação do habitat, com base em novos materiais e tecnologias digitais, transformará a vida dos nossos concidadãos dar-nos-á uma liderança mundial neste sector. Preconizamos também outros planos semelhantes focados nas redes de transportes, energias renováveis, competências digitais, saúde, indústrias culturais e criativas.
5. Quanto à zona euro, é importante reforçar o seu potencial de crescimento e a sua capacidade de lidar com choques assimétricos, mas também para promover a convergência económica e social. Estes deveriam ser os novos desígnios do Mecanismo Europeu de Estabilidade deve procurar dar resposta a estes objectivos. Devemos dotar a zona euro de uma capacidade orçamental própria e finalmente concluir a união bancária, corrigindo também os seus defeitos.
6. A sexta iniciativa deve ser inspirada no programa Erasmus, mas para todos e a começar no ensino secundário. A questão é simples, expandir os horizontes culturais, profissionais, geográficos e linguísticos de todos os jovens cidadãos europeus para promover a igualdade de oportunidades e transmitir um sentimento de pertença comum.
Estas iniciativas contribuem para colocar o cidadão no centro do projecto europeu e reforçarem o crescimento, o emprego e a inovação. Estas propostas podem ser facilmente implementadas no prazo máximo de dois anos e meio, tudo depende da vontade política. Roosevelt fez algo semelhante em 1932 com o New Deal. As nossas economias são suficientemente avançadas para corresponder à magnitude destas aspirações. Os fundos podem ser mobilizados através das margens não utilizadas do próprio orçamento da UE e através de novos recursos. A utilização de recursos próprios e a mobilização de empréstimos através do BEI são soluções a considerar.
A médio prazo, é essencial mobilizar os cidadãos europeus para uma reflexão colectiva. Esta dinâmica de mudança deve criar as condições para uma nova conferência intergovernamental ou para uma nova convenção europeia para tornar a Europa uma grande potência democrática, cultural e económica, garantindo no seu seio a solidariedade e os direitos fundamentais hoje ameaçados, uma potência que se atribui os seus meios de soberania. O novo Tratado que resultará daqui poderia aplicar-se apenas aos Estados que desejem uma integração mais profunda, convencidos de que o interesse geral Europeu não se limita à soma dos interesses nacionais.
Mas tudo isto só será possível se as dezenas de milhões de europeus que ainda acreditam no projecto europeu, e que acreditam que é possível mudar o presente para um futuro melhor, se mobilizem em defesa deste projecto colectivo. (...)
Soneto (Núpcias a 6 de Junho de 1760 de D.Maria e D.Pedro III)
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Do Sul e das Periferias Europeias
«O facto é que a Europa nasceu no Sul e expandiu-se através da periferia. A partir da Grécia, com a Filosofia; de Roma, com o Direito; de Portugal, oferecendo ao mundo a Liberdade trazida pelo Cristianismo e conferindo-lhe a verdadeira Catolicidade que sempre lhe foi essencial, e, claro, até a periférica Inglaterra, a segunda Potência Marítima do Mundo, sucedendo a Portugal, levando e impondo a Civilização aos mais recônditos e afastados lugares do mundo. No Sul, sim, nasceu a Civilização. No Sul, sim, foi durante séculos onde esteve a riqueza e o brilho da Europa. Diferenças e mesmo diferendos entre o Norte e o Sul, sempre houve, mas daí a uma correlação entre o êxito económico do Norte e uma suposta superioridade ética de cariz religioso, vai um passo que não se afigura, por completa inadequação, avisado dar.»
Gonçalo Colaço «Da Singularidade de Portugal à Afirmação de uma Estratégia Nacional para o Mar» in Pedro Borges Graça e Tiago Martins (Coord.), O Mar no Futuro de Portugal. Ciência e Visão Estratégica, Centro de Estudos Estratégicos do Atlântico, Junho de 2014, pág. 140
quarta-feira, 27 de abril de 2016
D.Luís I e W.Shakespeare
«O
rei português, D. Luís, em 1877, começou a publicar uma série
de traduções das
obras de W. Shakespeare, tornando-o acessível a quem não
dominava o inglês ou o francês (...). Essas traduções foram
importantes para a difusão da sua obra, tanto em Portugal como no
Brasil. Revisitemos, na tradução
do rei D. Luís,
uma adaptação em prosa do poema declamado por Hamlet:
"Ser
ou não ser,
eis o problema. Uma alma valorosa, deve ela suportar os golpes
pungentes da fortuna adversa, ou armar-se contra um dilúvio de
dores, ou pôr-lhes fim combatendo-as? Morrer,
dormir, mais nada,
e dizer que por esse sonho pomos termo aos sofrimentos do coração e
às mil dores legadas pela natureza à nossa carne mortal; e será
esse o resultado que mais devamos ambicionar? Morrer,
dormir, dormir, sonhar talvez;
terrível perplexidade."»
CEH;
CHAM/UNL
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Memória das Estrelas do Sul
Carta de Mestre João a D.Manuel I |
«(...) Somente mando a Vossa Alteza como estão situadas as estrelas do (sul), mas em que grau está cada uma não o pude saber, antes me parece ser impossível, no mar, tomar-se altura de nenhuma estrela, porque eu trabalhei muito nisso e, por pouco que o navio balance, se erram quatro ou cinco graus, de modo que se não pode fazer, senão em terra. E quase outro tanto digo das tábuas da Índia, que se não podem tomar com elas senão com muitíssimo trabalho, que, se Vossa Alteza soubesse como desconcertavam todos nas polegadas, riria disto mais que do astrolábio; porque desde Lisboa até às Canárias desconcertavam uns dos outros em muitas polegadas, que uns diziam, mais que outros, três e quatro polegadas, e outro tanto desde as Canárias até às ilhas de Cabo Verde, e isto, tendo todos cuidados que o tomar fosse a uma mesma hora; de modo que mais julgavam quantas polegadas eram, pela quantidade do caminho que lhes parecia terem andado, que não o caminho pelas polegadas. Tornando, Senhor, ao propósito, estas Guardas nunca se escondem, antes sempre andam ao derredor sobre o horizonte, e ainda estou em dúvida que não sei qual de aquelas duas mais baixas seja o pólo antártico; e estas estrelas, principalmente as da Cruz, são grandes quase como as do Carro; e a estrela do pólo antártico, ou Sul, é pequena como a da Norte e muito clara, e a estrela que está em cima de toda a Cruz é muito pequena.(...)» [Excerto]
quarta-feira, 13 de abril de 2016
Poesia
À música
Canto sonoro e geométrico,
Vibrante ânimo e corda,
Braço, acerto, força,
Alongada e sentida voz.
Funda tenção levantada,
Curvo e crescido ramo,
Agitada, inquieta forma,
Leito pleno e difuso.
Tão natural e desigual,
Procede, reúne, anima,
Segura, dilata, mingua,
Repara, abre e determina.
19Agosto2011
terça-feira, 12 de abril de 2016
Educação - escola ativa
Prof Mestre José Pacheco |
«Não faz sentido alunos do século XXI terem professores do século XX, com propostas teóricas do século XIX, da Revolução Industrial.» JP
Na Escola da Ponte não há turmas, nem testes
A Escola Básica da Ponte, no concelho de Santo Tirso, marca a diferença no ensino público português há 40 anos. Nesta escola não há ciclos, nem turmas, nem testes. A escola organiza-se em núcleos de projeto e são os alunos, em conjunto com os “tutores”, que definem, quinzenalmente, os objetivos de aprendizagem e vão sendo avaliados à medida que vão dizendo que “já sabem” aquilo a que se propuseram. Na última avaliação externa, levada a cabo pela Inspeção-Geral da Educação, a escola foi avaliada com Muito Bom em todos os parâmetros.
terça-feira, 29 de março de 2016
Machado de Assis - do período atual e da queda da monarquia no Brasil
«A
resposta para compreender o período de transição da Monarquia para
a República foi dada, no romance de Machado, pelo conselheiro Aires
no capítulo 64 (“Paz”): “Nada se mudaria; o regímen, sim, era
possível, mas também se muda de roupa sem trocar de pele.”. Essa
imagem tem o poder de demonstrar a origem das “ideias fora do
lugar”, para lembrar a expressão de Roberto Schwarz, e como a
acumulação dos problemas sociais se configura na atualidade.
Atualidade esta que se mostra presente na obra de Machado de Assis,
em Esaú e Jacó, especificamente, uma vez que a sociedade (...) ainda recorre às “trocas de roupa” para se adaptar a uma
determinada situação.»
Renato Oliveira Rocha, 18 de Março 2016, in Jornal da Manhã
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