Listagem e apontamentos pela UNL |
terça-feira, 15 de março de 2016
segunda-feira, 14 de março de 2016
Dom João de Castro - o Académico
D.João
de Castro, o Académico
Na
nossa memória colectiva perdura um homem de exemplar personalidade e
nobreza de carácter, com notável carreira militar e política, a
par da sua notória aptidão e gosto pela investigação científica,
traços que bem falta fazem na conturbada sociedade moderna e
conjuntura presente, a configurar a “anarquia madura” de que fala
o Prof. Adriano Moreira, não exclusiva de Portugal, mas que em nada
nos alivia da preocupação.
Em
relação à sua produção científica, datam de 1536 as primeiras
obras teóricas de D. João de Castro, nomeadamente o “Tratado da
Esfera, por Perguntas e Respostas a Modo de Diálogo”, e ainda um
outro pequeno tratado, sob o título “Da Geografia por Modo de
Diálogo”.
Durante
estes dois anos anteriores à partida para Goa, D. João de Castro
permaneceu na sua predilecta quinta localizada em Sintra, então
designada de Fonte d’El-Rei e posteriormente conhecida por Quinta
da Penha Verde, onde continuaria os seus estudos e receberia alguns
amigos mais próximos, como o Infante D. Luís, o Vedor da Fazenda,
D. António de Ataíde, o Conde da Castanheira e o negociante
italiano Lucas Giraldi. Para aí voltaria após o regresso em 1543,
refugiando-se na quinta herdada por morte de seu pai, em SET1528.
Ao
partir, pela primeira vez, para a Índia, em 1538, integrado na
Armada do seu cunhado, o Vice-Rei D. Garcia de Noronha, ao comando da
Grifo, uma das onze naus que a compunham, logo aproveitou a viagem
para escrever o primeiro de quatro interessantes roteiros, apenas
três chegados aos nossos dias.
Essa
obra inicial, o Roteiro de Lisboa a Goa, tinha como primeiro
objectivo o registo “(...) sob a forma de um cuidado diário de
navegação todas as indicações técnicas úteis para conhecer
melhor este tipo de viagem e contribuir para o seu aperfeiçoamento”.
Mal
chegado a Goa, logo integraria uma expedição a Diu, aquando do
primeiro cerco a essa cidade estratégica, aproveitando para escrever
um segundo trabalho, com dedicatória ao Infante D. Luís: o Roteiro
de Goa a Diu ou Roteiro da Costa da Índia. Nessa obra, D. João de
Castro considerou particularmente bela a orla costeira indiana
percorrida. O terceiro trabalho, sob o título de Roteiro da Viagem
que fizeram os Portugueses ao Mar Roxo, que constitui um exemplo de
observação científica de inegável valor para a época, está
datado de 1541, ano em que D. João de Castro acompanhou o Governador
D. Estevão da Gama numa expedição de Goa ao Suez, no Mar Vermelho,
onde tratou de explicar o fenómeno da cor roxa das águas.
D.
João de Castro nunca abdicou da busca do conhecimento, empenhado em
acrescentar novos saberes ao seu património intelectual, em
descobrir e em investigar. Legou-nos uma obra que é ímpar no âmbito
da Cosmografia e da Ciência Náutica, ilustrada pelos roteiros que
elaborou.
Rigoroso
e pragmático na aferição entre teoria e prática, sabemos que uma
significativa parte do seu trabalho científico decorreu no
cumprimento da missão que lhe fora conferida pela Coroa Portuguesa.
No alvor do método científico, D. João de Castro desenvolveu
intensas actividades de investigação, destacando-se, ao nível dos
resultados obtidos, estudos tão diversos como a variação das
agulhas, das correntes marítimas, da variação das longitudes e do
regime dos ventos.
No
campo da Ciência, os seus trabalhos reflectem bem a necessidade de
associar o cálculo à experiência empírica, exactamente porque a
articulação entre a observação e a razão, enquanto desafio
emergente, era absolutamente essencial. Mas importa dizer que,
consciente das limitações da própria Ciência, encarada em sentido
lato, D. João de Castro reconheceu que o saber das Ciências é
chegar à verdade, que não se confunde com a verdade absoluta. E
esta última acepção é da maior importância, porque nos revela
também aquilo que é a humildade do cientista perante a infinita
complexidade do mundo natural.
Das
várias obras atribuídas a D. João de Castro, já antes destacámos
os três roteiros escritos durante a sua estadia na Índia: “de
Lisboa a Goa” (1538), “de Goa a Diu” (1538-1539) e “do Mar
Roxo” (1540), o mais conhecido e célebre dos três Roteiros de D.
João de Castro.
Estes
roteiros não seguiram o modelo tradicional do roteiro português,
indo mais longe, ao incorporar a redacção de utilíssimas
considerações de inegável interesse hidrográfico e náutico, com
muitos pormenores que a generalidade dos roteiristas de então,
preocupados em descrever sucintamente as viagens, por regra, omitia.
Daí alvitrarmos que as três obras de D. João de Castro,
tradicionalmente entendidas estritamente como “roteiros”, em vez
disso, deveriam ser encaradas mais propriamente como “diários”.
Refira-se,
ainda, o trabalho de D. João de Castro – “Uma Enformação que
Dom João de Castro, governador da India, mandou a El-Rey Dom João
3º, sobre as demarcações da sua conquista & del Rey de
Castella” –, uma espécie de relatório sobre o direito português
à posse das Molucas, que era, como se sabe, um território também
disputado por Espanha.
Por
tudo isto, é da mais elementar justiça o reconhecimento de D. João
de Castro, como um dos mais relevantes cidadãos de Portugal e da sua
História. Não apenas como militar virtuoso em carácter e
dignidade, que sempre serviu a Pátria sem nada exigir para seu
próprio conforto, mas também na condição de importante cientista
que, no seu tempo, fez saltar do “conhecimento sensível” para o
“conhecimento inteligível”, muitos dos domínios e preocupações
das Ciências, em suma, um digno exemplo de uma Escola de valores, de
ideais e de trabalho, no adágio de vencer pelo próprio esforço.
Essa
conjugação equilibrada da dupla condição e vertentes é
incontornável e consensualmente valorizada por todos os
historiadores que meditaram e continuam a investigar a época da
expansão marítima portuguesa.
Em
todos estes textos, aliava D. João de Castro um sagaz espírito de
investigação e de interesse científico aos conhecimentos de
cosmografia que possuía, o que o habilitava a integrar o quadro
social e político marcado pelos ideais humanistas atribuíveis ao
século XVI português. Com
estes trabalhos e o desempenho em prol da boa realização da missão,
o seu nome ficou, indelevelmente, ligado ao Oriente.
Excerto
de um trabalho do Almirante Rebelo Duarte
domingo, 13 de março de 2016
Imagens de Portugal
«A biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é considerada a mais bela do mundo pelo conhecido portal norte-americano Book Riot, dedicado exclusivamente aos livros. Depois de eleger a Livraria Lello, no Porto, como a mais bonita do planeta, Portugal volta a conquistar os EUA com a incrível biblioteca escondida no interior deste monumento nacional.
"É encantadora", lê-se. "E o que a torna ainda mais impressionante são as técnicas com que é feita a preservação dos livros e como os protegem de serem danificados por insetos. Há 500 morcegos dentro daquela biblioteca. Durante o dia, estes ficam guardados dentro de caixas, mas à noite são libertados para se alimentarem dos insetos que por ali andam". » Excerto de Boas Notícias
quinta-feira, 10 de março de 2016
Reflexões monárquicas II
Rio Grande do Sul
«A Monarquia é a forma mais moderna, mais eficaz e mais barata de governo. Monarquia quer dizer também democracia, liberdade de expressão e de imprensa.
Monarquias são, hoje, os países mais liberais e mais adiantados do mundo, com a melhor distribuição de renda e os padrões de vida mais elevados. Os exemplos são Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, Bélgica, Espanha, Canadá, Austrália e Japão.
Juntas, essas nações são responsáveis por uma imensa fatia do chamado PIB mundial.
Entre os 25 países mais ricos e democráticos do mundo, 18 são Monarquias, ou seja, constituem a esmagadora maioria.
São países que fornecem, ainda, exemplos de socialismo que funciona na prática. Aí estão a Espanha e a Suécia para comprovar.»
Excerto de “Tudo que você sempre quis saber sobre a Monarquia e ninguém lhe contou”, publicado pelo Movimento Parlamentarista Monárquico em 1992, com revisão e acréscimos recentes, feitos por monarquistas brasileiros.
Reflexões Monárquicas I
Préambule de la Charte Fondatrice de La CMI - Conférence Monarchiste Internationale
«Nous considérons comme monarchiste toute nation, tout gouvernement, toute organisation ou tout individu prônant l'instauration ou la préservation d'un système politique organisé autour d'un pouvoir incarné et souverain, défenseur des libertés naturelles et disposant d'une indépendance accrue vis à vis des oligarchies, notamment économiques et politiques.
La Monarchie n’est pas un système politique universel. Mais elle est, pour beaucoup de peuples et de nations, une réalité heureuse ou une aspiration à une société plus juste et soucieuse de protéger les intérêts de ses membres.
Nous vivons dans un monde de plus en plus globalisé, qui tend à niveler les réalités humaines, culturelles, historiques, économiques, philosophiques, religieuses... Alors même que la Monarchie consiste à replacer le facteur humain au cœur des préoccupations politiques, la mondialisation, au contraire, tend à faire de l’humain un simple paramètre de développement économique.»
Excerto 25Fev2008
La Monarchie n’est pas un système politique universel. Mais elle est, pour beaucoup de peuples et de nations, une réalité heureuse ou une aspiration à une société plus juste et soucieuse de protéger les intérêts de ses membres.
Nous vivons dans un monde de plus en plus globalisé, qui tend à niveler les réalités humaines, culturelles, historiques, économiques, philosophiques, religieuses... Alors même que la Monarchie consiste à replacer le facteur humain au cœur des préoccupations politiques, la mondialisation, au contraire, tend à faire de l’humain un simple paramètre de développement économique.»
Excerto 25Fev2008
segunda-feira, 7 de março de 2016
Revisitar Stiglitz
Prof. Josef E. Stiglitz: "The Future of Europe" January 27, 2014 |
quinta-feira, 3 de março de 2016
Da instituição real
Os objetivos de
desenvolvimento social, de desenvolvimento institucional e de
desenvolvimento económico, colunas políticas principais,
efetivamente, não podem realizar-se apenas no período de uma
legislatura.
A instituição
presidencial visaria colmatar descontinuidades zelando pela linha
histórica constitucional, mas apenas isto não pode servir a estratégia de
desenvolvimento, não possui poderes para tal, nem tem cultivado suficientemente a conversação para uma melhor coesão política, mas menos ainda tem concitado a continuidade e ou monitorização das
políticas estratégicas nacionais (educação, finanças, justiça, segurança).
Se há uma instituição
que, continuamente, ao longo dos séculos criou instrumentos de
desenvolvimento social, apesar da nossa pesada inércia cultural,
como as escolas obrigatórias, os liceus, as escolas superiores, os
hospitais, os serviços assistenciais, as ligações modernas
terrestres e marítimas, os grémios de cultura e livre pensamento,
os teatros, o parlamento, a divisão de poderes, a livre expressão e
associação, etc e etc, enfim, tudo o que enforma fundamentalmente a
nossa vida cívica, democrática, solidária e cultural, a par ou em
liderança com o que havia no mundo, foi a instituição real. Dou
apenas cinco exemplos desta liderança e em épocas muito
diferenciadas. Portugal instituiu o primeiro seguro marítimo; o
serviço assistencial mais completo, antigo e institucionalizado é
português (as Misericórdias); instituiu o primeiro hospital
veterinário; uma cidade portuguesa foi a segunda na europa
usufruir de luz elétrica e um jornal português foi e é ainda hoje
o segundo diário do mundo.
PFC
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
MAR (poesia)
Aqui
nesta praia onde
Não
há nenhum vestígio de impureza,
Aqui
onde há somente
Ondas
tombando ininterruptamente,
Puro
espaço e lúcida unidade,
Aqui
o tempo apaixonadamente
Encontra
a própria liberdade.
Sophia Andersen, «Liberdade»
in Mar
Novo,
Porto,
Assírio & Alvim, 2013(1958)
29 de Fevereiro 2016,
Por mim dedicado ao Manuel Luís, PFC
Efeméride
Vergílio Ferreira + 1 de Março de 1996 |
Falece em Lisboa, o escritor português Vergílio Ferreira. Foi sepultado em Melo, “virado para a serra” como sempre desejou.
Corrupção
«Se
têm sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de
comportamento, penso também haver ficado clara a necessidade de
construir uma renovação do próprio sistema político. Se a
iniciativa política solicita mudanças de comportamento à
sociedade, a sociedade também clama por um profundo câmbio
político, também na justiça, um dos três pilarares fundamentais para a projeção do Estado, justiça, educação, segurança.»
PFC
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Imagens de Portugal e de SAR D.Duarte
Aline Gallasch Hall de Beuvink |
Aline Gallasch Hall de Beuvink apresenta os valores da Monarquia encarnada por S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança. O Duque de Bragança é um excelente modelo dos valores monárquicos. Tem sido um grande representante de Portugal no exterior, mesmo a nível político, comenta para MUNDIARIO.
- Em relação ao movimento monárquico português, como caracteriza a relação dos portugueses em geral com os monárquicos portugueses?
- Os portugueses em geral têm uma educação de 100 anos de propaganda republicana e anti-monárquica. Ainda hoje os manuais escolares distorcem alguns factos. Quando foram as comemorações dos 100 anos da República (2010), muito se publicou e disse que denegrisse a Monarquia e que “branqueasse” alguns dos vis actos cometidos pela República. Por isso, os portugueses não-monárquicos, na maioria das vezes, têm preconceitos e imagens manipuladas da Monarquia, com falta de verdade histórica, o que lhes impede de ter um distanciamento e ver a História com realismo. Só para ter uma ideia, pensam muitas vezes que, se a Monarquia voltasse, viveríamos no Antigo Regime, olvidando por completo o que foram as conquistas liberais e democráticas do século XIX! Julgam que a Monarquia é sinónimo de Absolutismo, e que República é sinónimo de Democracia, como se as ditaduras não tivessem existido e não houvesse Monarquia Constitucional! Daí, muitas vezes, olharem para os monárquicos como se fossem “aves raras” que pararam no tempo. A comunicação social não ajuda: raramente publica o que os monárquicos fazem a nível político ou social, ou o seu contributo para o bem de Portugal, o que molda, obviamente, a opinião pública, fazendo-os esquecer, até, que estamos presentes e somos activos. Basta olharmos para os países mais desenvolvidos da Europa que são, na sua maioria, monarquias, para percebermos que a Monarquia é o Futuro, e não foi só o passado…
- Em que medida é paradigmática, ou exemplar, o caso da família monárquica portuguesa?
- A nossa família real é, de facto, exemplar. SS.AA.RR., os Duques de Bragança, têm passado os valores familiares, de tradição e da História Portuguesa aos príncipes, seus filhos. É uma nova geração que já consciencializou o seu papel na sociedade e como podem e devem, como herdeiros do trono português que são, contribuir para que o país progrida. As várias acções que os Senhores Duques de Bragança desenvolvem, tanto a nível social, de voluntariado, como cultural e até diplomático, são de excelência. Presidem a várias instituições, que destaco aqui apenas algumas: a Fundação D. Manuel II, o Prémio Infante D. Henrique, o Instituto de Democracia Portuguesa, nos Estados Unidos o Portuguese Heritage Foundation (não esquecendo os emigrantes portugueses, maioritariamente negligenciados pela República) ou o Banco do Bebé. O prestígio e a consideração que, no exterior, os Senhores Duques de Bragança detêm, só mostra bem o excelente papel que têm desempenhado na projecção positiva da imagem de Portugal e quão benéfico seria para o país se deixasse de ser uma República.
- Quais os valores da Monarquia encarnada por S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança?
- S.A.R., o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança, é um excelente modelo dos valores monárquicos. Tem sido um grande representante de Portugal no exterior, mesmo a nível político. Veja-se o seu papel conciliador na independência de Timor-Leste ou no trabalho diplomático que tem desenvolvido com vários países africanos. Para além disso, o trabalho que tem feito a nível social, cultural e humanitário mostra bem o seu compromisso com esses valores. Não será demais referir o grande amor, respeito e empenho que tem por Portugal. As suas ideias sobre a agricultura, pescas, questões de economia e política demonstram uma estratégia pensada no futuro a longo prazo, e não no ganho imediato. Muitas das suas ideias, que tem vindo a defender já há 20 ou 30 anos, só agora estão a ser pensadas por alguns economistas e até políticos como alternativas para Portugal sair da crise. Como vê, pelo que disse anteriormente e pelo que digo agora, o Senhor Dom Duarte reúne, em si, as principais qualidades que se podem esperar de um bom, justo e consciente rei.
26 de Fevereiro 2016 in Mundiario
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Efeméride
25 de Fevereiro de 1819
Morre o poeta português Filinto Elísio, pseudónimo do Padre Francisco Manuel do Nascimento
Ode à Amizade
Se depois do infortúnio de nascermos
Escravos da Doença e dos Pesares
Alvos de Invejas, alvos de Calúnias
Mostrando-nos a campa
A cada passo aberta o Mar e a Terra;
Um raio despedido, fuzilando
Terror e morte, no rasgar das nuvens
O tenebroso seio
A Divina Amizade não viera
Com piedosa mão limpar o pranto,
Embotar com dulcíssono conforto
As lanças da Amargura;
O Sábio espedaçara os nós da vida
Mal que a Razão no espelho da Experiência
Lhe apontasse apinhados inimigos
C'o as cruas mãos armadas;
Terna Amizade, em teu altar tranquilo
Ponho — por que hoje, e sempre arda perene
O vago coração, ludíbrio e jogo
Do zombador Tirano.
Amor me deu a vida: a vida enjeito,
Se a Amizade a não doura, a não afaga;
Se com mais fortes nós, que a Natureza,
Lhe não ata os instantes.
Que só ditosos são na aberta liça
Dois mortais, que nos braços da Amizade,
Estreitos se unem, bebem de teu seio
Nectárea valentia.
Tu cerceias o mal, o bem dilatas,
E as almas que cultivas cuidadosa,
Com teu suave alento aformosentam-se
Medradas e viçosas.
Caia a Desgraça, mais que o raio aguda
Rebente sobre a fronte ao mal votada,
Mais lenta é a queda, menos cala o golpe
No manto da Amizade:
E se desce o Prazer, com ledo rosto
A alumiar o peito de Filinto,
A chama sobe, e vai prender seu lume
Na alma do fido Amigo.
Filinto Elísio, Odes, in Citador
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Artes
Robert Delaunay (12 April 1885 – 25 October 1941) |
He
was a French artist who, with his wife Sonia Delaunay and others,
cofounded the Orphism art movement. In August 1915 they moved to
Portugal where they shared a home with Samuel Halpert and Eduardo
Viana.
With Viana and their friends Amadeo
de Souza Cardoso (whom
the Delaunays had already met in Paris) and José
de Almada Negreiros they
discussed an artistic partnership.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Frases
«(...) Mais do que centrar-se ou radicalizar-se, a política portuguesa precisa de definir-se. De se tornar inteligível. Minimamente previsível. Os partidos não podem continuar no seu caminho insano de gelatinização ideológica. Num Mundo progressivamente mais perigoso e mais confuso, todos nós precisamos de faróis e de portos de abrigo. De pontos de referência sólidos para que possamos situar-nos. Seja a norte, seja a sul de cada m deles. É assim a natureza humana. Navegar eternamente na gelatina, confunde, baralha e enjoa.
O resultado desta superficialidade ao sabor das conveniências é, só pode continuar a ser, o caminho do fim do regime. (...)»
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
MAR - Poesia
Noutro
poema disse que proa e quilha
se
afastaram do molhe. As duas crianças
vistas
então na cena da partida, tinham sido
reais.
No posterior momento da descrição
as
duas crianças estavam nitidamente sobrepostas.
Ambas,
uma imagem; ao dizê-lo.
Ambas
lançaram as vozes estridentes
sobre
o bater do mar. Levadas de repente
para
longe do cais pela atracção fatal
das
máquinas do barco. Lenços acenam,
por
outras simultâneas crianças.
Ao
partirem, eu dizia que a ausência
seria
mais dura do que o bater da onda.
Dizia
que as duas vozes afastando-se
vazavam
de sons o meu peito,
e
que estava a ver partir o barco
me
deixaria na margem a meditar,
e
far-me-iam escrever poemas desabridos
e
amar outras crianças similares
que
não haviam partido ainda.
Fiama
Hasse Pais Brandão,
«À Partida» in
Cenas Vivas,
Lisboa,
Relógio d'Água, 2000
(poema de 1994)
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Frases
«Todos, quando teve de ser, cortaram salários e pensões; e todos, quando pôde ser, aumentaram salários e pensões. O que ninguém fez foi afrontar o Estado clientelar que é base do poder da oligarquia.»
Rui Ramos in Observador
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Por uma economia verde
O «(...) cenário é
bem mais promissor graças aos progressos tecnológicos notáveis nas
energias renováveis.
Os números são
verdadeiramente impressionantes. De acordo com um relatório recente
da empresa de investimento Lazard, o custo da geração de
eletricidade através da energia eólica caiu 61% de 2009 a 2015,
enquanto o custo da energia solar caiu 82 por cento. Estes números –
que estão de acordo com outras estimativas – mostram progressos a
um ritmo de crescimento que normalmente só se espera ver nas
tecnologias de informação. E situam o custo das energias renováveis
num patamar em que se tornam competitivas com os combustíveis
fósseis.
(…) [O] tipo de
progresso que está ao nosso alcance pode ser um ponto de inflexão
na direção certa».
Paul Krugman, Vento,sol e fogo, Visão, nº1196, 4/2
a 10/2/2016 pág.34
E Portugal tem condições (climáticas, tecnológicas e financeiras) para chegar primeiro a este novo paradigma económico. PFC
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Os sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime: sintomas de privação em relação à Democracia
«Onde os sintomas de
“privação relativa” dos portugueses em relação à Democracia
– no sentido da constatação de uma discrepância entre
expectativas e realidade – parecem ser maiores, e onde mais se
jogam os sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime, é
em dimensões que constituem o contexto social, politico e
institucional no qual as eleições têm lugar: [1] os incentivos dos
eleitos para atenderem aos eleitores em vez de atenderem a outros
factores e prioridades; [2] a disponibilidade da informação
necessária para fazer boas escolhas e responsabilizar os governos;
[3] e as condições básicas de cidadania, sejam elas legais ou
sociais.»
A Qualidade da
Democracia em Portugal: A Perspectiva dos Cidadãos, Relatório
inicial de um estudo promovido pela SEDES, com o apoio da Fundação
Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Intercampus, Pedro
Magalhães (redator), (Instituto de Ciências Sociais da Universidade
de Lisboa), Julho de 2009
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
The seemingly flighty proposition that all we needed was more spending...
«(...) the notion that our unemployment problem was mainly structural began to be presented as a simple fact rather than as a hypothesis most professional economists rejected.»
Paul Krugman, The Conscience of a Liberal, The New York Times, 08/Fev/2016
domingo, 7 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
domingo, 31 de janeiro de 2016
Academic research on human behavior to the business of running a government
«The federal government found a
clever way to make a little extra money last summer.
Some vendors who provide federal
agencies with goods and services as varied as paper clips and
translators were given a slightly different version of the form used
to report rebates they owe the government.
The only difference: The signature
box was at the beginning of the form rather than the end. The result:
a rash of honesty. Companies using the new form acknowledged they
owed an extra $1.59 million in rebates during the three-month
experiment, apparently because promising to be truthful at the outset
actually caused them to answer more truthfully.
The altered form is among the early
successes of a year-old effort by the Obama administration to apply
academic research on human behavior to the business of running a
government. The idea is that a little science might help the
government collect taxes, distribute benefit payments and even help
people find jobs, get an education or save for retirement. (...)»
BinyaminAppelbaum, «Behaviorists Show the U.S. How to Improve GovernmentOperations», NYT, Sept 29, 2015
BA @ Twitter
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
De "A Arte de Continuar Português"
«A cultura universal não
é, não pode ser, a totalidade da cultura humana, que não está ao
alcance de nenhum sábio prodigioso ou de nenhum ultra-complexo
computador.
O que existem, são
estruturas culturais situadas, cuja especificidade se formou na prova
do tempo pela aglutinação de um certo número de características
unívocas.
Diversos pontos de
aglutinação lhes conferem uma particular qualidade, entre outras
estruturas culturais: fundamentalmente uma língua comum, uma
história, a psicologia do seu povo, os seus mitos ou complexos, as
suas tradições, os ideais inscritos no seu inconsciente colectivo.
Não é desejável que
estas estruturas culturais sejam estáticas. Orgânicas, humanas,
sociais, têm pois um crescimento e uma vida de relação. Têm, é
bom que tenham sob pena de estiolarem, um dinamismo, que é feito por
um lado de influências recibidas, mas o é por outro lado da sua
própria criatividade, do seu próprio poder inventivo, do pleno
exercício do seu intelecto activo.
A estrutura cultural
portuguesa é próxima das estruturas de fundo judéo-cristão e
heleno-romano, mas não é igual a elas, porque no tempo se
autonomizou, tal como as línguas românicas se afastaram do latim
cada uma pelos seus caminhos diferentes.
Como estrutura cultural
autónoma, o seu dever não é o de imitação de estruturas
culturais suas irmãs ou parentes próximas, antes é um dever de
universalidade, isto é, de abrir as suas próprias vias para o Uno.
É sendo portuguesa, isto é, desenvolvendo as suas próprias
intuições, visões, ideais, descobertas, que ela pode ser
universal.»
António Quadros, A Arte de
Continuar Português, Lisboa,
Edições do Templo, 1978, págs.223-224
Dia Internacional em Memória do Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro
Dia Internacional em Memória do Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro. Este webinar constitui uma iniciativa de evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que anualmente se comemora no dia 27 de janeiro, convidando as escolas a associar-se a esta evocação. Aborda o seu significado e atualidade, bem como a importância do seu ensino. Neste contexto, são apresentadas sugestões de acesso a informação atualizada e a novos recursos didáticos, como contributos de apoio ao ensino do Holocausto, tema obrigatório expresso nos programas e metas curriculares de diversas disciplinas do currículo dos ensinos básico e secundário, em especial na disciplina de História, no sentido de permitir aos nossos alunos uma aquisição de saberes significativos e o desenvolvimento de capacidades e atitudes de responsabilidade, de respeito e de tolerância no quadro dos Direitos Humanos. Owebinar apresenta, ainda, a Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto, destacando os seus objetivos, atividades desenvolvidas e projetos em curso.
Esther Mucznik
É Vice-Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e fundadora, em 1994, da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Presidente e fundadora, em 2008, da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e membro da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa. Estudiosa das questões judaicas, tem coordenado cursos e seminários sobre história e cultura judaica e publicado numerosos trabalhos sobre estas temáticas, entre os quais “Grácia Nasi, A judia portuguesa do século XVI que desafiou o seu próprio destino”, e “Portugueses no Holocausto”, ambos na editora Esfera dos Livros, respetivamente em 2010 e 2012. Foi também co-coordenadora do Dicionário do Judaísmo Português, publicado em 2009 pela Editorial Presença.
Ricardo Presumido
Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Pós-Graduado em História Contemporânea pela mesma Universidade. Membro do Núcleo de Investigação Histórica, Os Fazedores de Letras, participou nos projetos de investigação sobre Memória da Imprensa Estudantil Universitária e Dicionário do Centenário da Implantação da República. É professor de História do Ensino Básico e Secundário, Vice-Presidente e fundador, em 2008, da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e investigador nas temáticas da Segunda Guerra Mundial e Holocausto.
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