quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Efeméride
25 de Fevereiro de 1819
Morre o poeta português Filinto Elísio, pseudónimo do Padre Francisco Manuel do Nascimento
Ode à Amizade
Se depois do infortúnio de nascermos
Escravos da Doença e dos Pesares
Alvos de Invejas, alvos de Calúnias
Mostrando-nos a campa
A cada passo aberta o Mar e a Terra;
Um raio despedido, fuzilando
Terror e morte, no rasgar das nuvens
O tenebroso seio
A Divina Amizade não viera
Com piedosa mão limpar o pranto,
Embotar com dulcíssono conforto
As lanças da Amargura;
O Sábio espedaçara os nós da vida
Mal que a Razão no espelho da Experiência
Lhe apontasse apinhados inimigos
C'o as cruas mãos armadas;
Terna Amizade, em teu altar tranquilo
Ponho — por que hoje, e sempre arda perene
O vago coração, ludíbrio e jogo
Do zombador Tirano.
Amor me deu a vida: a vida enjeito,
Se a Amizade a não doura, a não afaga;
Se com mais fortes nós, que a Natureza,
Lhe não ata os instantes.
Que só ditosos são na aberta liça
Dois mortais, que nos braços da Amizade,
Estreitos se unem, bebem de teu seio
Nectárea valentia.
Tu cerceias o mal, o bem dilatas,
E as almas que cultivas cuidadosa,
Com teu suave alento aformosentam-se
Medradas e viçosas.
Caia a Desgraça, mais que o raio aguda
Rebente sobre a fronte ao mal votada,
Mais lenta é a queda, menos cala o golpe
No manto da Amizade:
E se desce o Prazer, com ledo rosto
A alumiar o peito de Filinto,
A chama sobe, e vai prender seu lume
Na alma do fido Amigo.
Filinto Elísio, Odes, in Citador
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Artes
Robert Delaunay (12 April 1885 – 25 October 1941) |
He
was a French artist who, with his wife Sonia Delaunay and others,
cofounded the Orphism art movement. In August 1915 they moved to
Portugal where they shared a home with Samuel Halpert and Eduardo
Viana.
With Viana and their friends Amadeo
de Souza Cardoso (whom
the Delaunays had already met in Paris) and José
de Almada Negreiros they
discussed an artistic partnership.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Frases
«(...) Mais do que centrar-se ou radicalizar-se, a política portuguesa precisa de definir-se. De se tornar inteligível. Minimamente previsível. Os partidos não podem continuar no seu caminho insano de gelatinização ideológica. Num Mundo progressivamente mais perigoso e mais confuso, todos nós precisamos de faróis e de portos de abrigo. De pontos de referência sólidos para que possamos situar-nos. Seja a norte, seja a sul de cada m deles. É assim a natureza humana. Navegar eternamente na gelatina, confunde, baralha e enjoa.
O resultado desta superficialidade ao sabor das conveniências é, só pode continuar a ser, o caminho do fim do regime. (...)»
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
MAR - Poesia
Noutro
poema disse que proa e quilha
se
afastaram do molhe. As duas crianças
vistas
então na cena da partida, tinham sido
reais.
No posterior momento da descrição
as
duas crianças estavam nitidamente sobrepostas.
Ambas,
uma imagem; ao dizê-lo.
Ambas
lançaram as vozes estridentes
sobre
o bater do mar. Levadas de repente
para
longe do cais pela atracção fatal
das
máquinas do barco. Lenços acenam,
por
outras simultâneas crianças.
Ao
partirem, eu dizia que a ausência
seria
mais dura do que o bater da onda.
Dizia
que as duas vozes afastando-se
vazavam
de sons o meu peito,
e
que estava a ver partir o barco
me
deixaria na margem a meditar,
e
far-me-iam escrever poemas desabridos
e
amar outras crianças similares
que
não haviam partido ainda.
Fiama
Hasse Pais Brandão,
«À Partida» in
Cenas Vivas,
Lisboa,
Relógio d'Água, 2000
(poema de 1994)
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Frases
«Todos, quando teve de ser, cortaram salários e pensões; e todos, quando pôde ser, aumentaram salários e pensões. O que ninguém fez foi afrontar o Estado clientelar que é base do poder da oligarquia.»
Rui Ramos in Observador
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Por uma economia verde
O «(...) cenário é
bem mais promissor graças aos progressos tecnológicos notáveis nas
energias renováveis.
Os números são
verdadeiramente impressionantes. De acordo com um relatório recente
da empresa de investimento Lazard, o custo da geração de
eletricidade através da energia eólica caiu 61% de 2009 a 2015,
enquanto o custo da energia solar caiu 82 por cento. Estes números –
que estão de acordo com outras estimativas – mostram progressos a
um ritmo de crescimento que normalmente só se espera ver nas
tecnologias de informação. E situam o custo das energias renováveis
num patamar em que se tornam competitivas com os combustíveis
fósseis.
(…) [O] tipo de
progresso que está ao nosso alcance pode ser um ponto de inflexão
na direção certa».
Paul Krugman, Vento,sol e fogo, Visão, nº1196, 4/2
a 10/2/2016 pág.34
E Portugal tem condições (climáticas, tecnológicas e financeiras) para chegar primeiro a este novo paradigma económico. PFC
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Os sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime: sintomas de privação em relação à Democracia
«Onde os sintomas de
“privação relativa” dos portugueses em relação à Democracia
– no sentido da constatação de uma discrepância entre
expectativas e realidade – parecem ser maiores, e onde mais se
jogam os sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime, é
em dimensões que constituem o contexto social, politico e
institucional no qual as eleições têm lugar: [1] os incentivos dos
eleitos para atenderem aos eleitores em vez de atenderem a outros
factores e prioridades; [2] a disponibilidade da informação
necessária para fazer boas escolhas e responsabilizar os governos;
[3] e as condições básicas de cidadania, sejam elas legais ou
sociais.»
A Qualidade da
Democracia em Portugal: A Perspectiva dos Cidadãos, Relatório
inicial de um estudo promovido pela SEDES, com o apoio da Fundação
Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Intercampus, Pedro
Magalhães (redator), (Instituto de Ciências Sociais da Universidade
de Lisboa), Julho de 2009
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
The seemingly flighty proposition that all we needed was more spending...
«(...) the notion that our unemployment problem was mainly structural began to be presented as a simple fact rather than as a hypothesis most professional economists rejected.»
Paul Krugman, The Conscience of a Liberal, The New York Times, 08/Fev/2016
domingo, 7 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
domingo, 31 de janeiro de 2016
Academic research on human behavior to the business of running a government
«The federal government found a
clever way to make a little extra money last summer.
Some vendors who provide federal
agencies with goods and services as varied as paper clips and
translators were given a slightly different version of the form used
to report rebates they owe the government.
The only difference: The signature
box was at the beginning of the form rather than the end. The result:
a rash of honesty. Companies using the new form acknowledged they
owed an extra $1.59 million in rebates during the three-month
experiment, apparently because promising to be truthful at the outset
actually caused them to answer more truthfully.
The altered form is among the early
successes of a year-old effort by the Obama administration to apply
academic research on human behavior to the business of running a
government. The idea is that a little science might help the
government collect taxes, distribute benefit payments and even help
people find jobs, get an education or save for retirement. (...)»
BinyaminAppelbaum, «Behaviorists Show the U.S. How to Improve GovernmentOperations», NYT, Sept 29, 2015
BA @ Twitter
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
De "A Arte de Continuar Português"
«A cultura universal não
é, não pode ser, a totalidade da cultura humana, que não está ao
alcance de nenhum sábio prodigioso ou de nenhum ultra-complexo
computador.
O que existem, são
estruturas culturais situadas, cuja especificidade se formou na prova
do tempo pela aglutinação de um certo número de características
unívocas.
Diversos pontos de
aglutinação lhes conferem uma particular qualidade, entre outras
estruturas culturais: fundamentalmente uma língua comum, uma
história, a psicologia do seu povo, os seus mitos ou complexos, as
suas tradições, os ideais inscritos no seu inconsciente colectivo.
Não é desejável que
estas estruturas culturais sejam estáticas. Orgânicas, humanas,
sociais, têm pois um crescimento e uma vida de relação. Têm, é
bom que tenham sob pena de estiolarem, um dinamismo, que é feito por
um lado de influências recibidas, mas o é por outro lado da sua
própria criatividade, do seu próprio poder inventivo, do pleno
exercício do seu intelecto activo.
A estrutura cultural
portuguesa é próxima das estruturas de fundo judéo-cristão e
heleno-romano, mas não é igual a elas, porque no tempo se
autonomizou, tal como as línguas românicas se afastaram do latim
cada uma pelos seus caminhos diferentes.
Como estrutura cultural
autónoma, o seu dever não é o de imitação de estruturas
culturais suas irmãs ou parentes próximas, antes é um dever de
universalidade, isto é, de abrir as suas próprias vias para o Uno.
É sendo portuguesa, isto é, desenvolvendo as suas próprias
intuições, visões, ideais, descobertas, que ela pode ser
universal.»
António Quadros, A Arte de
Continuar Português, Lisboa,
Edições do Templo, 1978, págs.223-224
Dia Internacional em Memória do Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro
Dia Internacional em Memória do Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro. Este webinar constitui uma iniciativa de evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que anualmente se comemora no dia 27 de janeiro, convidando as escolas a associar-se a esta evocação. Aborda o seu significado e atualidade, bem como a importância do seu ensino. Neste contexto, são apresentadas sugestões de acesso a informação atualizada e a novos recursos didáticos, como contributos de apoio ao ensino do Holocausto, tema obrigatório expresso nos programas e metas curriculares de diversas disciplinas do currículo dos ensinos básico e secundário, em especial na disciplina de História, no sentido de permitir aos nossos alunos uma aquisição de saberes significativos e o desenvolvimento de capacidades e atitudes de responsabilidade, de respeito e de tolerância no quadro dos Direitos Humanos. Owebinar apresenta, ainda, a Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto, destacando os seus objetivos, atividades desenvolvidas e projetos em curso.
Esther Mucznik
É Vice-Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e fundadora, em 1994, da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Presidente e fundadora, em 2008, da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e membro da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa. Estudiosa das questões judaicas, tem coordenado cursos e seminários sobre história e cultura judaica e publicado numerosos trabalhos sobre estas temáticas, entre os quais “Grácia Nasi, A judia portuguesa do século XVI que desafiou o seu próprio destino”, e “Portugueses no Holocausto”, ambos na editora Esfera dos Livros, respetivamente em 2010 e 2012. Foi também co-coordenadora do Dicionário do Judaísmo Português, publicado em 2009 pela Editorial Presença.
Ricardo Presumido
Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Pós-Graduado em História Contemporânea pela mesma Universidade. Membro do Núcleo de Investigação Histórica, Os Fazedores de Letras, participou nos projetos de investigação sobre Memória da Imprensa Estudantil Universitária e Dicionário do Centenário da Implantação da República. É professor de História do Ensino Básico e Secundário, Vice-Presidente e fundador, em 2008, da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e investigador nas temáticas da Segunda Guerra Mundial e Holocausto.
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Convergências
«(...) [O]
estado liberal é o pressuposto não só histórico mas jurídico do
estado democrático. Estado liberal e estado democrático são
interdependentes em dois modos: na direção que vai do liberalismo à
democracia, no sentido de que são necessárias certas liberdades
para o exercício correto do poder democrático, e na direção
oposta que vai da democracia ao liberalismo, no sentido de que é
necessário o poder democrático para garantir a existência e a
persistência das liberdades fundamentais. Em outras palavras: é
pouco provável que um estado não liberal possa assegurar um correto
funcionamento da democracia, e de outra parte é pouco provável que
um estado não democrático seja capaz de garantir as liberdades
fundamentais. A prova histórica desta interdependência está no
fato de que estado liberal e estado democrático, quando caem, caem
juntos.»
Norberto Bobbio, «Uma definição mínima de democracia» in O Futuro da Democracia. Uma Defesa das Regras do Jogo, 1984
«Europeans
today have largely not endured war and absolute economic deprivation.
With the dangers of demagoguery not embedded in their living
memories, they are far more vulnerable to fear-mongering and false
promises – illustrated in the growing influence of nationalist
narratives and populist movements. Even worse, faced with an erosion
of their voter base, many mainstream parties are playing catch-up
with these destructive forces, engaging in EU-bashing of their own.»
Martin
Schulz, Pulling Europe Back From The Brink, 21 January 2016 @
Social Europe
Poesia
Ondas
das ondas, mais ondas
enchem
o mar de saudade...
Se
eu falar, não respondas,
deixa-me
esta ansiedade!
Vai-se
uma onda...
Porém,
não
é igual à primeira
aquela
outra, que vem
e
não mais torna a voltar...
Saudade,
és todo este mar!
Eu
sou a praia da fronteira.
Armando Côrtes-Rodrigues, «Mar»
in Planície Inquieta
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
O cidadão monárquico
Imagem de Plataforma de Cidadania Monárquica |
Será a relevância que
atribuirmos à defesa da democracia, de uma melhor democracia, para
uma melhor sociedade e de para uma atividade política mais credível,
que permitirá aos portugueses ultrapassar algumas convenções do
republicanismo que enchem como trompas os ares. Também o absolutismo
ou o imperialismo napoleónico incorporaram ideais igualitários
visando uma cidadania consciente, mas os tempos desta nossa
democracia republicana, herdeiros, é certo, daquelas ideias do
século XVIII e XIX, estão a produzir muito aceleradamente a
falência do sonho de justiça social, do projeto de vida e da
credibilidade política.
O nosso empenho é, para contrariar
este plano inclinado, a monarquia constitucional, onde não tem
lugar nem a ambição pessoal nem aspetos partidários na
representação do Estado, mas a afirmação de uma independência de
fato além de interesses particulares, a promoção de uma estratégica de longo prazo
para os objetivos comuns à democracia, a voz dos mais pobres - que não estão representados em sindicatos e não têm voz.
Sendo que, na experiência de
nossos dias, a monarquia constitucional é a mais avançada forma social e política presente na política europeia, quer na área
social, cultural e económica. PFC
sábado, 16 de janeiro de 2016
O futuro das sociedades e países europeus gira à volta de uma palavra - recomeçar
«A maior parte dos eleitorados europeus e muitas das suas elites não têm a vontade necessária para desempenhar um papel estratégico verdadeiramente influentes no mundo. Estes eleitorados e elites até podem falar a linguagem de uma Europa intenacionalista mas não estão preparados para o que é preciso fazer.
Se juntarmos a isto a falta de flexibilidade das sociedades, governos e instituições europeias perante a adversidade e a evolução da política internacional chegamos ao aniversário de hoje abraçados ao medo. Não é fácil, é verdade, mas podemos e devemos fazer bastante melhor. O futuro das sociedades e países europeus gira à volta de uma palavra - recomeçar.»
Miguel Monjardino, «Entre o Medo e o Futuro», Guerra e Paz in Expresso, 9 de Maio de 2009, Primeiro Caderno, pág 21
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
O Medo e o Futuro
«Num país com a nossa história,
geografia, desigualdade, ignorância e pobreza, o futuro devia ganhar
este jogo político sem a menor dificuldade. Devia mas não ganha.
Passa-se o mesmo um pouco por toda a União Europeia. O medo está
claramente a ganhar ao futuro.»
Miguel Monjardino, «Entre o Medo e o
Futuro», Guerra e Paz in Expresso, 9 de Maio de 2009,
Primeiro Caderno, pág 21
domingo, 10 de janeiro de 2016
ExCertos
«As democracias - qualquer que seja a sua forma - resistem melhor às pressões flutuantes que os regimes autoritários. A História não é um processo unidirecional. Desenvolve-se numa multitude de direções ao mesmo tempo. A estabilidade não é um fenómeno estático.»
William J. Burns in Steven Erlanger, «Afinal a História está longe de ter acabado», Courrier Internacional, Janeiro 2016, nº 239, pág.23
sábado, 9 de janeiro de 2016
Educação
O príncipe de Cambridge foi para a escola pela primeira vez e vai aprender de acordo com o método de Montessori, que sublinha a independência, a ordem e a liberdade. Uma estratégia com 100 anos.
Via http://observador.pt
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
A primeira e grande questão económica
«A grande questão que fica por resolver é a qualidade do capital social, isto é, a emergência de actores-rede que sejam capazes de conciliar “ordem com inteligência e imaginação”(...)»
António Covas in Público
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
O problema Indústria
«Nos últimos 10 anos,
concluiu-se que a tecnologia muda a sociedade e até a
governabilidade, mas pode não ter impacto económico direto. A
produtividade é que aumenta a riqueza a médio e longo prazo, e há
tecnologia de impacto social que não a cria. Depois de 10 anos de
redes sociais, ninguém diz que a nossa civilização está mais rica
por causa do Facebook. O problema não é faltar dinheiro ao estado
social, mas ter sido pensado para uma sociedade produto da Revolução
Industrial.»
Nuno Garoupa, in Visão
Com pouca atividade
industrial o emprego torna-se muito mais volátil. O País esgotou-se
no projeto de entrar na União Europeia e na moeda única. Não só
temos de educar de forma mais elástica, mas também integrarmo-nos
em áreas de crescimento potencialmente globais (nos produtos
farmacêuticos, atividades culturais, produtos alimentares –
incluindo a piscicultura e outras atividades relacionadas com o mar –
o nosso grande património).
Se o pastel de nata já é
exportado congelado, nós, que temos a mais variada e rica doçaria
da europa, temos de avançar ainda mais neste sentido. A miríade
de empresas a confecionar produtos associados com desenho artístico
ou com um perfil de alta qualidade no setor alimentar também captam
a potencialidade de internacionalização, porém,
na maioria dos casos, sem capacidade de alterar muito
significativamente a sua escala de produção, devido à exigência
de qualidade manufatureira ou à escassez de capital para obviar uma
grande comercialização e produção.
sábado, 26 de dezembro de 2015
O problema Capital
Os
problemas andam sempre emparelhados. Duas forças moldam as
perspetivas a médio prazo afetando negativamente a qualidade de vida: A
debilidade dos bancos e a elevada dívida dos países.
Todavia,
o crescimento potencial das economias mais abertas (e avançadas em
termos de sofisticação) já estava diminuindo antes da crise.
Trata-se de elaborar uma mudança de paradigma económico, para um desenvolvimento
sustentável pela sofisticação (ciências, mar, industrialização, mobilidade
elétrica - com funções capazes de se aplicarem transversalmente a todos os níveis de
instrução. a toda a população em desemprego) pelo aumento do potencial produtivo endógeno relativo a cada
cidade e pelo aumento da capacidade de comunicação com o exterior.
Enquanto
isto não sucede, e as políticas variam sob o mesmo e atual
paradigma da abertura e diversificação (que se não exclui do
próximo), o envelhecimento (com o consequente esforço solidário) e o débil aumento da produtividade continuam
atuando como pesos que dificultam um crescimento sustentado.
Felizmente
para Portugal, relativamente à produtividade, há uma margem de
crescimento superior à média europeia, enquanto que, como os outros
países da zona euro, duplicou o PIB em vinte anos (1995-2015).
ExCertos
«Com a monarquia, ao contrário da república, os projetos de longo curso têm continuidade. Não se começa uma obra, no governo monárquico, na qual se investirá milhões, para deixá-la inacabada; não se constrói uma estrada (...) para depois abandoná-la (…).
Faça uma pesquisa, meu
caro leitor, verifique quais são os países mais prósperos do mundo
e você se surpreenderá: entre as quinze mais ricas nações do
mundo, ao menos dez são monarquistas.»
Jorge L. Oliveira
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
ExCertos
«As
forças da mudança tecnológica e da globalização estão a
conduzir ao esmagamento da classe média e ao aumento das
desigualdades. É uma tendência que está a acontecer em todo o
mundo. Para a economia não é uma boa notícia. Mas para a
democracia também não.»
O melhor para viver há 12 anos consecutivos é...monárquico
Há 12 anos consecutivos
que a Noruega é eleita o melhor país para viver, o país cimeia o ranking do Relatório de Desenvolvimento
Humano (vulgo qualidade de vida) em 188 nações – para vossa referência
Portugal ocupa o 43º lugar. Aqui ficam testemunhos de Vasco Pinhol, um
português que se mudou há quatro anos para lá.
O pacto social faz com que se entrega ao Estado uma fatia dos ganhos para receber um pacote de cidadania (educação, saúde, segurança, justiça) continua aqui vivo e de boa saúde. Por isso, pagam-se muito menos impostos do que no resto da Europa – se fizermos as contas ao rácio entre dinheiro entregue versus cidadania recebida. Trabalha-se de forma produtiva. Todos os noruegueses falam bem inglês e/ou outra língua estrangeira. Tem uma boa distribuição da população pelo território. Independentemente da distância a que se esteja de Oslo, a capital, o nível de vida e acesso a infraestruturas e serviços não vê grandes alterações, toda a gente tem internet em todo o lado e os meios sociais como Facebook e Instagram são utilizados inclusive como ferramenta de trabalho.
A
paz social, esse valor tão raro e precioso, é praticamente absoluta.
Todos têm mais ou menos o mesmo poder de compra, pelo que não se sente
qualquer insegurança em deixar as portas, os carros, as vidas,
destrancadas. Esta paz social coabita com outro valor que desapareceu
das nossas vidas portuguesas: tempo disponível. A partir das quatro da
tarde acabou-se o trabalho em praticamente todas as empresas da Noruega.
A partir das cinco da tarde todas as lojas fecham. A partir das oito da
noite nenhum centro comercial está aberto. Aos domingos está tudo
fechado. Como tenho ouvido muitas vezes dizer a paz social e o tempo
disponível são os luxos mais caros do planeta no século XXI.
A
igualdade de género e de oportunidades, embora ainda longe de perfeita,
está décadas e décadas à frente da que se vive no restante mundo
civilizado. Tem lacunas e falhas, como todos os países e todas as
culturas – mas quando olho para a lista agora publicada pelas Nações
Unidas, que a coloca no primeiro lugar mundial em termos de qualidade de
vida, a única coisa que me ocorre é: “pois é.”
Da Visão
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
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