sexta-feira, 18 de abril de 2014

Espaço Público

“(…) open spaces in cities are opportunities. Yes, they are opportunities for commercial investment,but they are also opportunities for the common good of the city (…) public spaces have power. It's not just the number of people using them, it's the even greater number of people who feel better about their city just knowing that they are there. Public space can change how you live in a city, how you feel about a city, whether you choose one city over another, and public space is one of the most important reasons why you stay in a city. I believe that a successful city is like a fabulous party. People stay because they are having a great time.


Amanda Burden, «How public spaces make cities work», March 2014, TED2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A servir Portugal

A vocação nacional do nosso País não precisa da república. Até porque a república está morta, mas precisa de ser enterrada. Já a monarquia, pelo contrário está viva! Está viva e pronta para continuar a servir Portugal, devendo-lhe o nosso país a sua identidade cultural, a sua unidade enquanto nação, e também as páginas mais gloriosas da sua história. O rei não é burocratizável, é um importante elemento de coesão, de equilíbrio, de motivação, de dinamismo, de independência política e económica.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Pela Instituição Real



A atividade política não visa apenas a conquista do poder, mas criar condições institucionais pelas quais a continuada conversação torna possível tanto a convivência plural de diversas racionalidades, quanto a coerência e a continuidade de linhas políticas estratégicas, objetivos comuns à democracia.

Melhor servir os interesses de Portugal e dos portugueses


«(...) estamos convictos de que a Instituição Real é a forma de Chefia de Estado que melhor serve os interesses de Portugal e dos portugueses. Sustentando esta convicção, para além da nossa profunda tradição monárquica e da riquíssima literatura publicada ao longo dos últimos 100 anos defendo o nosso ideal, temos os resultados visíveis da nossa infeliz experiência “republicana” e, cada vez mais, os exemplos claros de sucesso que vemos nas monarquias modernas.»
 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Que deve ser feito para sair da estagnação?


 
«The questions are what caused stagnation and what must be done to restore shared prosperity? There is no guarantee we will answer those questions correctly (my prior is mainstream economists will continue their track record of getting it wrong). But it is absolutely certain we will not get the right answer if we do not ask the right question.»
 
 
Ensaio de resposta em Paul Krugman, Wages of Fear, NYT

terça-feira, 1 de abril de 2014

Transparências






«Dos cinco países com maior transparência, que demonstram um maior respeito pelos seus concidadãos, quatro são monarquias constitucionais. Dos primeiros 10, sete são monarquias. Mais notável é o facto de todas as monarquias ocidentais - com a excepção de uma - estarem entre os 20 países menos corruptos a nível mundial.

Não se trata de um mero acaso ou acidente estatístico, mas sim resultado da influência da isenção política e representatividade suprageracional da Instituição Real.»

Luís Lavradio

sexta-feira, 28 de março de 2014

And counting


Frank Roels

The fallacy of “investing”
In many discourses, “investment for growth” is proposed as an answer to the crisis. However, “investment” has various meanings. Often it is equated to job growth; but this is erroneous in most cases in today’s economy. Indeed, the biggest investments nowadays, totalling dozens of billions each year, are fusions or take-overs of one corporation by another, resulting in overlap or synergies that require fewer personnel. Jobloss is the result. For a shortlist, see.
A second common type of large investment is restructuring, in order to increase productivity and/or lower production capacity in response to a slack of demand; the explicit goals are fewer jobs to reduce labour cost, and to maintain or improve net profit.
Increasing competitiveness is another credo in political and business circles. But it always results in jobloss in the lesser competitive enterprise, and in a smaller number of jobs where productivity is higher. In the internal European market, job creation is zero. And when considering the exports out of Europe, are there truly some businessmen who hope to beat the Chinese and Indian working conditions?
In fact, substantial job growth in the private sector is always dependent on significantly higher demand on condition that the latter exceeds the existing production capacity; because it is the clients who must pay for the bill. If future demand is uncertain, hiring will be postponed; instead personnel will work overtime, and/or clients are asked to have patience. At present, many businesses have an unutilized capacity.
What type of investments do really create novel jobs? Innovation? Again, it depends. Not so, if a computer program replaces employees (example: pc banking). More of such developments are predicted to be forthcoming. Job creation does result in case the investment simultaneously raises its demand: the most evident example is building works, either for private or public clients: roads, bridges, houses, schools, hospitals, homes for the elderly, energy plants, as well as renovation and insulation of the same. And of course, military expenditures, which are ordered and paid for by governments.
It is important to note, that for almost all of these jobs, public funding or public support is the motor (keep this in mind, for the subsequent chapter on employment). So, investments in each specific case should be questioned in terms of job creation.
The fallacy of activation
Most European governments continue to propagate and organize so-called activation of the unemployed. This includes a) short-time training, in languages, skills, and stages in enterprises; b) mandatory uninterrupted applying for jobs; c) sanctions if an individual does not fully comply. In addition, in some countries, unemployed must carry out unpaid jobs.
Unemployment benefits are being lowered in several ways. For example, next year, Belgian youngsters will lose their benefits if they have not compiled 312 working days in 3 years; widows and widowers under 45 will lose their widow’s pension after 1-2 years, “to motivate them for work”. While training is always useful, and is a must for youngsters leaving school without certificate (which requires special programs, with dedicated teachers), this activation policy does not create jobs. Advocates of this policy ignore the permanent disproportion between the number of unemployed seeking jobs, and the (small) number of vacancies. The latter are in part for workers with years of experience in a very specific task, or for highly qualified employees. Training on the floor of the company should remedy so-called “bottleneck vacancies”; but in their advertisements employers rarely offer training, and then complain about lack of candidates.
According to the EC, there are 2 million vacancies in Europe. Even if true, the figure shows the discrepancy. The 27 million unemployed in Europe can never find jobs in this way because the jobs simply are not available. The inefficiency of activation to solve unemployment is clear from the unemployment figures: the latter have not decreased while activation was stepwise extended over the years and sanctions became more systematic.
Recently the activation policy in The Netherlands was evaluated by Rutger Bregman. The government spents over 6.5 billion euro a year on a series of measures, but their effectiveness is not tested nor visible, given the persistence of 700.000 unemployed.

High level


 
 
«The high level of unemployment resulting from the crisis and the remedies applied to solve it are exerting downward pressure on wages generally and actually pushing down wages in the crisis countries. This is a costly and dangerous way to adjust real exchange rates and rebalance the euro area.»

iAGS

 
 

terça-feira, 25 de março de 2014

Os problemas vêm sempre a par



            
A contribuição fundamental da nossa geração será a da consolidação de uma estrutura política adequada aos processos de alternativa e de continuidade estratégica no sentido dos objetivos comuns à democracia (IDH).

Os problemas de fundo, que subjazem à cultura política, e aos processos de coesão e de desenvolvimento socioeconómico, são dois. O primeiro, não haver instâncias próprias que suportem perspetivas alongadas de desenvolvimento, o segundo, não se considerar que tais perspetivas, em democracia, só podem ser veiculadas por uma instância apartidária.

Tal configuração política estrutural, mas dinâmica, é sempre atualizada pela democracia, interessa tanto à credibilidade e eficácia do próprio Estado e às suas instituições, como ao desenvolvimento social, à sustentabilidade económica, fiscal e ambiental.

Uma estrutura europeia contrária à inspiração inicial


 
A globalização retirou-nos todas as certezas e a integração europeia diminuiu a soberania. O endividamento arromba a nossa independência.

Temos de participar nas decisões dos nossos vizinhos e parceiros. A integração europeia trazia essa promessa. No entanto, o seu dispositivo coletivo e solidário esboroa-se. Alteraram-se regras e costumes institucionais e práticos. Tem avançado gradualmente uma estrutura europeia verticalizada e centrípeta, contrária à inspiração inicial.

Adapt. de António Barreto (2012) in Portugal, que Futuro? - Academia das Ciências de Lisboa

Apontamentos para a campanha eleitoral europeia


Hannes Swoboda
Europe must lead the fight for equality. Suffocating austerity measures hitting the poorest and the Troikas’ short-sighted excesses have exacerbated inequalities. A long-term investment strategy for sustainable, high-tech and research-based jobs, as well as modern industry and manufacturing, will reduce inequalities and return Europe to its global leadership role. (…) It is the European Union’s duty to address these inequalities wherever they occur and to lay the ground for national legislators to implement policies that foster equality and social justice. If the recovery is focused on guaranteeing social justice, investment in growth and job creation can help reduce socio-economic inequalities. But beyond that, the European Union must rekindle the public’s sense that fairness is a value worth defending in our society. Equality must be at the heart of every European policy – be it completing the banking union, protecting small savers, investment policy, creating decent jobs, protecting the environment and consumers, or ensuring the safety of European citizens. (…) In the European Parliament elections in May 2014, 350 million voters will have a chance to have their say on Europe’s future. We know that we want this future to be one of equality and fairness.
Europe must lead the fight for equality. Suffocating austerity measures hitting the poorest and the Troikas’ short-sighted excesses have exacerbated inequalities. A long-term investment strategy for sustainable, high-tech and research-based jobs, as well as modern industry and manufacturing, will reduce inequalities and return Europe to its global leadership role. (…) It is the European Union’s duty to address these inequalities wherever they occur and to lay the ground for national legislators to implement policies that foster equality and social justice. If the recovery is focused on guaranteeing social justice, investment in growth and job creation can help reduce socio-economic inequalities. But beyond that, the European Union must rekindle the public’s sense that fairness is a value worth defending in our society. Equality must be at the heart of every European policy – be it completing the banking union, protecting small savers, investment policy, creating decent jobs, protecting the environment and consumers, or ensuring the safety of European citizens. (…) In the European Parliament elections in May 2014, 350 million voters will have a chance to have their say on Europe’s future. We know that we want this future to be one of equality and fairness.
Apud Social Europe Journal

quarta-feira, 12 de março de 2014

Pensamento


 
How rich they feel [the people] depends not just on how

much money they have, but also how they live in comparison

to most other people.
12/02/2014

Frases (ouvidas de passagem)

Não podemos ter um ordenado mínimo de 1400 euros, porque 2/3 iriam parar ao exterior.

OTAN

                   Foreign Ministerial Meetings - Brussels, 1-2 April 2014 

 

Meetings of the North Atlantic Council (NAC) at the level of Foreign Ministers will be held at NATO Headquarters on Tuesday 01 and Wednesday 02 April 2014. All information about these meetings will be made available via the NATO website. The meetings will be chaired by the NATO Secretary General, Anders Fogh Rasmussen.

Novo quadro de investimentos

 
 
O Acordo de Parceria com Portugal, no âmbito do novo Quadro Comunitário de Apoio Financeiro (2014-2020), terá um total de 19.058,5 milhões de euros, alocados aos vários fundos e distribuídos ao longo dos anos pelas diversas regiões do território continental e ilhas. A este montante deverá ser acrescida a verba de 7 mil milhões de euros, destinada à “Aquacultura – Desenvolvimento Rural”, bem como 370 milhões de euros destinados a financiar projetos elegíveis pelo FEAMP (Fundo Europeu dos Assuntos do Mar e das Pescas). Ou seja, o total do ciclo financeiro 2014-2020 disponibiliza para Portugal cerca de 25,4 mil milhões de euros. A globalidade destas verbas será canalizada, como habitualmente, através do FEDER, FSE e Fundo de Coesão. Este envelope financeiro de cerca de 19 mil milhões de euros para Portugal insere-se no montante total da coesão para toda a UE, que atinge os 350 mil milhões de euros (mais de 80% destinados aos países do leste europeu). Apud http://www.saer.pt/

Eficácia à democracia

 




       Na nossa democracia o conflito tem medido as relações institucionais até ao mais alto nível. Este problema de fundo que subjaz na cultura política portuguesa, acontece pelo facto de não existirem instâncias próprias que concitem, acolham e proporcionem voz aos consensos, garantindo perspetivas alongadas de desenvolvimento social e económico. Tais perspetivas só podem ser veiculadas por uma instância apartidária, a Instituição Real. 
 
 
 
            Considerando individualmente as personagens políticas que compõem o cenário da política portuguesa, admitimos que o problema não está num ou outro indivíduo. Mas é também consensual admitirmos que um dos nossos principais problemas, se não o principal, tem sido político. Afirmo que é a falta de continuidade estratégica que nos tem acarretado num demasiado longo e fragmentado construir. A meu ver, estas negatividades são fortemente responsáveis pelo nosso retardamento, e mesmo decrescimento.
 
 
 
 
 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Manifestação


As políticas que por consenso democrático usufruíram de continuidade e foram efetivamente prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na comparação internacional. É o caso dos cuidados materno-infantis, é o caso da investigação científica e das infraestruturas de comunicação viária e digital.
Políticas concretizadas por vários governos e por diferentes partidos são hoje políticas de sucesso. Mas, presentemente, preocupa-nos sobremaneira a consolidação do défice e da dívida, a sustentabilidade financeira, económica e fiscal.
Todavia, se o efeito de expansão para mercados internacionais é uma contribuição decisiva para o reequilíbrio de uma balança comercial é também necessário elaborar para o mercado interno um caminho sólido e estruturado.
Importantes decisões estruturais encontram-se perante o nosso futuro coletivo, decisões democráticas, decisões de sustentabilidade, decisões de cooperação. Decisões democráticas, de estratégia e de unidade. Decisões de sustentabilidade, financeira, fiscal, económica e ambiental. Decisões de cooperação, social e política.
É também necessário elaborar soluções, soluções sociais, soluções económicas e soluções democráticas. 
Soluções sociais, com uma educação que corresponda a projetos de vida, ligada ao vivido e às instituições, com práticas de cidadania e de solidariedade.
Soluções para a saúde, pela prevenção e pela investigação.
Soluções para a corrupção, com códigos de conduta que responsabilizam.
É necessário elaborar soluções económicas, pois o tecido produtivo não está a ser capaz de incluir as pessoas que se encontram na situação de desemprego ena pobreza.
É necessário abrir oportunidades de realização económica pelas indústrias. Proporcionado oportunidades de investimento e de emprego com transversalidade, abrangendo todos os níveis de qualificação, por uma economia do mar, por uma economia das cidades, por uma agricultura sustentável, pela afirmação do empreendedorismo feminino e jovem, pelo intensificar da produção de pensamento estratégico.
Contudo, uma transformação económica exige uma transformação cultural e política. Sem uma mudança pujante na nossa política, na nossa democracia, nada mais poderemos alcançar.
É necessário elaborar uma solução democrática, com pessoas vocacionadas para a defesa do interesse público, com uma assembleia forte, capaz de soluções positivas, ampliando a representação do todo nacional por uma unidade sem divisões, completamente apartidária, que evidencie valores comuns, que evidencie a lógica da participação sobre a lógica do confronto, uma instância de unidade, de equilíbrio e de estabilidade.
Temos de realizar referências estáveis à democracia. A política decorre na livre contenda de interesses e opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O nosso modo de viver é plural. Mas temos de identificar coletivamente formas políticas comprovadas que permitam uma vida democrática mais completa.
Cada época procura encontrar formas adequadas para expressar os valores que pretende viver. Defendo um regime democrático, com uma instância apartidária, que represente as referências nacionais, mesa e voz do consenso democrático, mesa e voz da necessária continuidade estratégica.
Defendo uma transformação positiva, que não cinda a nossa história, que realize equilíbrio de poderes, que contenha órgãos de controvérsia e órgãos de acordo, que elabore alternativas e consensos.
O nosso modo de viver já foi sulcado por mudanças profundas. Sabemos, portanto, que por nossas mãos a situação pode transformar-se. O nosso percurso, social e económico, foi constituído por alguns poucos anos de entusiasmo e por muitos de preocupação. Recuso, porém, atribuir atrasos e percalços a defeitos nacionais, mas à falta de continuidade estratégica, à insuficiente modernização, à preferência pelas redes clientelares em vez da preferência pela competitividade.  O cenário presente do País é de dificuldade, mas é de construção, de criatividade e de expansão.
Monarquia e democracia é uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico.
Monarquia e assembleia democrática é um regime confirmado, é equilíbrio na livre contenda é perspetiva na voragem do tempo.
Sou monárquico pela certeza que a restauração traz a Portugal. Associo a monarquia à defesa dos valores mais altos, à defesa da liberdade sobre as opressões, à defesa da soberania sobre as ingerências, à defesa da pessoa sobre interesses sem rosto.
A pertença a uma comunidade com um representante histórico é determinante para a evolução do País. O futuro tem um passado, um passado que nos acrescenta e consolida, e tem uma democracia que nos atualiza. Posto o que temos vivido e aprendido, tenho confiança na nossa história.

Há alguns anos atrás lutámos pela democracia, lutemos agora por uma democracia melhor. Só por uma democracia renovada pela monarquia constitucional e parlamentar poderemos alcançar unidade na livre diversidade, voz da continuidade estratégica, equilíbrio de poderes, promoção apartidária das referências nacionais.
Havendo a Instituição Real há Portugal!
Viva Portugal! Viva S.A.R. o Senhor Dom Duarte! 

segunda-feira, 3 de março de 2014

Passado/Presente


 «Portugal parece-me cada vez mais triste. 
Prestes a morrer. É um passado sem glória [presente]». 

Mircea Eliade, Diário Português, 3 de Outubro de 1943.


sábado, 1 de março de 2014

Projectos com História - Ilusões sem História


(…) [Tenhamos] sempre presente a experiência da sua valiosíssima história nacional, porque o esquecimento dela, e do que ensina, facilita que o passado mais sombrio subitamente bata à porta do futuro, destroçando projectos e ilusões.

Adriano Moreira

Ministérios de Soberania


(…) Se muitas questões e actividades devem passar para a responsabilidade de empresas privadas, cada vez mais globais, os Estados não podem perder o controlo daquilo que se integra no âmbito dos seus Ministérios de Soberania (Estrangeiros, Defesa Nacional, Administração Interna, com Segurança Interna e Protecção Civil, Justiça e Finanças, mas também de algumas actividades económicas consideradas estratégicas (...).

Garcia Leandro

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Hoje, Amanhã e Depois

 

Os factos quotidianos parecem banais, mas não o são. Eles remontam mais a um sistema de referência ideal e de ação do que ao acaso, assim como a memória acumulada permite desviar o erro e ponderar balizas de circulação, a situação quotidiana nem é alheia à prevenção nem é indiferente ao impulso do passado. Se considerarmos o dia presente como impulso ao dia de amanhã poderemos certamente acrescentar-lhe motivos de interesse, de relevância e de consistência. Mas se fizermos as mesmas coisas não poderemos esperar resultados diferentes.


Democracia: Monarquia 6 República 1



    Durante a monarquia, puderam votar 70% dos homens adultos em Portugal; com a I República, essa percentagem reduziu-se a 30%.
     A I República foi o primeiro regime a excluir expressamente as mulheres da vida cívica, ao negar-lhes por lei o direito de voto.
    A historiografia atual reconhece de forma unanime – mesmo o Fernando Rosas – que a I República não foi um regime democrático. 
     Como refere Rui Ramos “o regime implantado em Portugal em 1910 e que durou até 1926, a chamada I República, tem tão pouco a ver com a atual democracia como o salazarismo”.

adapt. de Paulo Estevão

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Imagens de Portugal

http://cangucuemcores.blogspot.pt/2011_04_01_archive.html

O Valor Prospectivo do Mar

 
 (...) o Mar é o principal factor de poder nacional, o mais importante porque modela a nossa geografia e porque contém um enorme valor, actual e potencial, em diversos domínios. Portanto, ele constitui um factor do nosso poder nacional a aproveitar por nós e a não desbaratar por cedências desprevenidas ou ignorantes, para  usar apenas palavras simpáticas. Há, de facto, que evitar situações como a que ocorreu, por força do Tratado de Lisboa, da transferência para a UE da competência exclusiva para a conservação dos recursos biológicos de todo o nosso mar, logo a partir da borda de água, sem quaisquer cláusulas precaucionais. 

Almirante Nuno Vieira Martins, in O Valor Prospectivo do Mar, Academia das Ciências de Lisboa, 2012.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Imagens de Portugal


Imagens de Portugal


Reis de Portugal eram os Reis das três Religiões

«(…) a livre circulação de pessoas e o descontrolo das migrações reconstituem uma composição populacional que recorda a época em que os Reis de Portugal eram os Reis das três Religiões, com todas as dificuldades inerentes: a cidadania desdobra-se em fidelidades múltiplas, que se especificam na fidelidade ao Estado português, na fidelidade à Europa em formação, e na fidelidade aos interesses comuns da Humanidade, fidelidades nem sempre fáceis de relacionar coerentemente: é uma exigência do novo conceito estratégico nacional a formular proceder à racionalização do pluralismo cultural que regressou às problemáticas do futuro, e assegurar a coerência das fidelidades múltiplas desafiantes.»

Adriano Moreira in Desafios para Portugal, 2012

Marinha: indústria, emprego qualificado, exportação

«As nossas cinco fragatas são bons navios, com o casco e a propulsão em bom estado e os sensores e o armamento ainda atualizados. Contudo, os computadores do sistema de combate, das comunicações e da propulsão estão ultrapassados, sendo já difícil encontrar sobressalentes. A sua substituição terá um valor diminuto face ao investimento global nos navios, que qualquer dia ficam na base com aqueles sistemas vitais inoperativos. O upgrade destes sistemas é algo que está ao alcance, pelo menos em parte, de algumas empresas nacionais - Critical, Edisoft, EID, ESRI, Thales e outras – que assim ganhariam competências e que poderiam tentar obter contratos semelhantes no exterior. O Estado e os Privados, a Indústria e a Defesa tem de dar as mãos e conceber projetos de médio prazo que resolvam os problemas da Marinha, suscitem encomendas à indústria, criem emprego qualificado e, porque não, possibilitem a exportação.»
Almirante Alexandre Fonseca, Diretor da Revista de Marinha

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Less room for industrialization

 
Dani Rodrik

«(...) On the economic front, it is clear that early deindustrialization impedes growth and delays convergence with the advanced economies. (…) Less room for industrialization will almost certainly mean fewer growth miracles in the future. (…)

 

Imagens de Portugal


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Da representação do todo nacional


A legitimidade da representação do todo nacional deve situar-se idealmente num plano mais profundo do que a facção e a ambição. A resposta a esta procura, atestada por muitos séculos, comprovadas as pessoas, homens ou mulheres, é a hereditariedade. A representação do todo nacional e do Estado não é tarefa para o desejo, não é uma questão de opinião, porque não deverá entrar no campo da luta de facções ou ser meta para alguma ambição pessoal. Estas condições são próprias da instituição monárquica, enquanto representa a História, o Estado e a Comunidade nacional, pois é serviço livremente aceite e não meta a ambicionar.

Evocação

"À Academia das Ciências de Lisboa confiou o rei o acompanhamento da sua institucionalização e a instalação nas suas dependências. Ao longo de meio século, Curso e Academia apoiaram-se na organização do ensino das Humanidades, recrutaram professores que se dedicaram ao ensino, com eles exerceram ação moderadora e crítica, modelando a estrutura do Curso às exigências científicas de disciplinas que iam reequacionando os seus conteúdos numa sociedade em mudança, criavam ritmos de trabalho e se abriam a inovações. Curso e Academia ousaram levar perante os poderes políticos propostas de renovação de estruturas e indicações de aproveitamento social. Quando em 1911 foi reformado o Ensino Superior, as Faculdades de Letras tinham atrás uma experiência a que se ater. Tudo porque houve uma vontade que rompeu com inércias e lançou novos rumos no Ensino Superior Português – a vontade do rei D. Pedro V. Por boas razões, a Faculdade de Letras de Lisboa o tem como seu patrono: ostenta a sua figura em lugar de honra, na Sala Nobre da Faculdade e apresenta uma estátua sua no jardim de entrada. Por distração de alguém, está ela ausente do painel de entrada: talvez porque aí se indicam os mitos e se esqueceram os ritos de passagem com os seus patronos de origem (D. Dinis e D. Pedro). Infelizmente, têm faltado atos regulares que sirvam para homenagear o patrono e que, em rito consentâneo, afirmem e consolidem o direito à diferença no estatuto genuíno das Letras (…)." 

Aires A. Nascimento in Estudo das Letras, Caminho para a Sabedoria: Evocação do 150º Aniversário da Fundação do Curso de Letras de Lisboa por D. Pedro V

A religião da saúde, da juventude, da beleza e da vida

William Ospina
“Como o pai de Buda, a sociedade contemporânea parece empenhada em impedir que os seus filhos se inteirem de que existem a doença, a velhice e a morte. Ao menos no Ocidente corre uma espécie de religião da saúde, da juventude, da beleza e da vida (…)."
William Ospina, in «El Canto de Las Sirenas» in Es tarde para el Hombre.

Naquella taboa depois do primeiro naufrágio

«(…) homẽ anda no mar d'este mundo, onde he continuamente combatido das ondas d'elle em especial pois todos andamos naquella taboa depois do primeiro naufrágio (...).»

D.Afonso V in Carta a Gomes Eanes de Zurara, 1467

 «(…) diremos que o mito de Prometeu que serviu de estandarte à aventura humana durante dois séculos, no pós-Iluminismo, já não corresponde às aspirações do homem contemporâneo. Um novo mito, o de Noé, começou a ocupar o seu lugar. Este mito diz-nos que entrámos numa era de salvaguarda, na qual a maior preocupação já não é mudar o mundo, mas sim salvá-lo. A forma actual de estar presente no mundo envolve a memória. O mundo precisa de se abrigar no pensamento rememorativo, de se refugiar na recordação.»

Luís Aires-Barros in A Arte no Tempo, 2012



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Pensamentos



«Os desafios que Portugal tem pela frente são tão grandes que não podem coexistir com a indiferença da população. Porque só a atenção, o espírito crítico e a participação podem obrigar o Estado a respeitar quem serve e a respeitar-se a si próprio. Só isso pode obrigar os partidos a procurar consensos e a fundamentar as suas posições, sem ser em ciclos políticos de curto prazo, como se gerir um país ou preparar a vida de gerações futuras fosse o mesmo que reagir a pequenos escândalos. Não adianta pôr a pressão nos dirigentes, nos políticos ou nas elites. Essa pressão só é legítima e consequente se for acompanhada por todos, se o desabafo fácil e desinformado for trocado por algum esforço de compreensão e participação.»

Ricardo Costa in Portugal. Manual de Instruções

Notas

Augusto Ferreira do Amaral

«(…) foi o regime salazarista, (não a 1ª República, que nesse particular se conduziu correctamente), que subtraiu ditatorialmente grande parte dos bens do domínio privado próprios do chefe da Família Bragança, constituindo com eles uma fundação por um arbitrário acto administrativo sob a forma de decreto, em 1933 – a Fundação da Casa de Bragança – da qual injustamente tem estado excluído o próprio chefe da dita Família, desapossado desse seu direito histórico.»